Governo tenta circunscrever a investigação da PF

Depois de negar uma, duas, três, quatro, incontáveis vezes, o governo acionou a Polícia Federa para apurar o caso do dossiê. Dilma Rousseff (Casa Civil) enviou ofício ao colega Tarso Genro (Justiça). No texto, menciona a hipótese de ter ocorrido no Planalto “crime de violação de sigilo funcional.”

Aberto o inquérito, o ministro da Justiça, superior hierárquico da PF, apressa-se em circunscrever o trabalho da polícia num círculo semântico. O que se vai apurar é o vazamento de dados, não a confecção do dossiê, diz o ministro.

Nas palavras de Tarso: “A PF vai investigar delitos [o vazamento]. Não vai investigar situações políticas [a composição do dossiê]. Situações políticas quem investiga é a CPI. É o debate político entre oposição e governo. Não é essa a função da PF, que não é uma polícia política.”

Tinha-se até aqui uma pantomima em três atos: 1) A Veja divulga o conteúdo de um dossiê com 13 páginas; 2) Dilma abre uma sindicância interna; 3) A Folha obtém um conjunto de planilhas que não deixa dúvida quanto à origem do dossiê. Saíra mesmo do Planalto.

Suponha a seguinte cena: os agentes da PF chegam ao funcionário que levou os gastos secretos da gestão FHC às planilhas eletrônicas que ganharam as manchetes. Vai-se ao interrogatório. Súbito, o suspeito confessa: ‘Sim, fui eu mesmo quem vazou as informações.” A prevalecer o plano de trabalho do ministro da Justiça, estará encerrada a investigação.

Eis as perguntas que a PF não precisará fazer: Com que objetivos vazou os dados? Por que as folhas vazadas coincidem com os registros eletrônicos da Casa Civil? Quem deu ordens para que os dados fossem listados daquele modo, privilegiando-se as despesas exóticas? Por que a coleta de dados começou em fevereiro, quando se armava no Congresso o cerco de uma CPI?

Ora, ou a PF investiga pra valer, esclarecendo tintim por tintim, ou é melhor deixar a empreitada nas mãos da comissão de sindicância da Casa Civil, da qual já não se esperava mesmo grande coisa. Como diz Tarso Genro, a PF “não é uma polícia política.” Ou seja, deixa os homens trabalharem.
Blog do Josias

Rizzolo: Ao tentar restringir a investigação, o governo realmente de forma velada admite que a confecção do dossiê não está na pauta e sim apenas a questão do ” vazamento”. Só mesmo no Brasil um ministro é capaz de determinar o trabalho da Polícia Federal e dirigi-lo de forma que não sofra conseqüências políticas. Não há como determinar à Polícia Judiciária, o que se tem e o que se deve fazer e até onde ir, isso só pode ser uma piada petista; daqui há pouco o governo vai querer elaborar o ” Relatório ” da Polícia Federal. No meu entender existe nesse governo uma inversão de valores, ou seja, a política, a imagem, os interesses estão acima de tudo, acima da ética, da moral, da probidade, e agora acima do Código de Processo Penal. Petistas furiosos não gostaram do meu artigo Neopopulismo e a Estratégia Política, alguns até quiseram me ensinar ” lições de ética”, provavelmente são discípulos de Ciro Gomes que acha que o governo é maravilhoso, Dilma maravilhosa, e tudo que vem de São Paulo como eu é conspiratório.

Imaginem, alegaram que minha ética judaica estava prejudicada face ao fato de eu reprovar os atos da Casa Civil. Agora quando é para bater no PSDB aí eu sou ético, e eles me aplaudem, quando apoio um eventual terceiro mandato via PEC, e plebiscito, Ah! o Rizzolo ” é o cara”. Amigos, não tenho compromisso com ninguém, ademais ninguém é obrigado entrar no Blog , entram por que querem. Jamais vou mudar meu modo de ser, tanto a direita quanto a esquerda incomodada, que vá embora! Agora que não venham me dar lição de moral e tentar dirigir minha linha política. Falo o que eu quero, entra no Blog quem quer.

Só para terminar, outro dia tomei um café com o Janinho ( Jânio Quadros Neto ), neto do ex-presidente Jânio Quadros, duas coisas ele não perdeu: o DNA do avô e o sotaque inglês. Falamos muito de política, insisti para que ele voltasse à cena. É jovem e tem boas idéias.

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