Importação cresce mais e déficit em conta corrente é recorde

Saldo de transações correntes do País é influenciado por desempenho pior da balança comercial no ano.

BRASÍLIA – O aumento cada vez maior das importações do País e a conseqüente diminuição no saldo da balança comercial vêm atingindo o resultado das contas externas brasileiras. Em fevereiro, as transações correntes registraram déficit de US$ 2,090 bilhões, o maior valor para o mês desde o início da série histórica, em 1947.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, explicou que o resultado, que veio acima da expectativa do BC, de déficit de US$ 1,7 bilhão, foi influenciado negativamente pela balança comercial que, segundo ele, “veio um pouco pior”.

O saldo comercial do País vem registrando diminuição desde o ano passado, causada pelo aumento desproporcional das importações ante as exportações. No primeiro bimestre do ano, por exemplo, as compras internas cresceram 54% na comparação com igual período de 2007, enquanto as vendas externas subiram 24%.

Em 12 meses até fevereiro, o déficit em transações correntes corresponde a 0,37% do Produto Interno Bruto (PIB), ante déficit de 0,18% do PIB em 12 meses até janeiro.

Com o resultado de fevereiro, o BC elevou seu prognóstico para o déficit em transações correntes neste ano para US$ 12 bilhões, ante prognóstico anterior de US$ 3,5 bilhões.

O balanço de pagamentos no País, segundo o BC, foi superavitário em fevereiro em US$ 3,645 bilhões, acumulando no bimestre um superávit de US$ 6,876 bilhões.

Os investimentos estrangeiros diretos no País somaram US$ 890 milhões em fevereiro, frente a US$ 1,378 bilhão em igual mês de 2007.

Dívida

A dívida externa total do Brasil atingiu US$ 198,073 bilhões em fevereiro, de acordo com estimativas divulgadas pelo Banco Central. Em dezembro de 2007 – último dado fechado disponível, a dívida externa total era de US$ 193,563 bilhões.

O pagamento de juros com serviço da dívida em fevereiro foi de US$ 595 milhões. No acumulado do primeiro bimestre o pagamento de juros totalizou US$ 1,884 bilhão. O BC também aumentou a sua projeção para 2008 sobre o pagamento de juros, de US$ 4,5 bilhões para US$ 4,7 bilhões.

Agência Estado

Rizzolo: O resultado ruim das contas externas brasileiras, se dá exclusivamente, devido ao fato da alta taxa de juro que se promove no Brasil. Com o pretexto do acautelamento em relação à inflação, se promove-se no Brasil uma política monetária perversa, onde privilegia os lucros financeiros e a entrada de capital internacional, inundando o mercado de dólares e por conseqüência fazendo com que o câmbio se valorize. Isto posto, as empreitas de cunho exportador, ficam por demais comprometidas; com o dólar barato aumenta-se as importações e o déficit em conta corrente.

Não existe no País política voltada ao desenvolvimento no combate à inflação. Ao invés de se concentrarem no aumento da produção, aumentando a oferta de produtos e minimizando desta forma a eventual escalada inflacionária, fazem exatamente o inverso. Prestigiam a financeirização da economia via altas taxas de juros, abrem as portas, para que tomadores de empréstimos internacionais, especulem com o real valorizado, haja vista empréstimos tomados no Japão e aplicados aqui; comprometem o desenvolvimento do mercado interno inviabilizando geração de novos empregos, e depois tomam ” medidas inócuas” visando conter a entrada de capitais.

Ora, até quando o Copom e o Sr. Meirelles, vão segurar o crescimento do País? Hoje estive com meu amigo o nobre professor e pesquisador Márcio Pochman, presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), conversamos rapidamente no Cresce Brasil, do qual faço parte, e cada vez que o ouço, mais tenho a percepção da sua viva lucidez política. Vale a pena acompanhar suas idéias.

Censura bloqueia acesso ao blog mais lido em Cuba

HAVANA (Reuters) – Autoridades cubanas bloquearam o acesso a partir de Cuba ao blog mais lido do país, disse sua autora, Yoani Sánchez, na segunda-feira.

Sánchez, cujo blog crítico “geração Y” recebeu 1,2 milhão de visitas em fevereiro, disse que os cubanos não podem mais visitar a página dela (www.desdecuba.com/geraciony) e os de outros dois blogueiros do país hospedados em um servidor alemão.

Os internautas vêem apenas um mensagem de “erro no download”.

“Então, os censores anônimos do nosso famélico ciberespaço tentaram me trancar em um quarto, apagar a luz e não deixar meus amigos entrarem”, escreveu ela em seu blog na segunda-feira.

Sánchez diz que não consegue acessar seu blog diretamente de Cuba, o que impede novas atualizações. Mas ela descobriu uma maneira de driblar os censores comunistas, por meio de uma rota diferente.

Aos 32 anos e graduada em linguística, ela conquistou um número considerável de leitores ao escrever sobre seu dia-a-dia em Cuba e descrever as dificuldades econômicas e restrições políticas que enfrenta.

Ela critica as “vagas” promessas de mudança do novo líder, Raúl Castro, que assumiu o poder formalmente no mês passado, depois da renúncia do irmão Fidel. Segundo ela, ele deu passos mínimos para melhorar o padrão de vida dos cubanos.

