Entusiasmo em dose dupla

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Como de costume, todo Sábado procuro não escrever textos que não estejam relacionados com o Shabbat e com o estudo da Tora. Sem ter a intenção de dar uma conotação pessoal religiosa ao que escrevo, permito dirigir me a você, que acompanha minhas reflexões diariamente, e compartilhar com o amigo(a), de uma forma humilde, esses momentos de introspecção dos meus estudos no Shabbat, que se iniciam todas às sextas-feiras, quando me recolho duas horas antes da primeira estrela surgir no céu, numa Sinagoga ortodoxa que freqüento em São Paulo.

Como já disse anteriormente, tenho profundo respeito por todas as crenças, religiões, e acima de tudo sou um brasileiro patriota, amo meu país e o povo brasileiro, e tenho sim, uma grande satisfação espiritual em ao estudar a Parashá (Porção da Tora semanal) relacioná-la ao que vivemos nos dias atuais. Shabbat é um dia de paz, descanso e harmonia. Devemos nos abster das tensões e às exigências da vida cotidiana.

Como é uma reflexão de estudo pessoal, baseada na introspecção bíblica, recomendo a todos que acompanhem no Antigo testamento (Torah ) os comentários aqui expostos, para que possamos ter uma semana de paz; e que através dos estudos judaicos, possamos compreender nossas vidas e encontrar formas de superar as adversidades na visão de Hashem (Deus). Isso nos dará energia e um “Idiche Kop” ( perspicácia particular), para que enfim tenhamos condições de construir um Brasil cada vez mais digno e com mais justiça social, que é a base do Judaísmo, do Cristianismo, do Islamismo, e de todas as religiões que levam a um mesmo Deus.

E lembre-se, Deus não quer apenas que você ore, mas que você aja com um parceiro dele aqui neste mundo, promovendo mudanças, estudando, se aperfeiçoando cada vez mais em sua área de atuação, e lendo, lendo muito. Quem não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo . Nesses aspectos, Ele Hashem ( Deus), precisa mais de você do que você dele. Somos aqui nesse mundo, parceiros de alguém maior. Quando se dirigires a Deus, ” Um homem deve saber que, durante sua prece, ele se acha no palácio do rei e que não vê senão o rei. Ele se esquecerá então até da sua existência ” Rabi Nahman de Bratslav

A parashat desta semana chama-se Vayak´hel e inicia-se com Moshê reunindo toda a nação de Israel para transmitir-lhes tudo aquilo que D’us lhe ordenara sobre a construção e a montagem do Mishcan nas três porções prévias da Torá.

Entretanto, Moshê primeiro os adverte novamente sobre a mitsvá fundamental de guardar o Shabat, lembrando-os que embora a construção do Mishcan seja de importância transcendental, não tem precedência sobre a observância semanal do Shabat. Apenas um dia antes, em Yom Kipur, Moshê desceu do Monte Sinai com o segundo conjunto de Tábuas nas mãos, informando ao povo que eles tinham sido perdoados por D’us do horrível pecado de adorar o bezerro de ouro. Em resposta ao chamado de Moshê, os Filhos de Israel vieram com contribuições generosas para a construção do Mishcan, produzindo uma abundância de suprimentos.

Os artesãos são escolhidos e inicia-se a construção, e a Torá descreve em detalhes a fabricação de cada aspecto do Mishcan.

O anúncio do Tabernáculo, despertou a imaginação e o entusiasmo do povo. Os trechos bíblicos que abordaremos agora dedicam algumas palavras a este fato.

Logo no início do trecho, é relatado o pedido de Moises para que todos doassem do melhor que possuíssem para que o Tabernáculo do Testamento fosse erigido. Na verdade a reunião do povo entorno de Moisés serve para compensar a reunião do povo em torno de Aarão no episódio do bezerro de ouro. Até mesmo suas palavras, ” estas são as coisas”, forma estudadas e escolhidas de forma a utilizar o mesmo termo com que o povo se referia ao bezerro (” estes”), opondo-se assim a esta atitude.

Tudo isto para ensinar-nos que um ato iníquo só pode se redimido através de uma boa ação que a ela se oponha. Apenas o arrependimento não basta. As palavras de arrependimento são insuficientes. Elas são importantes mas não apagam a impressão do pecado do coração do pecador. Aquele que pecou com crueldade, por exemplo, além do mal que causou ao seu próximo, gravou uma mancha de maldade e crueldade nas paredes de seu coração.

Por isso o entusiasmo maior com o Tabernáculo em relação ao entusiasmo que houve com o Bezerro fez com que houve um reparo na personalidade do povo. Quando uma pessoa demonstra um verdadeiro entusiasmo sobre algo revela sua própria personalidade, eu até diria, Diga-me com que entusiasmas e te direi quem és. O entusiasmo revela nossos anseios íntimos de forma mais clara que qualquer ação concreta.

A pessoa pode doar grandes quantias, quiçá leveda por pressões sociais, ou interesses tributários, sem no entanto ser generosa em seus sentimentos. Por outro lado quando a doação vem acompanhada de entusiasmo, nota-se imediatamente a identificação do doador com a causa, identificação esta que vai alem dos interesses e intenções alheios à própria causa.

Por esta razão quando se faz uma doação tem que fazer com ” fogo”! Com entusiasmo, aí sim esse fogo se transformará em algo bom para sua alma.

Textos judaicos para reflexão: Fonte Beit Chabad

A ética da responsabilidade judaica

Rabino Chefe Da Inglaterra, Professor Jonathan Sacks

Vivemos hoje um estranho paradoxo. Somos confrontados diariamente por imagens de catástrofes globais: terror, terroristas suicidas, danos ao meio ambiente, países e continentes afetados pela pobreza e doenças, além dos desastres naturais como o tsunami que custou tantas vidas há meses. Existe algo natural – um instinto básico de empatia e simpatia – que nos faz querer ajudar quando vemos pessoas sofrendo.

Ao mesmo tempo, com freqüência nos sentimos pequenos e insignificantes. O que podemos fazer para ajudar? O impacto que podemos causar parece inadequado perante a escala dessas tragédias. Há seis bilhões de pessoas atualmente. Que diferença um indivíduo pode fazer? Somos apenas uma onda num oceano de humanidade, poeira na superfície do infinito.

Vivemos hoje um estranho paradoxo. Somos confrontados diariamente por imagens de catástrofes globais: terror, terroristas suicidas, danos ao meio ambiente, países e continentes afetados pela pobreza e doenças…. Existe algo natural – um instinto básico de empatia e simpatia – que nos faz querer ajudar quando vemos pessoas sofrendo.

