Banco estrangeiro lucra mais no Brasil em 2007

Os bancos estrangeiros lucraram R$ 13,56 bilhões no Brasil em 2007 –uma alta de 160% sobre o ano anterior– em um momento que as matrizes vivem em estado de alerta por causa da recente crise financeira nos Estados Unidos, informa Ney Hayashi da Cruz na edição de hoje da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

O crescimento dos ganhos apurados pelos estrangeiros supera o dos bancos privados cujos controladores são brasileiros –que lucraram R$ 22,228 bilhões, 22% a mais do que em 2006. Os números foram levantados pela Folha a partir dos balanços entregues pelas instituições financeiras ao Banco Central.

O banco estrangeiro com maior lucro no Brasil em 2007 foi o UBS Pactual, com ganho de R$ 2,665 bilhões. O UBS é um banco de investimentos –que, no ano passado, foi o tipo de instituição financeira que mais elevou os lucros. Eles são especializados em grandes operações, como emissão de títulos no mercado internacional e lançamento de ações na Bolsa. Bancos de varejo, com foco em concessão de crédito e manutenção de contas, também conseguiram aumentar seus ganhos, mas em menor proporção.

Os números contrastam com as dificuldades enfrentadas pelo setor bancário nos Estados Unidos devido ao aumento na inadimplência de financiamentos habitacionais. Num dos últimos capítulos dessa crise, o Bear Stearns, quinto maior banco de investimentos norte-americano, foi salvo da falência ao ser vendido ao JPMorgan por 7% de seu valor de mercado, medido pela cotação de suas ações na Bolsa.

Folha online

Rizzolo: Essa é uma das maiores provas da financeirização da economia brasileira face à alta taxa de juros aplicada no Brasil que beneficia a especulação. Uma rotina entre os especuladores é a tomada de empréstimos no Japão e a especulação na aplicação desses recursos no mercado financeiro no Brasil. Só para se ter uma idéias, o resultado obtido pela operação brasileira do JPMorgan aumentou 394% entre 2006 e 2007, chegando a R$ 551 milhões. No caso do Morgan Stanley, a alta foi de 408%, e os lucros, de R$ 263 milhões ! Infelizmente essa é a política econômica de Meirelles do BC, que acaba prestigiando o capital em detrimento as aplicações na produção geradora de empregos.

Quanto a justificativa aos lucros dos Bancos internacionais, nada mais é do que o reflexo da perversa dessa lógica econômica que transforma o Brasil no maior Cassino do planeta. Sem contar com que, ao longo de 2007, as remessas de lucros ao exterior feitas por instituições financeiras instaladas no país aumentaram 29%, chegando a US$ 1,808 bilhão. Medidas paliativas de restrição ao ingresso de capitais promovidas por Mantega, são na sua essência inócuas, pois o problema está nas taxas de juros. Mas isso, o BC não quer admitir, é sagrado o lucro por meio especulatório, e a financeirização da nossa economia deve ser preservada. Uma vergonha, e o pior, Lula sabe disso mas não tem correlação de força para deter nem o Copom tampouco Meirelles do Banco Central.

O que vale é a intenção

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Como de costume, todo Sábado procuro não escrever textos que não estejam relacionados com o Shabbat e com o estudo da Tora. Sem ter a intenção de dar uma conotação pessoal religiosa ao que escrevo, permito dirigir me a você, que acompanha minhas reflexões diariamente, e compartilhar com o amigo(a), de uma forma humilde, esses momentos de introspecção dos meus estudos no Shabbat, que se iniciam todas às sextas-feiras, quando me recolho duas horas antes da primeira estrela surgir no céu, numa Sinagoga ortodoxa que freqüento em São Paulo.

Como já disse anteriormente, tenho profundo respeito por todas as crenças, religiões, e acima de tudo sou um brasileiro patriota, amo meu país e o povo brasileiro, e tenho sim, uma grande satisfação espiritual em ao estudar a Parashá (Porção da Tora semanal) relacioná-la ao que vivemos nos dias atuais. Shabbat é um dia de paz, descanso e harmonia. Devemos nos abster das tensões e às exigências da vida cotidiana.

Como é uma reflexão de estudo pessoal, baseada na introspecção bíblica, recomendo a todos que acompanhem no Antigo testamento (Torah ) os comentários aqui expostos, para que possamos ter uma semana de paz; e que através dos estudos judaicos, possamos compreender nossas vidas e encontrar formas de superar as adversidades na visão de Hashem (Deus). Isso nos dará energia e um “Idiche Kop” ( perspicácia particular), para que enfim tenhamos condições de construir um Brasil cada vez mais digno e com mais justiça social, que é a base do Judaísmo, do Cristianismo, do Islamismo, e de todas as religiões que levam a um mesmo Deus.

