O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou nesta terça-feira que a crise financeira poderia se intensificar, com novos prejuízos para os bancos que possuem valores dos Estados Unidos, onde as perdas potenciais são de cerca de US$ 1 trilhão, segundo seus cálculos.
O Fundo Monetário Internacional publicou hoje seu relatório semestral sobre a estabilidade dos mercados financeiros, o “Assessing Risks to Global Financial Stability” (Avaliando os riscos à estabilidade financeira global), no qual mostra um panorama pouco promissor.
Segundo o documento, a supervalorização do real pode ser um fator de vulnerabilidade da economia brasileira em caso de um novo pico de volatilidade nos mercados internacionais.
Em um capítulo do relatório dedicado a avaliar o quão vulnerável à crise estão os países emergentes, como o Brasil, o FMI afirma que a força continuada de moedas como o real brasileiro ou a rupia indiana sugere a persistência de operações conhecidas como “carry trades”.
Nessas operações, os investidores tomam empréstimos em moedas de países com baixas taxas de juros, convertem o montante na moeda de outro país com taxas de juros maiores e aplicam os recursos nesse país, ganhando com a diferença.
Isso aumentaria o fluxo de investimentos externos aos países com maiores taxas de juros e pressionaria a cotação da moeda para o alto.
Segundo o relatório, além do Brasil, outros países que vêm recebendo um fluxo grande desse tipo de investimento são Colômbia, Islândia, Indonésia, Nova Zelândia, Turquia e África do Sul, a partir de financiamentos em iene japonês, franco suíço e, mais recentemente, com os cortes de juros nos Estados Unidos, em dólar americano.
Dependência
Apesar da observação quanto à supervalorização da moeda, o FMI considera o Brasil em posição relativamente melhor do que no passado para lidar com a dependência de fluxo de capitais externos.
Segundo o relatório, os países emergentes mais vulneráveis à escassez de crédito internacional são aqueles nos quais o crescimento do crédito interno foi alimentado por fontes externas de financiamento e onde grandes déficits em conta corrente precisam ser financiados, o que não é o caso do Brasil.
O documento do FMI observa que “até agora, os mercados dos países emergentes têm resistido (à crise)”.
A organização adverte, porém, que “mercados de dívida, particularmente de dívidas externas corporativas, já sentiram o impacto da turbulência nos países desenvolvidos e os custos de financiamento aumentaram”.
Na visão do FMI, “novos choques para o apetite dos investidores por ativos de risco nos mercados emergentes não podem ser descartados se as condições financeiras piorarem”.
(Com informações da Efe e BBC)
Rizzolo: É claro que as operações de “carry trades”, existem em função de uma política econômica de financeirzação da economia como no caso do Brasil. A medida que as altas taxas de juros propiciam esse tipo de operação, não há como deter a valorização da moeda face à grande entrada de dólares no País. Todos sabemos, que esses recursos são extremamente voláteis e que na verdade não são aplicados na produção e apenas servem-se da especulação promovida pelo BC.
O pobre exportador brasileiro, vivencia essa política perversa, ao mesmo tempo em que a balança comercial começa a ficar prejudicada. Aumentar o mercado interno, seria a saída para que enfim pudéssemos blindar ainda mais nossa economia, mas para isso temos que forçosamente mexer nas taxas de juros. Temos que entender que não há nada melhor do que o crescimento, produção e o aumento da oferta, para combater a inflação, contudo para Meirelles e o BC, o foco para o combate não é o do desenvolvimentismo, mas sim no freio do crescimento via taxas de juros agraciando os especuladores que enxergam o Brasil um grande Cassino.
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