No livro To Heal a Fractured World tentei contar a história da “ética da responsabilidade” judaica. É uma história para o nosso tempo. O Judaísmo começou com Avraham, um único indivíduo. E continua a ser a fé de um dos menores povos do mundo. Porém os judeus sempre causaram impacto desproporcional aos números. Por quê?

O motivo está na crença radical imbuída no âmago da nossa fé, de que podemos fazer a diferença – e que devemos fazê-la. D’us nos conclama a nos tornarmos Seus “parceiros na obra da Criação”. O Judaísmo não é uma fé que nos leva a aceitarmos o mundo como ele é. É uma fé que nos desafia a fazer o mundo como ele deveria ser. É um grito de protesto contra as injustiças e crueldades aleatórias do mundo.

Em meu livro, “To Heal a Fractured World, explico algumas das idéias principais da ética judaica: tsedacá (justiça social), chessed (atos de bondade), darchei shalom (os caminhos da paz), Kidush Hashem (santificar o Nome de D’us), e o princípio de que “todos os judeus são responsáveis uns pelos outros”. O livro tira seu nome da famosa idéia do místico do século dezesseis, Rabi Yitschac Luria, conhecido como ticun olam – ou seja, que somos chamados para remendar as fraturas do mundo, uma ação por vez, um dia por vez.

Nossa tendência é considerar estas idéias como algo estabelecido como se fossem auto-evidentes, mas não são. Estão enraizadas numa visão singular de D’us, do universo e de nosso lugar nele. O Judaísmo mantém uma visão extremamente alta da dignidade e importância do indivíduo – em oposição às massas, à multidão, à nação, ao império. Não acreditamos que somos manchados pelo pecado original, ou que o destino está totalmente nas mãos da Providência. D’us nos habilita, como um pai sábio capacita seu filho, a crescer, desenvolver-se e exercer responsabilidade. Estamos aqui para fazermos uma diferença.

Originalmente, quando escrevi o primeiro rascunho, presumi que seria de interesse somente dos leitores judeus. Fiquei surpreso quando um não-judeu após outro disseram-me – quando lhes contei em qual livro eu estava trabalhando – que desejavam lê-lo. Foi então que percebi como a ética judaica é relevante para os problemas do século 21. Muitas e muitas vezes, nestes anos que passaram, fiquei surpreso por ver como o público em geral é receptivo à ética judaica, nascida há tanto tempo. A Torá realmente é, como está escrito em Devarim, “sua sabedoria e entendimento aos olhos das nações”.

A ética da responsabilidade é a chave que dá acesso a uma vida satisfatória. No fim, o que nos faz sentir realizados não é o quanto ganhamos, ou o que possuímos, mas a sensação de termos contribuído com algo de valor para o mundo. O livro é minha maneira de dizer obrigado aos milhares de judeus que conheço, que se engajaram em atos de compaixão e generosidade, cuidando dos doentes, confortando os enlutados, oferecendo hospitalidade aos solitários e ajudando aqueles que precisam. To Heal a Fractured World conta sua história, e a fé sobre a qual ela é construída – que todo ato de bondade acende uma vela de esperança num mundo muitas vezes escuro e perigoso.

Tenha uma semana e um sábado de muita paz !

Fernando Rizzolo

As portas céu ? São fechadas pela tristeza, abertas pela prece, e quebradas pela alegria
Rabi Shem Tov

Fontes: Beit Chabad, Reflexões sobre a Torá de Moyse Grylak, Professor Jonathan Sacks

Gallup: 61% dos brasileiros estão ‘insatisfeitos’

Citado na autobiografia de Mark Twain, Disraeli (1804-1881) ensinou que há três tipos de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas.” As pesquisas de opinião, por científicas, produzem estatísticas nas quais se pode confiar até certo ponto. O ponto de interrogação.

Há duas semanas, o instituto Sensus foi às ruas e informou que a aprovação de Lula roça o céu: 69,9%. Há na rede, porém, uma outra pesquisa, realizada pelo norte-americano Gallup com resultado contrastante. Foi realizada em 2007.

Em vez de perguntar ao entrevistado se aprova o presidente ou sua administração, o Gallup quis saber se o brasileiro está satisfeito com os esforços do governo para atenuar os problemas da população mais pobre.

Nada menos que 61% das pessoas ouvidas disseram que não estão satisfeitas com a maneira que o país trata os seus pobres. Mais: 69% acham que o fosso entre pobres e ricos está aumentando no Brasil. A sensação captada pelo Gallup não coincide com os fatos. Órgãos nacionais, como o Ipea, e internacionais, como a ONU e o Banco Mundial, atestam que as desigualdades sociais e de renda vêm se estreitando no país.

O repórter não conseguiu encontrar no sítio do Gallup informações detalhadas acerca da pesquisa feita pelo instituto. Sabe-se que foi feita em 2007, mas não se sabe em que período do ano. Lá no alto, há um vídeo com a apresentação dos dados. Foi pescado pelo repórter no blog TV Política. Infelizmente, a locutora fala em língua inglesa.

Fica, porém, uma sólida impressão: o resultado das pesquisas

Fonte:Blog do Josias/ Folha online/ youtube/ Gallup Poll

Rizzolo: Existem duas formas de se analisar essa questão, o que a comentarista diz, é que muito embora o governo Lula afirma que existem avanços, e que houve uma diminuição entre ricos e pobres, quando a pergunta é feita de forma direta, sem rodeios, concentrando-se na questão como “se o entrevistado está satisfeito com os esforços do governo para atenuar os problemas da população mais pobre”, aí a coisa muda. Até acredito que aconteça isso mesmo, uma coisa seria perguntar se o entrevistado aprova ou não o governo Lula, uma pegunta subjetiva, outra, é perguntar se o entrevistado tem a percepção que diminuiu a diferença entre ricos e pobres, e para essa pesquisa Lula não é aplaudido, e aí se instala a questão controversa. Agora se perguntássemos aos banqueiros se Lula diminuiu a diferença entre os lucros dos Bancos Internacionais e os brasileiros, os banqueiros nacionais diriam que sim com um amplo sorriso, e que nesse aspecto a rentabilidade dos Bancos internacionais estão muito aquém dos nossos. Graças ao socialismo do PT. Interessante, não é?

Para Lula, oposição derrubou CPMF para tentar voltar ao poder

Em novo ataque à oposição, o presidente Luiz Inácio da Silva insinuou nesta quinta-feira, em Fortaleza (CE), que PSDB e Democratas, principais partidos de oposição, votaram contra a prorrogação da CPMF, no final do ano passado, para tentar retornar ao poder.

Eles no final do ano passado derrotaram a CPMF, que era o imposto que a classe média e que os ricos pagavam, pois pobre não trabalha com cheque. Eles tiraram do governo federal quase R$ 40 bilhões. E tiraram por quê? Porque eles diziam: se a gente deixar R$ 40 bilhões na mão desse governo, nós não vamos voltar mais”, disse.

