PSDB decide lançar Alckmin, sem o apoio do DEM

Serra se comprometeu a adotar uma posição partidária

Alternativa de apoio a Kassab não será testada no voto

Alckmin vai à convenção tucana como ‘candidato único’

Há três dias, em viagem a São Paulo, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), alinhavou a estratégia do tucanato para as eleições a prefeito da cidade. Produziu-se, reservadamente, a unificação do discurso do grão-ducado tucano. Ficou acertado, agora em termos peremptórios, que Geraldo Alckmin será aclamado em convenção como candidato único do partido às eleições paulistanas.

Sérgio Guerra reuniu-se separadamente com o próprio Alckmin, com o governador José Serra e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Foram desarmadas duas armadilhas. O grupo de Serra não levará à convenção do partido a proposta de apoio do PSDB à reeleição de Gilberto Kassab (DEM). E os partidários de Alckmin interromperão a pressão que exerciam sobre a cúpula do partido para a realização de prévias.

De volta a Brasília, Sérgio Guerra relatou a lideranças tucanas, a portas fechadas, o resultado de sua missão paulistana. De Alckmin ouviu que não abre mão de disputar a prefeitura. De Serra obteve o compromisso de adotar na campanha uma posição discreta, mas partidária. De FHC, recolheu a avaliação de que a divisão do PSDB e do DEM no primeiro turno da disputa tornou-se irreversível. Antes simpático ao apoio tucano a Kassab, FHC agora diz que, diante da pertinácia de Alckmin, o PSDB não tem senão a alternativa de apoiá-lo.

Com o asentimento da direção tucana, o grupo que dá suporte a Alckmin promove, nesta quinta-feira (27), um ato público de apoio à candidatura do ex-governador. Prevaleceu na cúpula do partido o entendimento de que o candidato precisa pôr a postulação em movimento, sob pena de não conseguir celebrar as alianças partidárias que deseja. A despeito de declarações que tucanos descontentes possam vir a fazer nas próximas semanas, a deliberação do partido está tomada. Descartou-se de vez a hipótese de aliança com o DEM no primeiro turno da eleição.

Reunida na noite passada, a Executiva do PSDB definiu a posição a ser adotada pela direção nacional da legenda nas eleições de 2008. Deliberou-se que os diretórios locais terão autonomia para formalizar as alianças que julgarem mais convenientes. Depois do encontro, Sérgio Guerra disse ao blog que não há vetos prévios a esta ou aquela aliança. Informou, porém, que se manteve aberta uma janela para intervenções nos casos em que forem celebrados acordos que o partido considere “indefensáveis”.

O que seria uma aliança indefensável? “O apoio a bandidos notórios e a inimigos declarados do PSDB”, exemplificou o senador. E como se daria a intervenção? Nos municípios com menos de 50 mil habitantes, caberá ao diretório Estadual intervir. Em municípios maiores, a ação será conduzida pelo diretório nacional.

O caso de Belo Horizonte seria passível de intervenção? Sérgio Guerra informa que não. Para o PSDB, é “absolutamente normal” a aliança que o governador tucano Aécio Neves tricota com o prefeito petista Fernando Pimentel, para apoiar a candidatura de Márcio Lacerda (PSB), hoje integrante do secretariado da administração estadual do PSDB.

Quanto a São Paulo, as gestões da direção nacional serão feitas em ambiente de informalidade. A preocupação da cúpula tucana é agora a de evitar que a disputa entre Alckmin e Kassab se radicalize a ponto de inviabilizar uma composição no segundo turno.

Blog do Josias

Rizzolo: Finalmente uma decisão de bom senso. Na verdade, esse acordo partidário interno nem haveria necessidade de haver, se caso, houvesse sim um interesse maior em nome do partido, e não posições estritamente pessoais e de poder. Até porque, se houver um segundo turno, com certeza Kassab ou Alkmin apoiariam um ao outro numa aliança, mas de caráter de segundo turno. O que não se diz às claras, é que por de trás da candidatura Alckmin está discretamente a articulação de Aécio Neves(PSDB) , governador de Minas. Não acredito que o tucanato contrário ao consenso vá se empenhar na campanha de Alckmin, se isso ocorrer fica patente que todo o esteio ético que o PSDB prega, não consegue sequer enxergá-lo em casa.

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