Era um dia como outro qualquer, por volta de 1976, acredito que muitos dos leitores nem sequer tinham nascido, eu ainda estudante de Direito observava, e natural era na minha idade, que o número de pensionatos femininos principalmente os de freiras, aumentavam na Capital paulista face à procura por parte das meninas do interior do Estado a ter um lugar para morar pois vinham para a nossa cidade, estudar, trabalhar e desenvolverem profissionalmente; naqueles idos o interior começava a se desenvolver também, porem aqui as oportunidades eram bem maiores.
Para os familiares das garotas, os pensionatos de freiras eram a garantia de que o cuidado de casa estava garantido. Uma observação, namorados jamais podiam adentrar, apenas uma campainha do lado de fora avisava a uma freira que o namorado tinha acabado de chegar, buscando-a para sair, e naquele instânte, a garota era avisada e informada do horário que deveria voltar. Velhos tempos…
A partir dos anos 80 o contingente feminino que se inseriu no mercado de trabalho aumento por demasia, as mulheres se tornaram médicas, engenheiras, advogadas, profissionais liberais, e muitas acabaram ingressando no mercado financeiro e outras áreas. Na política também não foi diferente, o papel decisivo na participação política da mulher quer no Brasil, como em outras partes do mundo aumentou, o diferencial feminino está no fato de que as mulheres são mais sensíveis no trato com as coisas da política e dos negócios, tem elas, a capacidade conciliadora mais aguçada, e possuem acima de tudo, mais ” inteligência emocional”.
Não é à toa que na área de responsabilidade social as mulheres dominam o setor, talvez em face à sensibilidade e a indignação em relação aos mais humildes e desprotegidos, façam das mulheres a alavanca para a determinação na luta pelos necessitados de toda a ordem. Mas o leitor deve se perguntar do porque desta reflexão sobre o papel da mulher na sociedade, e eu responderia de forma breve: nós homens, temos um mundo mais restrito no campo sócio político; cada vez mais o espírito de conciliação tão necessário nos negócios e na política nos impõe a sermos comedidos e conciliadores, e essa postura aos homens é mais rara e difícil de ser exercitada, já em relação às mulheres, isso é mais acessível, a mulher sempre foi mais condicionada a aceitar e tentar conciliar os problemas já desde o âmbito familiar, e isso faz a grande diferença, que a meu ver, leva as mulheres a serem destaques em muitas áreas onde outrora era apenas de domínio masculino.
Gostaria em meu nome e em nome da minha esposa Cláudia Bonfilglioli cumprimentar todas as mulheres do Brasil pelo seu papel no desenvolvimento do nosso País, e pela determinação em liderar e promover como verdadeiras guerreiras, a alegria e a sensatez que expressam pelo sorriso e pelo seu amor, no seu dia a dia, nos lares, no trabalho, nesse imenso Brasil; mesmo naqueles locais onde a tristeza insiste em ficar, a mulher como num gesto de mágica sai à luta trazendo consigo o olhar da esperança, da amizade, e da conciliação, que muito mais se assemelha ao olhar de uma criança, que tem a doçura no gesto e a força da determinação em fazer acontecer quem sabe, um dia melhor.
Dedico este artigo a minha esposa Claudia Bonfilgioli, presidente das Casas Hope, e a todas as mulheres do Brasil pelo Dia Internacional da Mulheres e em especial aquelas, que com carinho, são leitoras do meu Blog do Rizzolo
Fernando Rizzolo