Antes, em Quixadá, no sertão do Ceará, Lula já havia acusado a oposição de tentar impedi-lo de governar, pois os partidos oposicionistas questionam na Justiça a constitucionalidade do projeto Territórios da Cidadania, programa de combate à pobreza rural, que prevê gastos de R$ 11,3 bilhões em 958 cidades e pretende atingir 7,8 milhões de pessoas.

Lula esteve em Fortaleza para anunciar projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), na capital cearense. Ao seu lado no palanque, o governador do Estado, Cid Gomes (PSB), endossou o coro contra a oposição e acusou oposicionista de sabotagem. Cid é irmão do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), principal presidenciável da base governista para 2010.

“Oposição séria tem que tratar com seriedade os problemas do país e tem que, fundamentalmente, apontar os erros do governo, que devem existir, e, naturalmente, procurar criticar para o governo melhore sua ação. Agora, oposição que se cuida 24 horas por dia de tentar sabotar, travar e impedir uma pessoa como o presidente Lula, que nasceu no meio do povo pobre, sabe das dificuldades que o povo enfrenta”, disse o governador cearense.

Folha online

Rizzolo: Se existem duas questões que considero de suma importância, e vejo sim que houve por parte da oposição uma manobra política com a finalidade de prejudicar o governo, ou melhor, o povo brasileiro, foi na manobra contra a prorrogação da CPMF, e agora o questionamento na Justiça quanto a constitucionalidade do projeto Territórios da Cidadania, programa de combate à pobreza rural. Não é dessa forma que se faz oposição, se existem dúvidas em relação ao controle dos recursos aplicados tanto no caso da CPMF (se aprovado fosse), quanto ao uso político do projeto Territórios da Cidadania, que se faça uso dos instrumentos legais disponíveis. Agora, negar e impedir desenvolvimento por motivos obviamente políticos acaba desgastando essa oposição, resultado: eleva a popularidade de Lula. Pode conferir depois.

PSDB e DEM entram no STF contra programa que beneficia os pobres

PSDB e DEM decidiram entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o programa Territórios da Cidadania, lançado pelo presidente Lula para resolver os graves problemas sociais nas regiões mais pobres do país. O programa é considerado pelo governo como o segundo grande passo no combate à pobreza no Brasil, depois do Bolsa Família.

O projeto envolve ações de 19 ministérios, que levarão obras e serviços a regiões carentes, em um total de R$ 11,3 bilhões em recursos. São 958 municípios selecionados por terem baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), ou ainda por critérios como a predominância de assentamentos da reforma agrária, agricultores familiares, além de comunidades indígenas e quilombolas. O programa prevê obras de infra-estrutura e saneamento básico.

A oposição, sem rumo e desesperada com a popularidade crescente do governo Lula, resolveu tentar impedir a implantação do programa. Segundo eles, não pode haver combate à pobreza em ano de eleições municipais. Ou seja, a oposição mostra que não está nem um pouco preocupada com a situação em que vive a população mais carente. Estão preocupados mesmo é com seus interesses mesquinhos e com sua provável derrota eleitoral em outubro. Para o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), a atitude da oposição é injustificável. “Seria uma mesquinharia, uma pequenez injustificável”, disse. “Não podemos deixar de combater a pobreza porque é ano eleitoral”.

Hora do Povo

Rizzolo: Os leitores me escrevem dizendo que ultimamente ” tenho batido no governo Lula” e que antes eu o defendia de forma incondicional. Dizem até que oscilo entre ” o judeu Trotsky e o judeu Sharon ” Isso não é verdade, o defendia sim, contudo, tenho cérebro e discernimento para saber até onde vou baseado nos meus valores e nos compromissos pessoais ideológicos com o povo brasileiro. Assim também o fiz no tocante a Chavez, fui até certo ponto, aí parei, depois que ele se demonstrou um incompetente, um aventureiro em termos de estratégias políticas, um perdido vestido de vermelho. Já em relação a Lula, parafraseando as palavras de D. Cappio,” Lula mudou, agora quem está em cena é Luiz Inácio Lula da Silva”; as afirmativas do religioso procedem, o poder, os interesses políticos, as negociatas partidárias, fizeram de Lula um ” joguete” dos poderosos.

Mas não sou dos que apenas falam para adular a oposição e ” ganhar uns pontinhos”, e nem estou aqui para agradar o PT que há muito deixou de ser um partido idôneo. Mas uma coisa é certa, a oposição se desmoraliza quando passa a ser ” pirracenta”, quando como no caso da CPMF, vê seus interesses em primeiro lugar do que os do povo brasileiro.

O fato do PSDB e DEM decidirem entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o programa Territórios da Cidadania, é o puro exemplo da idiotice política, entender que só porque o ano é eleitoral a população deve ser penalizada, é uma falta de patriotismo que salta aos olhos, é uma ciumeira infantil, onde o pobre fica entre receber do governo e a oposição proibir. Isso chama-se mesquinhez política. O que falta na política brasileira é ética e moralidade para o governo do PT, e patriotismo com senso de justiça social ao PSDB e DEM. Ano eleitoral? E dai? Não vamos avançar no desenvolvimento dos municípios, apenas porque a direita não quer perder as eleições? Ah! Faça me o favor!

Charge de Novaes para a Gazeta Mercantil

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STF mantém liminar que suspendeu Lei de Imprensa

Concedida na semana passada pelo ministro Carlos Ayres Britto, a liminar que suspendeu a vigência de duas dezenas de artigos da Lei de Imprensa foi mantida nesta quarta-feira, por maioria de votos, pelo plenário do STF. A decisão decorre de ação ajuizada pelo líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ).

Dos 11 ministros que compõem o pleno do Supremo, dez compareceram à sessão. Seis deles acompanharam o voto de Ayres Britto: Cármen Lúcia, Ellen Gracie, Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso e Gilmar Mendes.

Outros três ministros –Menezes Direito, Celso de Mello e Eros Grau—, embora vencidos pela maioria, foram além do voto do relator. Advogaram a tese de que toda a Lei de Imprensa, com seus 77 artigos, deveria ser suspensa. Só o ministro Marco Aurélio Mello postou-se contra a decisão de Ayres Britto.

A suspensão de parte da lei não significa que os jornalistas estão fora do alcance da lei. Quando for possível –processos por calúnia, injúria e difamação, por exemplo—deve-se aplicar os códigos Penal e Civil.

Só nos casos em que não for possível aproveitar, por analogia, o que está previsto na legislação ordinária em vigor é que os processos serão paralisados. Ainda assim, o prazo prescricional também será suspenso, até que o STF julgue o mérito da ação do PDT.

