WASHINGTON (Reuters) – Os Estados Unidos defenderam na segunda-feira o diálogo como forma de resolver a atual disputa entre Colômbia e Equador, e disseram, num recado à Venezuela, que outros países não devem se envolver.
Tom Casey, porta-voz do Departamento de Estado, disse que os EUA apóiam os esforços da Colômbia para reagirem à ameaça representada pela guerrilha marxista Farc, mas também entendem a preocupação do Equador com infiltrações desse conflito em seu território.
No fim de semana um bombardeio colombiano contra um acampamento rebelde no lado equatoriano da fronteira matou o dirigente guerrilheiro Raúl Reyes.
O Equador protestou contra a violação de seu território, e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deslocou tropas e tanques para a fronteira com a Colômbia e ameaçou usar a força, caso Bogotá faça uma infiltração semelhante contra o seu país.
“A forma para que quaisquer diferenças a respeito desta ação militar em particular sejam dirimidas é por meio do diálogo entre os dois países. Isso é do interesse de todos, e certamente é o que estamos incentivando o governo da Colômbia e o governo do Equador a fazerem”, disse Casey a jornalistas.
“Não acho que ninguém a esta altura deveria estar falando em ação militar”, acrescentou, num claro recado a Chávez, principal adversário de Washington na América do Sul.
“Não vejo realmente que haja qualquer papel em especial para qualquer outro país, certamente não há uma papel militar para eles nesta questão”, acrescentou o porta-voz, quando questionado especificamente sobre a atitude de Caracas.
Casey disse ainda que Washington apóia a oferta feita pela Organização dos Estados Americanos (OEA), para que haja um fórum de mediação entre Bogotá e Quito.
Ele disse desconhecer qualquer participação ou conhecimento prévio dos EUA na ação colombiana, mas afirmou que Washington “entende e apóia plenamente a necessidade de o governo colombiano lidar com as ameaças constituídas por esta organização terrorista e a elas reagir”.
Por outro lado, ressalvou, “entendemos as preocupações que o governo equatoriano tenha apresentado.”
Folha online
Rizzolo: É lógico que os EUA apoiaram essa operação, contudo, não é do interesse americano um conflito maior na América Latina, até porque, a desestabilização da região afetaria os interesses econômicos. Chavez, por sua vez, numa frontal manobra diversionista, se coloca de forma belicista para angariar a simpatia das esquerdas infantis da América Latina e chancelar sua teoria conspiratória de que os EUA querem destrui-lo.
Na verdade, o governo americano age em duas frentes, uma apoiando o combate à guerrilha na Colômbia, outra fazendo “vistas de mercador” a tudo que Chavez fala; fica claro que enquanto a Venezuela fornecer normalmente petróleo aos EUA, pode Chavez falar o que quiser, se porventura mudar o quadro, o endurecimento surgirá.
Politicamente Chavez está desmoralizado, sua postura belicista tem endereço certo: o resgate da imagem de protetor junto à população pobre venezuelana, vez que a foi perdendo na medida em que a oposição avançou. Pura falta de competência, poderia se dar melhor se fosse ideologicamente mais sedutor, mais astuto. Seu estilo já cansou o povo venezuelano, agora pretende através de um ” inimigo ” unir novamente a Venezuela em torno da sua pessoa, falando alto, e vestido de vermelho…