E lembre-se, Deus não quer apenas que você ore, mas que você aja com um parceiro dele aqui neste mundo, promovendo mudanças, estudando, se aperfeiçoando cada vez mais em sua área de atuação, e lendo, lendo muito. Quem não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo . Nesses aspectos, Ele Hashem ( Deus), precisa mais de você do que você dele. Somos aqui nesse mundo, parceiros de alguém maior. Quando se dirigires a Deus, ” Um homem deve saber que, durante sua prece, ele se acha no palácio do rei e que não vê senão o rei. Ele se esquecerá então até da sua existência ” Rabi Nahman de Bratslav”.

A parashat desta semana chama-se Tsav (Vayicrá 6:1:36) começa com D’us continuando a ensinar Moshê muitas das várias leis relativas ao serviço no Mishcan, Santuário. Entretanto, enquanto a Porção da semana passada descreveu os corbanot, sacrifícios, da perspectiva do doador, nesta semana a Torá concentra-se mais diretamente nos Cohanim, fornecendo mais detalhes sobre seu serviço.

Após descrever primeiro a manutenção do fogo que ardia sobre o altar, a Torá discute em detalhes os vários tipos de corbanot que Aharon, seus filhos e as gerações seguintes de Cohanim estariam oferecendo. As oferendas deveriam ser trazidas com as intenções apropriadas, e comidas em um estado de pureza espiritual.

Finalmente, Moshê realiza os prolongados melu’im, serviço de consagração do Mishcan , e Moshê unge e introduz Aharon e seus filhos para o serviço deles no Mishcan, em frente de toda a congregação de Israel.

Como as duas primeiras porções da Torá de Vayicrá tratam quase que exclusivamente do serviço sacrificial, podemos refletir que relevância têm para nós estas oferendas. Infelizmente hoje em dia não temos um Templo Sagrado, e conseqüentemente não mais temos a oportunidade de realizar estes serviços. Talvez a seguinte percepção possa nos ajudar a relacionarmo-nos melhor com os corbanot de antigamente e, por sua vez, com nosso serviço atual a D’us.

A respeito de muitas das oferendas, a Torá declara que elas serão um “agradável aroma para D’us”, independente de a oferenda ser um valioso novilho trazido por um rico homem de negócios ou sua alternativa mais simples – uma oferenda de refeição trazida por uma pessoa destituída de meios.

Nossos rabinos comentam: “Tanto faz se a pessoa faz mais ou menos, desde que sua intenção seja pelo mérito dos Céus” (Talmud – Tratado Berachot 5b). A dúvida, entretanto, ainda poderia ser aventada se tanto o pobre como o rico estão doando igualmente por amor a Hashem; neste caso então aquele que está fazendo uma contribuição maior não realiza mais que aquele que doa menos? Como podem os rabinos afirmarem que são iguais?

O Sfas Emes resolve este dilema ensinando-nos uma lição extremamente importante sobre o que D’us espera de nós. Ele explica que nossa missão principal na vida é realizar nosso compromisso particular de todo o coração, e preencher nosso potencial a serviço de D’us. Se estamos fazendo tudo aquilo que podemos e somos verdadeiramente incapazes de fazer mais, então, embora nossa contribuição seja mínima, vale tanto quanto aquela que alguém com maior potencial, que está fazendo mais. Ambos indivíduos estão trabalhando com sinceridade, esforçando-se para realizar seu potencial. É irrelevante se um doa mais que o outro. As pessoas têm forças e potenciais diferentes, mas essencialmente estão todas fazendo o mesmo – usando tudo que possuem para servir ao Criador. E isto é o que D’us deseja de nós – servi-lo sincera e verdadeiramente, da melhor forma possível.

Tendo isso em mente, a pessoa jamais deve desesperar-se naquilo que está fazendo, pois Hashem visualiza cada um individualmente, percebendo suas características e sua posição na vida. Isso significa que toda e cada prece, cada mitsvá, cada ato de bondade que fazemos é apreciado quando Ele vê Seus filhos amados esforçando-se para servi-Lo com cavaná, verdadeira intenção. Portanto, não importa qual seja sua oferenda, saiba que terá sempre “um agradável aroma para D’us”.

Fonte : Beit Chabad

Tenha um sábado e uma semana de paz !

Fernando Rizzolo