Blog do Josias

Rizzolo: É claro que o julgamento do mérito da ADPF (Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental) ajuizada pelo PDT deve ocorrer dentro de seis meses pelo STF, mas não deixa de ser por hora uma vitória. O importante é salientar que os instrumentos legais continuam existindo já capitulados no Código Civil e no Código Penal, o jornalista que se portar de forma inconseqüente responde nos termos legais. A Lei de Imprensa amordaça a democracia e a livre liberdade de expressão impondo uma penalização desproporcional típica dos regimes autoritários. Leia: A esquerda aprecia a Lei de Imprensa. Talvez para se redimir dos palpites indesejáveis de algumas correntes da esquerda, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) mandou uma carta para João Roberto Marinho dando parabéns à TV Globo pela abordagem do problema da dengue na programação. A emissora veiculou campanha publicitária e ainda colocou os participantes do “BBB” vestidos de Aedes aegypti, quando foram então proibidos de entrar na piscina da casa. Em outras palavras, enquanto a esquerda fala mal da mídia reacionária, Lula e seu ministros adulam os os donos da mídia golpista. Ora, eles também querem aparecer na Globo ! Não é ? ( risos..)

Quando a ética está descompensada

Talvez o primeiro filósofo a elucidar a questão da ética, tenha sido Brauch Spinoza, um judeu nascido em Amsterdam em 1632, filho de judeus portugueses, de modesta condição social, emigrados para a Holanda. Spinoza depois de manifestar o seu racionalismo e tendo ele recusado qualquer retratação, foi excomungado pela Sinagoga em 1656, sua principal obra que aborda a questão, chama-se a Ethica (publicada postumamente em Amsterdam em 1677), seu texto é ao mesmo libertário, e se dispõe a relacionar a Ética com as relações de culpa. Já no judaísmo o conceito de ética surge no Pentateuco, onde não há distinção entre regras de natureza legal e de natureza moral; ambas são apresentadas via revelação e se equiparam no que tange à sua autoridade.

O intrigante conceito de ética, avassala o pensamento de intelectuais e filósofos contemporâneos, ao estabelecer os parâmetros do moral aceitável e o mínimo conceituado nos Códigos como no Código Cilvil; na verdade, a expressão dos artigos legais são em última instância o mínimo de ética requerido a uma sociedade. A grande pergunta que se pode fazer é porque existe hoje no Brasil uma ” descompensação ética” na política? Quando me refiro ao termo ” descompensação “, entendo ele extremamente apropriado, até porque, ética se adquire e se perde. Não há que se questionar sobre aqueles que por berço ou falta de convívio, jamais a exercitaram e tampouco sabem distingui-la.

Nesse esteio de preocupação com a questão, surgiu no âmbito do governo federal, a Comissão de Ética Pública, instrumento esse de apoio e acompanhamento da implantação da gestão da ética nas entidades e órgãos que integram o Poder Executivo Federal. Em que pese o fato de a comissão ser balizador das posturas e condutas públicas, a interpretação dos conceitos éticos esbarram nas conveniências políticas e acabam desvalidando tudo que deveria servir de paradigma e orientação no campo da ética.

Quando presidente Lula não se apercebe que a demora no acatamento da orientação da comissão traz prejuízos de ordem moral, os questionamentos se voltam e produzimos dessa forma, uma descompensação da ética; ter ciência que um Ministro do Trabalho, no caso o Sr.Carlos Lupi, acumule o cargo com a presidência de um partido, beneficiando de forma inconteste organizações não governamentais cujos dirigente são filiados ou parentes de filiados do PDT, e permanecer o presidente numa atitude contemplativa, denota omissão e nos leva a concluir que infelizmente os interesses políticos se sobrepõem aos conceitos da moral e da ética.

Com o costumeiro acerto, o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Marcílio Marques Moreira, pediu ontem afastamento do cargo. O mandato terminaria em maio deste ano e poderia ser renovado por mais um ano. Ele nega que a decisão de antecipar sua saída esteja relacionada com a demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em se posicionar sobre a recomendação da comissão que sugeria a demissão do ministro Carlos Lupi, mas fica patente que diante dos fatos não há o que se questionar. São muitas as ocorrências no governo Lula envolvendo a esfera da ética e da probidade. Seria uma ótima oportunidade para que o governo federal demonstrasse sua saúde moral acatando a orientação da comissão numa cabal demonstração de que a “saúde moral” no nosso País não está totalmente descompensada.

Fernando Rizzolo

Remessa de lucros aumenta 387% em janeiro e desequilibra contas externas

A sobrevalorização do câmbio também contribuiu para o mau
desempenho com forte aumento das importações no período

Dados do setor externo divulgados pelo Banco Central apontam em janeiro um déficit de US$ 4,232 bilhões nas transações correntes (contas externas), motivado pelo aumento expressivo das remessas de lucros e da importações. As transnacionais enviaram para as suas matrizes US$ 3,025 bilhões, o que representa um aumento de 387,12% em relação à remessa de US$ 621 milhões ocorrida no mesmo mês do ano passado.

Do lado da balança comercial – que compõem com as contas de serviços e rendas e as transferências unilaterais as transações correntes -, o aumento das importações fez o saldo cair de US$ 2,516 bilhões em janeiro de 2007 para US$ 944 milhões no primeiro mês deste ano.

Nos últimos anos, tem se verificado um aumento vertiginosso das remessas de lucros para exterior, saltando de US$ 6,4 bilhões em 2003 para US$ 21,2 bilhões (2007). É o resultado da desnacionalização da economia brasileira, com a ampliação dos chamados investimentos estrangeiros diretos para compra de empresas brasileiras ou aumento em participações acionárias. Além disso, há os empréstimos feitos pelas matrizes para suas filiais aqui no Brasil. Em janeiro passado entraram US$ 4,814 bilhões, sendo que em todo o ano passado foi de US$ 34,6 bilhões.

Já o crescimento das importações em um ritmo maior do que as exportações se dá, principalmente, em função do câmbio sobrevalorizado, provocado pelas altas taxas de juros vigentes no país, que, de um lado encarece, os produtos brasileiros e, de outro, barateia os produtos estrangeiro

Hora do Povo

Rizzolo: Existem dois fatores preponderantes nesse “fenômeno”, o primeiro é o fato de que o crescimento do País aliado a um câmbio valorizado induz a uma maior quantidade de remessas, o segundo, é conseqüência da desnacionalização da indústria nacional, até porque com a financeirização da economia, o que torna atraente no País é a especulação financeira; recursos voltados para a produção precisam contar com investimentos externos, o empresário nacional não tem como suportar investimentos na produção face as taxas de juros no patamar em que estão. Especialistas tentam justificar o aumento das remessas ” pela necessidade de empresas cobrirem posições no exterior em meio à volatilidade dos mercados “, não é verdade, o que explica mesmo é o simples fato de que especuladores inundam o mercado financeiro de dólar face a especulação, o câmbio de valoriza, e o ambiente para a sangria se instala. Culpa do Meirelles não é, ou melhor, do seu melhor cúmplice, o presidente Lula. E o PT ainda se alça como socialista, hein !

