Homenagem a Israel gera polêmica em Salão do Livro de Paris

A homenagem feita a Israel no Salão do Livro de Paris, a ser inaugurado nesta quinta-feira pelo presidente israelense, Shimon Peres, causou grande polêmica e provocou o boicote de inúmeros países árabes e até mesmo de alguns escritores israelenses ao evento, em protesto contra a política de Israel nos territórios palestinos.

Israel é o convidado de honra do maior evento literário da França, visitado por cerca de 200 mil pessoas, por ocasião do 60° aniversário da criação do Estado hebreu. Participam das homenagens 39 escritores israelenses.

Após o apelo de boicote lançado pela Liga Árabe, inúmeros países, incluindo o Líbano, tido como o bastião da língua francesa no mundo árabe, decidiram não participar do evento.

“Todos os países árabes francófonos, como a Tunísia, a Argélia e o Líbano declararam que deixarão seus estandes vazios”, informou à BBC Brasil a assessoria de imprensa do Salão do Livro de Paris.

“O Marrocos não declarou oficialmente o boicote, mas sabemos que o país também não participará”, diz a assessoria.

Outros países árabes que não tinham pavilhões oficiais, como o Irã, o Iemen, a Arábia Saudita e Omã também boicotam o evento, como ainda a União dos Escritores Palestinos e associações de editores egípcios, argelinos e marroquinos.

Literatura

O Sindicato Nacional da Edição da França, que organiza o salão, ressalta que “é a literatura israelense que está sendo homenageada e não o Estado de Israel”.

O presidente Shimon Peres, em visita oficial à França desde segunda-feira, lamentou o boicote e disse que os escritores que não participam “estão punindo a si mesmos”.

“Sou contra o boicote dos livros. Eles são feitos para despertar a reflexão, para tentar unir idéias”, declarou Peres após um encontro com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Como Sarkozy participa de uma reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, a ministra da Cultura, Christine Albanel, deve inaugurar o salão ao lado de Peres.

O evento ocorre sob fortíssimo esquema de segurança. Os visitantes terão de passar por detectores de metal e terão seus pertences vasculhados.

Além de autores árabes, alguns escritores israelenses, poucos, no entanto, como o poeta Aaron Shabbtaï, também boicotam o salão.

“Será uma ocasião para Israel fazer propaganda e se apresentar como um Estado que tem uma cultura e esconder que eles estão cometendo crimes terríveis”, disse Shabbtaï.

No entanto, mesmo autores isralenses críticos em relação à política de seu país participam do salão e criticam o boicote.

Um dos mais famosos escritores israelenses, Amoz Oz, disse que “os que estão boicotando o salão não se opõem à política israelense, mas sim à existência do Estado de Israel”.

O Salão do Livro de Paris ocorre até o dia 19 de março.

BBC Brasil

Rizzolo:Isso é o tipo de demonstração da letargia intelectual de alguns países, que misturam a conduta de um Estado com a produção intelectual desse mesmo Estado. Uma coisa nada tem a ver com a outra. Um boicote a uma homenagem feita a escritores de Israel, denota uma visão pobre e medíocre desses países árabes. Hoje, mais do que nunca, precisamos através de todos os meios, inclusive o artístico, promover um entendimento na questão palestina; não vejo como instrumento de avanço o ódio. Agora, não reconhecer a contribuição judaica na literatura, na ciência, e na tecnologia, é se apequenar e se entregar ao radicalismo obtuso. O que certos grupos insistem, é em acabar com o Estado de Israel, e isso é tão ilógico quanto não aceitar que o povo palestino tenha direito a um Estado. Vamos evoluir, e tenho certeza que o povo judeu tem muito ainda a oferecer para a humanidade, principalmente na área cultural. Aliás, por falar em ódio, tenho pensado muito, principalmente durante minha reza da manhã (Shacharit), quando coloco meu Tefilin, sobre os meninos mortos no ataque ao seminário rabínico de Mercaz Haravyeshiva. Não é assim que iremos resolver conflitos. A história nos mostra que os árabes na época da Inquisição acolheram os judeus, principalmente no Marrocos, Argélia e Tunísia, e foi nessa época que mais o judaismo se desenvolveu, em parceira com os árabes. Quem sabe poderemos nos entender novamente ?

