Articulação política e o bom senso de Marta

A imprensa noticiou que Orestes Quércia (PMDB) e Marta Suplicy (PT) tiveram um encontro secreto em São Paulo no sentido de traçarem em eventual acordo para as eleições municipais de 2008. Marta estaria oferecendo a ele a indicação do candidato a vice-prefeito de São Paulo.

Uma das características da articulação de Marta, é exatamente essa postura ” low profile”, que a meu ver é extremamente saudável e contribui para que a imagem da eventual candidata se diferencie da conduta petista de outros candidatos, que se antecipam e se insinuam abertamente promovendo um desgaste aos olhos do eleitorado.

Ao que parece, o estilo petista de Marta é mais elaborado, sua postura parece não agredir tanto, e numa análise perfunctória na maneira de conduzir as questões, parece até estar meia descolada das turbulências que sacodem o Planalto atualmente. A iniciativa da articulação em São Paulo, sabendo compartilhar o poder, a leva a um entendimento e denota certa harmonia na disputa eleitoral, o que já não se vê no PSDB, conturbado, confuso, e perdido mas disputas internas.

Esse descolamento da imagem de Marta das questões conturbadas do Planalto, faz dela uma versão mais purificada de um PT já esquecido, que apregoava há tempos um certo purismo. Talvez quanto mais distância daqueles que estão no ” olho do furacão”, melhor a ela seria nessa fase em que se encontra. Uma das áreas que Marta vai priorizar em sua campanha é a do transporte que é, na realidade, o grande problema de São Paulo.

Quanto a participação do PMDB num eventual acordo, acrescentaria apenas na questão da densidade eleitoral, até porque, os interesses como sempre do grande partido de Quércia, é obter um assento no Senado; mais uma vez um projeto pessoal visando o toma lá da cá. Gostando ou não, Marta vai ter que se acostumar desta feita, a sentar na mesa com o PMDB e digamos, ” fazer política” do jeito deles.

Fernando Rizzolo

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