Mesmo sem CPMF, fisco bate recorde de arrecadação

Num instante em que a Receita os “contribuintes” brincam de esconde-esconde ao redor das declarações de Imposto de Renda do exercício de 2007, num momento em que Lula elege a reforma tributária como “prioridade”, o governo informa ao país o seguinte: em janeiro de 2008, mesmo sem a CPMF, o fisco recolheu em impostos e contribuições notáveis R$ 62,596 bilhões.

Trata-se de um novo recorde. Comparando-se com a coleta realizada em janeiro do ano passado, houve um aumento de 20,02%. Recolheram-se a mais, neste ano, cerca de R$ 10 bilhões. Segundo a Receita, deve-se o êxito ao crescimento da economia e ao aperfeiçoamento da fiscalização.

Seja como for, fica no ar uma pergunta: com uma arrecadação assim tão vistosa, até que ponto terá o governo interesse em promover uma reforma tributária que, no limite, transferirá dinheiro para Estados e municípios?

Na manhã desta terça-feira (26), o ministro Guido Mantega (Fazenda) expôs a lideranças da oposição as linhas gerais da reforma. Para os oposicionistas, se quiser de fato aprovar o projeto, o governo terá de interromper imediatamente o envio de medidas provisórias, que travam a atividade legislativa.

Nas palavras do líder de Lula no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a proposta de reforma do governo é marcada pela “neutralidade.” Busca-se, segundo disse, alterar o sistema tributário sem modificar a carga de impostos que a sociedade é obrigada a recolher anualmente. Bóia na atmosfera outra pergunta: por que não?

Blog do Josias/ Folha online

Rizzolo: A disposição do governo em propor a reforma tributária está mais relacionada a uma dinamização da arrecadação do que uma redução da carga em si. Enganam-se aqueles que entendem que o ambiente propício a reforma, se traduz em vontade política de diminuição da carga. Já o recorde de arrecadação deu-se ao crescimento econômico; não tenho a percepção que o aumento em si se tenha dado a um aumento da fiscalização, isso é manobra intimidatória. De qualquer forma, as bases da reforma tributária estão partindo de Guido Mantega da Fazenda e não da Receita Federal, o que no meu entender, por si só, já é um grande avanço. Agora, levar tudo para o campo político com a alegação de que ” até que ponto terá o governo interesse em promover uma reforma tributária que, no limite, transferirá dinheiro para Estados e municípios? ” acho um pouco persecutória. Estados e Municípios precisam sim do recurso, mas tanto a oposição quanto o governo estão com vontade política em avançar. Acho um sinal proveitoso.

Uma nova opção de desenvolvimento

Uma das características da economia brasileira sempre foi a de os meios de produção privilegiarem ou direcionarem seus mercados às classes de maior poder aquisitivo. Com efeito, a população de baixa renda nunca foi disputada pelas grandes corporações, pelos seus produtos, até porque, o desenho e perfil dos bens eram delineados para outro tipo de público, geralmente pertencentes a um poder aquisitivo melhor. Com a inclusão dos 45 milhões de brasileiros nos programas sociais, o foco do mercado passou a integrar esse contingente de novos consumidores. O fortalecimento do mercado interno, como forma de blindar a economia, passou a ser visto como uma política necessária para fazer frente as eventuais turbulências do mercado internacional.

Na complementação do desenvolvimento econômico do mercado interno, as iniciativas que alavanquem o desenvolvimento socioeconômico tomam corpo, e passam a ser determinadas por iniciativas públicas de cunho estratégico. Dessa forma, o Ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unge revelou parceria com alguns Estados, como o Rio Grande do Sul, para implementação de novas políticas industriais e agrícolas aliando o Estado com a vanguarda produtiva emergente, fortalecendo as energias produtivas da maioria: pequenos empreendimentos e empreendimentos emergentes.

Contudo, a iniciativa do Ministério esbarra na dinâmica econômica do País, onde não basta dar o incentivo por parte do Estado, mas dar sustentabilidade do ponto de vista microeconômico, e isso, só se consegue com uma política monetária que privilegie os meios de produção e não apenas o capital. Com efeito, pouco que há que se fazer na implementação do desenvolvimento da pequena e média empresa, com as taxas e juro juro no atual patamar. Não há que se falar em desenvolvimento do mercado interno, quando aquele que necessita crescer, até para compra de bens de capital visando uma produtividade, sente a impossibilidade de investimento face à financeirzação da economia.

O grande desafio, é o desenvolvimento do mercado interno agregando e fazendo uma “inclusão empresarial das pequenas e médias empresas”, oferecendo o Estado financiamento e meios não só inicias de desenvolvimento, mas propiciando um ambiente econômico favorável para que esse novo mercado interno populacional inclusivo, não exclua as pequenas e médias empresas brasileiras. Caso contrario estaríamos promovendo uma inclusão do povo brasileiro, baseado na exclusão do pobre empresário nacional que é a maior vítima da política econômica do banco Central.

Fernando Rizzolo

Ipea mostra caminho para eliminar riscos de apagões no país

As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o setor elétrico são insuficientes para eliminar o risco de apagão de energia nos próximos anos. Essa avaliação está no estudo dos economistas Bolivar Pêgo e Carlos Álvares da Silva Campos Neto, da área de planejamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Eles observaram dois cenários e em ambos constataram que a meta de geração do PAC não é suficiente para atender um aumento da demanda de 6,5% ao ano.

“Apesar da relevância dos investimentos do PAC, estes não são suficientes para eliminar um possível risco de insuficiência da oferta de energia elétrica no Brasil, ainda que se considere não haver atrasos no cronograma de suas obras”, afirma o texto. A conclusão do estudo “O PAC e o setor elétrico: Desafios para o abastecimento do mercado brasileiro (2007-2010)”, ressalta que a garantia de abastecimento do mercado, até 2013, “está correndo sério risco”.

Um dos cenários avaliados utiliza dados do Ministério de Minas e Energia. Os números mostram que o país chegará a 2010 com déficit de 9,3 mil MW (megawatts) – que poderá chegar a 13,5 mil MW no ano seguinte. “Tal cenário indica dificuldades crescentes de garantia de abastecimento do mercado de energia elétrica para os próximos anos”, aponta o estudo.

No segundo cenário, mesmo com a adição prevista de 12.386 MW de obras do PAC, os economistas indicam que não serão suficientes para atendimento do crescimento da demanda de 6,5% no período, calculada com base em incremento do PIB de 5% ao ano.