“Quem é o próximo na fila para ganhar uma torradeira?” era o título de um blog que satirizava a derrubada das restrições à venda no varejo de computadores, aparelhos de DVD e outros utensílios que os cubanos desejavam. Apesar da mudança, as torradeiras não serão vendidas livremente até 2010.

Em um país controlado pelo Estado, sem mídia independente, Sánchez e outros blogueiros que vivem em Cuba encontraram na internet um meio de expressar-se sem amarras.

“Esta rajada de ar fresco despenteou os burocratas e os censores”, disse a blogueira em uma entrevista por telefone. Ela prometeu continuar com o blog. “Qualquer um com um mínimo de prática com computador sabe como contornar isso”, disse ela.

O objetivo dos censores do governo é bloquear a leitura em Cuba, onde as pessoas têm acesso restrito à internet, disse ela.

“Eles assumem que não existe pensamento alternativo em Cuba, mas as pessoas vão continuar nos lendo de algum jeito”, disse ela. “Nenhuma censura poderá deter as pessoas determinadas a acessar a internet”, afirma ela.

(Reportagem de Anthony Boadle)

REUTERS MR

Rizzolo: Enquanto houver o retrógrado entendimento stalinista em Cuba, censurando a livre expressão do pensamento, o estereótipo ditatorial cubano vai continuar prevalecendo aos olhos do mundo. Contudo, tentativas de calar blogueiros existem até em países como o Brasil, haja vista o que ocorreu com Blog do Paulo Henrique Amorim que evaporou-se do ar. É inconcebível numa democracia ou num Estado Socialista, a censura às idéias e às reflexões políticas.

O que temos no Brasil hoje, é um início de abertura da discussão política, vez que a mídia convencional está nas mãos de poucos políticos, e que na sua maioria, são de direita. O que nos resta pela diversidade de opiniões que proporciona, são os Blogs independentes, como este Blog. Aqui no caso específico, não devo satisfação a nenhum portal, não aceito patrocínio de ninguém, não estou ligado a nenhum partido nem de direita, tampouco de esquerda, não aceito ingerência no que escrevo, sou livre. Liberdade é uma palavra muito especial, principalmente para os de origem judaica. Temos que nos livrar dos Egitos que tentam nos calar.

Charge do Lane para Charge online

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Alckmin quer dar o troco a tucanos pró-Kassab

A ala alckimista do PSDB de São Paulo resolveu revidar com sua própria demonstração de força às manifestações de apoio de outros tucanos à candidatura do prefeito Gilberto Kassab, do DEM mas apoiado pelo governador José Serra. “É uma manifestação espontânea da militância”, disse farisaicamente o deputado Júlio Semeghini (PSDB-SP), sobre a contra-ofensiva marcada para esta quinta-feira (27) às 19 horas. A tendência é o partido marchar dividido para a eleição paulistana.

A guerra de manifestações de apoio encerrou o cessar-fogo pactuado em fevereiro entre Alckmin e Kassab. O sinal do reinício das hostilidades foi a divulgação de uma carta pelo líder da bancada tucana na Câmara Municipal, Gilberto Natalini, com elogios à gestão Kassab e uma defesa velada do apoio do PSDB ao prefeito. A movimentação do vereador, orquestrada pela ala serrista, foi uma reação a declarações dadas dias antes por lideranças do PSDB em outros Estados, como os senadores Arthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissati (CE), em defesa da candidatura própria em São Paulo.

A missão quase impossível de Guerra

Nesta segunda-feira (24), o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), desembarca em São Paulo com uma missão aparentemente impossível: apaziguar o racha entre os defensores do apoio à reeleição de Kassab e os que desejam candidatura própria de Alckmin. Na terça-feira Guerra vai se reunir, em separado com Alckmin e Serra.

Não se acredita que o senador, que tem suas bases na frágil seção pernambucana do PSDB, tenha argumentos ou cacife político para apartar a briga entre os emproados tucanos do principal reduto do partido. Ele já tentou de outras vezes, sem resultado.

Em privado, Guerra teria confessado que considera a candidatura de Alckmin irreversível e que ela tem de ser anunciada em breve para minimizar as possíveis seqüelas partidárias. Acredita-se que nesse caso Serra prestaria apoio formal a Geraldo Alckmin, mas o seu grupo político trabalharia para Kassab. Há até quem cogite que esse ânimo dissidente pode até se estender ao segundo turno, devido ao acirramento das divergências. Estas são na realidade um segundo round do conflito iniciado em 2006. Na ocasião, Alckmin e Serra disputaram a indicação como candidato presidencial tucano. Após três meses de paralisia, o primeiro venceu a contenda, mas perdeu a eleição para Lula.

Da redação, com agências

Site do PC do B

Rizzolo: Este problema dentro do PSDB paulista, denota a falta de fidelidade partidária por parte dos tucanos. Alianças podem ocorrer quando não há candidato à altura na disputa eleitoral; Alckmin tem todas as condições de concorrer à prefeitura de São Paulo como candidato com o perfil do eleitor paulista. Kassab é um bom nome, mas o que se analisa aqui, é a crise gerada dentro do PSDB que se estende para a disputa presidencial de 2010, onde interesses maiores estão em jogo. Leia também Alckmin X Kassab