Para Lula, a oposição “está nervosa” com as realizações do seu governo

Em discurso na inauguração do reservatório de contenção da Barragem Manuel Alves, em Divinópolis (TO), na terça-feira, o presidente Lula disse que as manobras da oposição para atrapalhar seu governo não terão efeito. “Eu vou contar uma coisa para vocês: quem nasceu em Garanhuns e não morreu até os cinco anos de idade, de fome, não vai morrer no caminho porque a oposição quer criar dificuldades”, declarou.

“Quem perdeu três eleições e não desistiu, não vai se perder porque não foi aprovada a CPMF. Só para mostrar isso, no mês que vem, em abril, eu vou lançar o Programa Saúde da Família dentro das escolas públicas brasileiras para atender as nossas crianças. Onde nós vamos arrumar dinheiro? Vamos arrumar dinheiro, ele vai aparecer”, disse.

“E os nossos adversários vão ficando nervosos. Sabem por quê?”, indagou o presidente à multidão. “De 1909 a 2003, todos os governos que passaram criaram 140 escolas técnicas, em 93 anos, 140 escolas técnicas. E nós, em 8 anos, vamos fazer 214 escolas técnicas. Ou seja, em oito anos vamos fazer mais do que foi feito, quase o dobro do que foi feito em 90 anos. E isso vale para a eletrificação rural”.

O presidente lembrou ainda que quando criou o Bolsa Família “os de cima diziam assim: ‘isso é esmola, isso é assistencialismo, o Lula não está resolvendo o problema dos pobres, o que é o Bolsa Família? 70, 80, 90 reais?’ Noventa reais não valem nada para uma pessoa que ganha 20 mil reais por mês e dá de gorjeta depois que fica bêbado num bar, tomando cerveja. Agora, 90 reais na mão de uma mulher que tem três ou quatro filhos, ela vai ao supermercado e traz comida para aquelas crianças comerem durante o mês inteiro”.

Hora do Povo

Rizzolo: Realmente a postura da oposição não vem de encontro aos anseios do povo brasileiro, fazem uma oposição apenas para desestabilizar o governo. Tenho muitas críticas em relação ao governo Lula, contudo houve avanços, um deles como já disse em outro artigo, é o Bolsa Família, o problema é a implementação da segunda fase do programa, que é gerar empregos, mas aí entra o Copom e o BC, com Sr. Meirelles e sua política de altas taxas de juros visando beneficiar os especuladores, inviabilizando os projetos de geração de empregos e fortalecimento do mercado interno.

Quando a financeirização da economia derrete as exportações

O bom senso econômico e as medidas adotadas no momento adequado, fazem com a economia seja uma ciência da ponderação. É claro, que nas melhores explicações econômicas, as demonstrações numérica fazem sucesso, contudo, nada mais pragmático do que uma análise por vezes perfunctória dos mecanismos mais simples e mais lógicos de uma economia.

O governo Lula deixou-se seduzir pela política econômica traçada pelo Banco Central, até porque, a autonomia do Banco assim o permite fazer, optou-se por uma pseudo blindagem perversa baseada numa antiga premissa do FMI, que já não é mais preconizada pelo órgão, ou seja, de que aumentar as taxas de juros é a melhor forma de conter um surto de inflação e prevenir turbulências externas.

Talvez por entender, ou pouco entender a essência desse conjunto de medidas apregoado pelo Banco Central, o governo no seu papel de executivo foi deixando nas mãos do Copom e do presidente do Banco a prevalência pela financeirização da economia brasileira, mantendo uma taxa de juro absurda cujo diferencial das taxas reais entre Brasil e EUA chegam a estar por volta de 8,5% ao ano.

As três deliberações anunciadas pelo governo no sentido de conter a desvalorização do dólar em relação ao real, são na verdade, inócuas, até porque, a medida não será utilizada nas especulações com renda variável, como ações da Bolsa de Valores, lançamento de ações (IPOs), investimento estrangeiro direto, fundos de investimentos de derivativos com renda variável (CDI e índice de ações) e empréstimos estrangeiros.