O estudo acrescenta que “algumas medidas devem ser tomadas para amenizar o risco de desabastecimento”. Entre elas, viabilizar dois ou três navios conversores de Gás Natural Liquefeito (GNL), aumento da capacidade das caldeiras das usinas térmicas movidas a bagaço de cana, além da entrada em operação das térmicas movidas a óleo combustível.

Fonte: Valor Econômico

Rizzolo: Não existe crescimento sem a demanda de energia, fica claro através deste estudo, que em 2010 a 2011 o cenário energético ficará crítico. Uma das medidas que não compõe o escopo técnico que é o essencial, é claro, é a diplomacia. Eu mesmo já havia dito e escrito um artigo na Agência Estado, analisando como foi providente a postura diplomática por parte do governo em relação à Bolívia quando da nacionalização dos hidrocarbonetos. A direita gritava até para uma invasão naquele País, o governo não os ouviu e agiu com prudência. Agora o que falta neste governo é planificação, competência em gestão, olhar adiante. O que se tem feito nessa área energética? O que eu tenho visto é muita conversa e pouca ação, até para não admitirem os erros.

Lula decide despejar R$ 11,3 bi em 958 municípios

Oposição enxerga na iniciativa inspiração ‘eleitoreira’

A semana brasiliense começou com o anúncio de um novo programa do governo. Chama-se “Territórios da Cidadania”. Prevê o repasse de R$ 11,3 bilhões para 958 municípios. Dinheiro destinado a tonificar projetos já existentes, tocados por 19 ministérios. O objetivo, diz o governo, é reduzir desigualdades sociais, tonificando o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de localidades carentes.

Conversa fiada, acredita a oposição. Para lideranças do DEM e do PSDB, o objetivo não declarado do governo é o de favorecer candidatos governistas em ano de eleições municipais. Cogita-se até recorrer contra o programa à Justiça Eleitoral.

“Não se questiona investimento, mas a oportunidade de investimento”, diz José Agripino Maia (DEM-RN). “O governo não disse que estava quebrado sem a CPMF? Como lança, então, esse programa agora?” Sérgio Guerra, presidente do PSDB, resumiu o novo programa de Lula com uma palavra: “Estranho.”

Seja como for, as prefeituras beneficiadas –mesmo aquelas geridas por políticos oposicionistas— não devem receber com nenhum tipo de estranheza os repasses de Brasília, quando a verba começar a pingar nas suas searas.

Blog do Josias

Rizzolo: Ah!, mas essa oposição realmente trabalha contra o Brasil. Não é possível fazer oposição só por fazer; não é possível se apequenar a tudo que se diz respeito ao desenvolvimento social, com as alegações de programa eleitoreiro. Entender que o repasse de R$ 11,3 bilhões para 958 municípios alavancando o desenvolvimento desses municípios deve ser recusado, apenas por que tem eles receio de perderem a eleição é uma tremenda demonstração de anti patriotismo dessa cambada. Esse raciocínio de direita atrasada, é o que faz a essência da falta de discurso da direita, à altura para fazer crescer o debate político e discutir o Brasil. Esses são os argumentos da direita? Vamos ser coerentes, e torcer para o povo brasileiro. Não fazer oposição por oposição. Assim eles( DEM e PSDB) apenas se desmoralizam, e a popularidade de Lula sobe.

Luis Nassif: “A ilusão da dívida externa”

Primeiro, vamos definir melhor o que vem a ser essa história de “zerar a dívida externa brasileira”, motivo de muita comemoração na sexta-feira passada. A dívida externa pública fechou 2007 em US$ 70,1 bilhões, enquanto a privada ficou em US$ 127,6 bilhões. Como lembra o economista Sérgio Vale, da MB Associados, a dívida pública já estava quitada desde maio de 2007.

De qualquer modo, para ter tranqüilidade, o pais precisa dispor de reservas em dólares para garantir a quitação de ambas as dívidas. De acordo com projeções da consultoria, em 2008, a dívida externa pública deve recuar, enquanto as empresas devem ampliar os financiamentos no exterior para novos investimentos. A dívida pública deve ficar em US$ 65 bilhões, enquanto a privada deve ir para US$ 145 bilhões. A dívida total deve chegar a US$ 210 bilhões, próximo ao que o pais vai ter de reserva ao longo do ano, diz ele.

É garantia se segurança externa? De fato, não. O passivo externo líquido – que considera, além da dívida externa líquida, os investimentos estrangeiros no Brasil – tem crescido consideravelmente, saltando de US$ 297 bilhões em 2004 para US$ 472 bilhões até o primeiro semestre de 2007.

Em dezembro do ano passado, a carteira de investimentos estrangeiros em ativos variáveis chegou a US$ 214 bilhões – 77,4% em ações e 19% em renda fixa e títulos públicos. É um dinheiro que pode ser retirado a qualquer momento, dependendo da vontade do freguês. Levando em conta esse valor, o passivo externo de curto prazo brasileiro é de US$ 210 bilhões, estima a economia Daniela Prates, do Departamento de Economia da Unicamp.

Como existe muito investimento estrangeiro em carteira variável, em caso de agravamento da crise parte desses recursos irão para fora.

E aí se entra na estratégia equivocada do Banco Central e do Ministério da Fazenda.

Há duas maneiras de se analisar as contas externas: pelo critério de fluxos (o que entra e sai em dólares) e pelo critério de estoques (dívida x reservas cambiais).

A economia brasileira ficou blindada contra a crise quando o fluxo cambial tornou-se positivo, garantido pela balança comercial. O saldo comercial é o que dá segurança, que garante maior receita para o pais, maior emprego e é menos volátil (isto é, está menos sujeito a mudanças de humores do mercado).

Desde o Real o Banco Central tem insistido em derrubar o valor do dólar, encarecendo o preço dos produtos brasileiros no exterior. A cada ano que passa vão caindo os saldos comerciais.

Mais que isso: o país paga um preço terrível, com a produção nacional sendo substituída por importados e as exportações dependendo cada vez mais de produtos primários.

O que poder segurar a queda do dólar é o receio dos investidores externos com a proximidade da hora da verdade (o momento em que o fluxo cambial ficar negativo). Ao acumular reservas cambiais, o pais paga um custo altíssimo (já que tem que adquirir dólares com a emissão de títulos públicos). E essa reserva excessiva dá uma sobrevida ao movimento especulativo dos que ganham bilhões.

As reservas não resolvem, e ajudam a agravar o problema futuro do pais.

