“Eles têm vaca louca e ficam dando palpite”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenando o veto imposto pela União Européia (UE) à importação da carne bovina brasileira. Na sexta-feira, o presidente recebeu políticos do Mato Grosso do Sul, que foram pedir ao governo que faça pressões pela fim do bloqueio. De acordo com o deputado federal Waldemir Moka (PMDB-MS) cerca de 40% da carne brasileira exportada vem do Estado.
Na semana passada, a UE decidiu suspender a importação de carne bovina brasileira, alegando que o país não oferece garantias sanitárias suficientes. Em nota oficial, o Ministério da Agricultura negou falhas no sistema de controle sanitário e classificou a decisão como “injustificável e arbitrária”. Segundo relato dos presentes na audiência, entre os quais o governador do Mato Grosso do Sul, André Pucinelli (PMDB), Lula concordou que o embargo ocorreu por interesses econômico-financeiros e não por questões sanitárias.
Na mensagem encaminhada ao Congresso Nacional, quarta-feira (6), na abertura dos trabalhos legislativos, Lula destacou a integração sul-americana como objetivo prioritário da atuação internacional brasileira. “O Mercado Comum do Sul (Mercosul) constitui o mais importante alicerce do projeto de integração regional. Um projeto que vem avançando não só em termos comerciais, mas também nos níveis político e sócio-cultural”, disse.
O presidente ressaltou que, no ano passado, continuou intenso “o intercâmbio de visitas entre mandatários sul-americanos, com a conclusão de inúmeros acordos e medidas concretas de aproximação”. A mensagem foi lida na sessão de reabertura dos trabalhos legislativos.
Lula fez um balanço das atividades do governo no ano passado, destacando o lançamento e a consolidação do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) como um marco das ações. “O Brasil inteiro começará a sentir de perto os efeitos da implantação das ações do PAC, transformando-se cada vez mais em um verdadeiro canteiro de obras”, diz o texto, lembrando que, até 2010, R$ 504 bilhões vão ser investidos em rodovias, ferrovias, hidrovias, energia, portos e aeroportos, habitação, água potável e saneamento básico por todo o país.
Ele afirmou ainda que segurança, saúde e educação serão áreas prioritárias para o governo em 2008. O presidente lamentou a não-aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), observando que a rejeição da prorrogação do imposto impediu a destinação de mais recursos para a saúde, o que permitiria, por meio da aprovação do PAC da Saúde, que crianças de escolas públicas passassem a ter consultas médicas regulares.
Lula comemorou a criação de 1.617.632 empregos com carteira assinada e o crescimento de 7% da massa salarial, fatos que contribuíram para o aumento do número de famílias que migraram das classes D e E para a classe C. “O amplo mercado de massas que está sendo criado em nosso país não apenas é um sinal efetivo dessa vigorosa mobilidade social como significa um dos sustentáculos da retomada do nosso crescimento econômico”, frisou.
Hora do Povo
Rizzolo: Infelizmente nem tudo na vida política se resolve com esta lamentação de Lula. É claro que os produtores irlandeses pressionaram o mercado europeu na venda de seus produtos, até porque, cumprem eles à risca com todas as exigências da UE. Agora, não é com lamúria desse tipo que vamos resolver a questão da carne brasileira no mercado europeu. O governo foi inábil em apresentar quando do requerimento 2.000 propriedades ao invés das apenas 300 requeridas.
O próprio ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que muitas das unidades relacionadas apresentavam ” deficiências burocráticas “, em outras faltavam informações essenciais a respeito da sanidade do rebanho. Ou seja, demorou para agir, e foi relapso. Apostava o governo, na falta de determinação dos europeus em ” relaxar ” as exigências, tudo ao modo negligente, descontrolado, ineficiente, típico do governo petista. Como sempre o discurso do PT é bom, tão bom que até eu um dia acreditei e apoiei Lula sem ser petista. Não há díuvida, que houve avanços, temos que reconhecer, contudo, na prática, observa-se que já a partir do segundo e terceiro escalão a maioria do governo é constituída de ex líderes comunitários, que não tem o menor nível para gerir a ” Res pública”.(coisa pública). Não existe preparo nem probidade administrativa. A prova está no que estamos vendo na questão dos cartões corporativos.