O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, acusada pela mídia e pela oposição de montar um suposto dossiê com acusações contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ao sair de um almoço diplomático no Itamaraty, nesta quarta-feira (2), Lula destacou “a história da Dilma” e disse que ela “não pode ser vítima de uma chantagem política”.
“Eu acho que a pessoa que tem a história da Dilma, que presta um serviço ao país, que a Dilma presta, não pode ser vítima de uma chantagem política de uma figura que não sei quem é e que montou peças de um documento de uma base de dados e vendeu a idéia para alguém de que era um dossiê”, afirmou o presidente após o almoço oferecido ao presidente da Eslovênia, Danilo Turk.
“Um osso de galinha”
O presidente foi enfático na defesa da ministra que apelidou de Mãe do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Não posso em algum momento ter um milésimo de suspeita contra a ministra Dilma, porque conheço a história dela e sei o serviço quer ela presta ao país”.
O presidente disse que a impressão que tem do episódio é que “alguém encontrou um osso de galinha e tentou vender para a imprensa que tinha encontrado uma ossada de dinossauro. Na hora que foi montar para saber o tamanho do dinossauro percebeu que era um franguinho”.
Para o presidente, está se tentando criar uma situação constrangedora. “Mas o que se encontrou foi um osso de galinha”. Lula disse lamentar a divulgação de um suposto dossiê com gastos do ex-presidente e de sua mulher, Ruth Cardoso, mas afirmou que não quer “acusar ninguém”. Segundo ele, esta “não é primeira, a segunda, nem será a ultima vez que alguém tenta roubar documentos”. “Não é justo que se faça isso com ela”, disse o presidente, referindo-se novamente à ministra.
Os motivos da ofensiva anti-Dilma
O presidente disse que deu a seus colaboradores a orientação de “não parar de trabalhar”. Anunciou que Dilma vai continuar viajando pelo país para divulgar o PAC. “E a CPI que apure”, concluiu, referindo-se à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Cartões Corporativos.
Na semana passada, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo afirmou que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, apresentada como braço-direito de Dilma, teria pedido a produção do documento. O tema havia surgido na edição da Veja no fim de semana anterior: a revista publicou trechos do suposto dossiê mas se recusa a revelar como eles chegaram à sua redação. O governo nega o dossiê e diz que está produzindo um banco de dados com informações tanto sobre o governo passado quanto sobre o atual.
Analistas da política brasileira concordam sobre os motivos da ofensiva midiático-oposicionista em torno do suposto dossiê: a projeção do nome de Dilma, com explícito encorajamento do presidente, vista como possível preparação de sua candidatura presidencial pelo PT em 2010. Em um contra-movimento, o bloco contrário ao governo Lula imediatamente voltou contra a ministra o grosso da sua artilharia.
Da redação, com agências
Site do PC do B
Rizzolo: Eu não tenho a menor dúvida que esse dossiê, “osso de galinha” é de difícil deglutição. Tentar fazer com que não exista nexo causal entre a Casa Civil e a elaboração desse documento, é subestimar a capacidade de discernimento de quem é quem nesse jogo político perverso. Lula quer a todo custo empurrar Dilma Rousseff para ser aos olhos do povo brasileiro ” politicamente digestível”; Dilma é a mulher de confiança do governo e ninguém melhor do que ela para sucedê-lo . Jogar a culpa da confecção do dossiê na oposição, para embolar e dificultar a investigação, é uma manobra antiga que só aos incautos convence.
Agora, entendo que Lula face aos fatos, deveria deixar de convidar Dilma para subir em palaque pelo Brasil afora, até porque, entendo que ela está sob suspeição; porem observo que em função de sua popularidade, Lula impõe um palavreado duro, como se dissesse ” eu mando e acabou” ” ela vai continuar viajando comigo”. Acho isso do ponto de vista ético péssimo, político inócuo, não acredito que a mágica em transforma-la naquilo que o presidente almeja com a Dilma consiga, ela é ” marrudona” e me lembra muito a Luiza Erundina. Não dá ” samba” . Ela não é digamos..de fácil deglutição ( risos..).
Aliás, outro dia recebi uma crítica de um petista reacionário, dizendo que sou um ” judeu irônico”, gostaria de responder dizendo que infelizmente jamais neguei minha condição judaica que a tenho com orgulho, quanto ao irônico, enquanto houver no Brasil políticos que não me deixam dormir, compelindo-me às reflexões noturnas, vou continuar irônico pelo menos para me divertir e me consolar com a pobreza da política brasileira. Ademais, ninguém é obrigado a ler o que escrevo, mormente em se tratando de anti-semitas.