Fonte: Blog do Nassif

Rizzolo: É claro que o importante é a constituição do saldo comercial, e saldo comercial se faz com exportações, e indo mais adiante, exportações se fazem com dólar acessível. Ora, como a política dos nobres representantes dos Bancos internacionais representados pelo BC de Meirelles é a alta rentabilidade financeira, a custa dos juros estratosféricos, quem lucra com isso são os especuladores, acompanhados da enxurrada dos “dólares nervosos” que da mesma forma que vem, vão embora. Com isso, o efeito é real valorizado, que imobiliza a nossa indústria nacional que acaba se tornando não competitiva. O pior, essa política incentiva as importações piorando dessa forma, o cenário do saldo comercial. É um entendimento econômico que visa e prestigia a financeirização da economia, o resto é propaganda aos incautos como diz Nassif, é própria ” A ilusão da dívida externa “.

Investir na Habitação é investir em dignidade

Um estudo elaborado pela FGV Projetos para o SindusCon SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil paulista), indica que o País precisa de 27,7 mi de moradias até 2020 esse é o número necessário para atender crescimento das famílias e eliminar o déficit habitacional. Com esse número poderíamos zerar o atual déficit habitacional e acabar com cortiços e favelas. Para chegar a esse número, a FGV considerou que, em 2020, o país terá 21,1 milhões de novas famílias -no ano passado, eram 59,1 milhões de famílias.

O cálculo prevê eliminar as 2,431 milhões de moradias habitadas por duas ou mais famílias e as 3,548 milhões de moradias inadequadas, como as favelas -segundo os últimos dados da PNAD (IBGE) de 2006. O estudo também constatou que cerca de 70% a 75% dessas 27,7 milhões de moradias têm de atender as famílias com renda familiar de até dez salários mínimos, já que essa faixa de renda é a mais carente de habitação e é a que mais cresce.

Para tanto precisamos nos voltar a uma forte política de inclusão na área de habitação à população de mais baixa renda. A inclusão habitacional é tão necessária quanto a inclusão a outras áreas como saúde, educação e a alimentação. O setor da construção civil, tem um componente extraordinário de geração de emprego, alem disso, uma política voltada a essa faixa da população voltaria a descentralizar os bairros nas grandes capitais. Recursos do Estado voltados para o financiamento a longo prazo nesse segmento da população de mais baixa renda é essencial nessa fase de crescimento do País.

O Estado como parceiro da iniciativa privada no financiamento dos recursos necessários, deve empreender uma planificação das construções juntamente com o Ministério das Cidades, visando beneficiar áreas situadas em cidades ao redor das capitais num raio de 20 a 30 Km, até por que, os terrenos são de menor custo e o acesso à Capital é extremamente fácil, alem disso, trará desenvolvimento para pequenas cidades vizinhas que margeiam as Capitais dos Estados. É hora de investir na habitação gerando dignidade ao povo brasileiro.

Fernando Rizzolo

Charge de Clayton para O Povo (CE)

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A “esquerda” aprecia a Lei de Imprensa

Ainda me lembro como se fosse hoje. Estávamos assistindo uma aula de Introdução ao Estudo do Direito, e de repente, entra na sala de aula, o presidente do Diretório Acadêmico e pede licença ao professor. Era o início das aulas no ano de 1974, e o pedido era para que a aula fosse interrompida para que nós, alunos, pudéssemos participar de uma reunião no ‘ coletivo”, contra ” a falta de liberdade de expressão” imposta pela autoritária Lei de Imprensa editada em 1967. Várias correntes da esquerda, na época, promoviam o debate, uma das quais fazia eu parte, era como diria um… ” inocente útil “. O jornal O Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo, eram censurados, jornalistas processados, e as esquerdas cerravam fileiras na luta pela liberdade de expressão que, após a abertura política, e com a consagração da nossa Carta Magna, tais liberdades foram comtempladas pela Lei maior.

Mas parte das esquerdas mudaram, ficaram mudas, ganharam parte do poder com o PT de Lula, e agora, imaginem, rechaçam a liberdade de expressão, atacando aqueles, muitos dos quais, na época em que lhes interessava a ” livre opinião”, estavam ao seu lado. Este é o perfil de algumas esquerdas do Brasil, digo algumas porque nem todas aprovam o autoritarismo, nem todas como as ligadas à Igreja assim entendem, nem todas reesposáveis e democráticas assimilam o teor stalinista na defesa dos interesses particulares e pessoais. Posso falar sobre isso de forma confortável, como ex. militante da esquerda, quando ela realmente representava um avanço na defesa das liberdades democráticas. Hoje algumas esquerdas vivem de chancelar tudo o que Lula diz, e tudo o que o PT apregoa. O pior mesmo, é ver o presidente Lula, talvez influenciado por estas ” esquerdas”, insinuar que o direito ao socorro do provimento jurisdicional baseado em tal Lei, é válido, e não questionar os fundamentos autoritários dessa Lei que amordaça o livre pensamento.

Com o costumeiro acerto, o ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, em caráter liminar, parte da Lei de Imprensa. Ao anular, ainda que temporariamente, processos e condenações, o judiciário agiram em nome da democracia e do bom senso, e não como apregoam as “esquerdas” desesperadas, alegando que “o provimento jurisdicional abriu as portas do paraíso para que a mídia use e abuse de seu poder para destruir reputações e acuar inimigos políticos”.

As verdadeiras esquerdas existem no Brasil, são democráticas, não tem medo do debate, e jamais foram contraditórias com seu passado de luta. Se conversarmos com um militante do Partido Socialista Francês, e dizermos que algumas esquerdas defendem uma Lei dessa natureza, realmente ele vai no mínimo dar risada. Uma democracia se faz sem medo. Sem se intimidar ao debate, despida de recursos autoritarescos, e se o presidente Lula quer mesmo agradar a Igreja Universal, o bispo Edir Macedo que é sim um grande líder, deve rechaçar essa Lei que irá com certeza prejudicar a essência do caráter democrático do grande jornal que o bispo pretende empreender. O Código Civil, e o nosso Código Penal, já prevê instrumentos suficientes de ressarcimento aos danos causador por terceiros, basta essas ” esquerdas” estudarem e perderem o medo de serem felizes, fazerem uma terapia de ” vidas passadas ” e relembrarem as bandeiras que defendiam outrora.

Fernando Rizzolo

Ao assumir lugar de Fidel, Raul acena com mudanças

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A Assembléia Nacional de Cuba reuniu-se, neste domingo (24), para “eleger” o “novo” presidente da ilha. Eleição, como sempre, sui generis. Nada de novo no front cubano. O candidato era único e conhecido. Confirmou-se no comando o general Raul Castro, 76, que já respondia pelos negócios de Cuba há nove meses, desde que Fidel, seu irmão mais velho, recolhera-se ao estaleiro.