Ora, se por um lado temos uma turbulência externa relacionada a um temor de recessão nos EUA, e um cenário internacional duvidoso, temos por aqui, um elenco de atrativos ao capital especulador maior que qualquer argumentação que possa surgir: a altíssima rentabilidade em função dos juros. A percepção dos investidores de que de certa forma, o Brasil passa imune à instabilidade da economia internacional, e proporciona aos mega especuladores, a maior taxa de juros do planeta, acabam intensificando a entrada de capitais.

O que não sequer mencionar, ou atribuir à questão da valorização do real, é manutenção da alta taxa de juros aplicada no País, fundamentada por velhos conhecidos pretextos, como a volta da inflação, e outros argumentos frágeis que sevem para legitimar os interesses na permanência da financeirização da economia brasileira, onde quem perde é o mercado interno, os exportadores, as contas externas e o desenvolvimento do País.

Está já exaustivamente comprovado, que somente com um mercado interno forte, e dinâmico, podemos blindar a nossa economia face as intempéries externas; contudo, ao que parece, o governo mais uma vez não vai ao cerne da questão dos juros e pretende com mecanismos inócuos, prevalecer por maior tempo possível a rentabilidade do capital especulativo, não por bom senso, ou entendimento econômico de cunho técnico, mas talvez a pedido daqueles que gostam de um Cassino chamado Brasil.

Fernando Rizzolo

Charge de Son Salvador, hoje no Estado de Minas

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Congresso aprova, finalmente, o Orçamento de 2008

Com mais de três meses de atraso, o Congresso aprovou, na noite desta quarta-feira (12), o Orçamento da União para o exercício de 2008. Deu-se dois dias depois de Lula ter insinuado, no rádio, que só ele queria trabalhar, os congressistas não. A oposição, que, horas antes, ameaçara obstruir a sessão, enfiou a viola no saco.

Pela manhã, em conversas travadas entre quatro paredes, lideranças do PSDB e do DEM concluíram que a obstrução ao Orçamento seria politicamente desastrosa. Ofereceria munição a Lula. Numa fase em que o presidente empreende uma escalada retórica de ataques à oposição.

Lideranças como José Agripino Maia (DEM) e Arthur Virgílio (PSDB) traziam atravessado na traquéia o ressentimento da madrugada. Não haviam deglutido a “chave-de-regimento” que Romero Jucá (PMDB) lhes havia aplicado, para aprovar a medida provisória da TV Pública.

Tucanos e ‘demos’ queriam dar o troco. Mas concluíram que, investindo contra o Orçamento, se arriscariam a experimentar o que um senador do DEM chamou de “efeito bumerangue”. Assim, a programação orçamentária foi referendada por folgada maioria. Dos 417 deputados presentes, 404 votaram a favor. Dos 56 senadores que pisaram no plenário, todos disseram “sim.”

“Fizemos barba, cabelo e bigode”, festejou, no meio da noite, um auxiliar de Lula. Referia-se às duas derrotas que o governo impusera à oposição em menos de 24h: a TV Pública e o Orçamento. Em discursos pronunciados no início da sessão desta quarta, Agripino e Virgílio lançaram no ar ameaças de obstruções futuras e declarações de guerra contra as medidas provisórias do governo.

Quanto a Lula, vai à Semana Santa com tudo o que pedira em suas orações: a nova TV governamental e o Orçamento que sustentará os “canteiros de obras” do PAC de “mãe” Dilma. Só falta o ovinho de Páscoa.

Blog do Josias

Rizzolo: Ainda bem que essa oposição nada patriótica resolveu trabalhar. Não é possível conviver com políticos que se dizem da oposição interessados em obstruir sessões visando interesses próprios e não do povo brasileiro. O que eles querem na verdade, é “desestabilizar” o governo, para pavimentar o retorno ao Planalto em 2010. Foram na verdade duas vitórias do governo, a nova TV Pública e o Orçamento de 2008.

Não sou contra a TV Pública, ela existe em países europeus e serve para balizar as informações com pouco conteúdo tendencioso. Um exemplo clássico é a BBC inglesa. É claro que os poderosos da mídia não gostam, chamam-na de chapa branca. O problema é deles, precisam aprender a conviver numa democracia e na pluralidade das idéias. Pior problema é a ” mãe do PAC” carregada por Lula para ver se ela emplaca. Mas olha, ela não tem a mínima vocação, viu! Nem ela, nem Ehud Olmert, primeiro ministro de Israel, que de judeu não tem nada..