De novo, apenas uma promessa. Ou, por outra, dois acenos. Raul prometeu “eliminar proibições” e rever o tamanho da máquina estatal cubana, tornando-a “mais eficiente.” Que proibições serão revogadas? Ele não disse. Qual será, doravante, o tamanho do Estado? Tampouco informou.

Sabe-se, por meios de vagas impressões e sentimentos dispersos, que a Cuba de Raul Castro caminha para uma transição de modelo. O que não se sabe é para onde transitará a ilha.

Diz-se que o irmão de Fidel é fã do modelo chinês, que mistura abertura econômica e fechamento político. A dissidência exilada em Miami espera pouco, mas pede muito: “Raul governa Cuba junto a Fidel há 49 anos. Não vemos nada de novo, somente a continuidade do regime”, diz, por exemplo, Janisset Rivero, do Diretório Democrático Cubano.

“As mudanças em Cuba somente vamos ver quando liberarem os presos políticos, quando forem legalizados os partidos políticos e forem convocadas eleições livres, não esta farsa eleitoral que fazem, e quando forem democratizados os meios de comunicação”, acrescenta Rivero.

O primeiro mandatário estrangeiro a felicitar o “novo” presidente cubano foi Hugo Chávez. Se depender do presidente venezuelano, Raul Castro deslizará rumo à mesmice: “Raúl sempre esteve ali, praticamente invisível, mas trabalhando o mais possível, fiel à revolução, ao povo cubano e fiel até a medula ao seu irmão mais velho, Fidel Castro.”

Blog do Josias/ Folha online

Rizzolo: Na verdade a mudança vai ocorrer mais do ponto de vista formal, não no conteúdo político; a idéia de uma dinamização do Estado, tornando-o menor e mais produtivo é essencial, até porque isso nunca foi feito. Num primeiro passo, acredito que Cuba seguirá um tipo de socialismo de mercado nos moldes da China, onde o poder centralizador continuará durante um bom tempo determinando as condutas econômicas. Chavez tem contribuído com petróleo barato, mas pouco pode interferir em questões primordiais como a suspensão do embargo americano.

Fica patente que se um governo democrático for eleito nos EUA, e quando digo democrático, neste caso me refiro a Barak Obama, que em suas declarações se diz a favor da suspensão desse imbecil embargo, a situação irá melhorara; os EUA tem interesse nos 11 milhões de consumidores cubanos.

O regime cubano, no meu entender, terá um dia uma democracia participativa, até por influência de outros países parceiros como a Venezuela. Contudo, na essência do pensamento político cubano ainda existem elementos pouco ambientados a liberdade de expressão, ao exercício do pensar, efeitos do anacronismo stalinista que imperou na ilha ceifando as idéias da intelectualidade. Talvez aquilo que os apreciadores da Lei de Imprensa pretendam um dia aqui impor, a mão pesada da Justiça para aqueles que se expressam contrários aos seus interesses.

Jobim propõe conselho de Defesa sul-americano

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O ministro da Defesa, Nelson Jobim, propôs ao governo argentino a criação do Conselho Sul-americano de Defesa, que contaria com a participação de todos os países da região.
O objetivo, disse Jobim, é a definição de um mesmo discurso sobre defesa em fóruns internacionais e a construção de um “parque industrial” comum neste setor.

“Essa indústria seria privada, mas com nichos para a presença estatal. Não se pode pensar nenhum avanço tecnológico das Forças Armadas da América do Sul sem que se tenha, no próprio continente, a capacitação dos insumos necessários (para esta área)”, afirmou.

“Por exemplo, num submarino de propulsão nuclear, o combustível tem que ser brasileiro. Se não, não faz sentido”.

Armas

Jobim ressaltou que esta indústria conjunta incluiria a produção de armas para as Forças Armadas e outros tipos de insumos para o setor de defesa. ”

Não se justifica que para se mobilizar as Forças Armadas de um país seja necessário depender de insumo de estrangeiros”, declarou.

Em Buenos Aires, Jobim se reuniu com a ministra da Defesa da Argentina, Nilda Garré, e com os chefes das Forças Armadas que, segundo ele, apoiaram a iniciativa da criação do conselho de defesa.

Jobim contou que deve se reunir no mês que vem com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para discutir a proposta, a mesma que levará até junho a todos os países da América do Sul.

Quando perguntado se este conselho representaria uma espécie de OTAN da região, ele discordou.

“OTAN não, não tem sentido. Essa é uma solução antiga, do pós-guerra”.

Comitiva de Lula

Jobim esteve em Buenos Aires como integrante da comitiva do presidente Lula. Na sexta-feira, autoridades brasileiras assinaram 17 acordos com o governo argentino, entre eles o que prevê o enriquecimento conjunto de urânio para fins pacíficos.

Sobre o tratado na área nuclear, o ministro comentou ter conversado sobre a criação de uma empresa e de um reator binacional.

“Seria reator para a propulsão de um submarino e também para energia, importante para o continente”.

Não é a primeira vez que o ministro propõe a criação de um submarino nuclear.

Jobim disse que no caso do acordo entre a Argentina e a Embraer ficou decidido que ele está condicionado à compra de aviões da empresa brasileira por parte do governo da presidente Cristina Kirchner.

A Embraer ofereceria manutenção e compraria peças da empresa argentina Área Material de Córdoba (AMC), mas desde que a Argentina confirme a compra de seus aviões.

BBC Brasil

Rizzolo: Tenho afirmado exaustivamente neste Blog, que a empreitada de compra de armamento vinculada a uma “transferência de tecnologia” é uma ilusão que chega às raias da infantilidade. Sou Advogado, não sou do ramo, mas qualquer militar, e os que já conversei inclusive do meu rol de amizades, confirmam; jamais empresas internacionais vão transferir tecnologia militar. Outro dia jantando na casa de amigos com um Brigadeiro que participou de projetos vinculados à indústria bélica brasileira em São José dos Campos, me disse categoricamente o que sempre afirmo : se não investirmos na capacitação tecnológica do nosso corpo técnico, formando profissionais altamente qualificados, até para absorver tecnologia, jamais teremos uma indústria bélica. A ” receita do bolo” vinda no manual de instrução, de presente pela compra dos equipamentos, é uma ilusão infantilóide. A China, e outros países asiáticos, investiram na capacitação profissional, até para saberem copiar projetos; mesmo a Argentina durante certa época investiu muito no desenvolvimento nuclear, na capacitação tecnológica de seus técnicos.

Talvez agora, Jobim tenha chegado a conclusão que unir esforços nesse sentido junto aos países da América Latina seja uma saída. Não é uma má idéia, mas o importante é deixar de acreditar em “conto de carochinha”, e que algum País venda seu submarino nuclear transferindo a tecnologia de fabricação do mesmo passo a passo. Isso é uma besteira. Vão é morrer de rir de nós, pobres brasileiros.