Festa de centrais sindicais evidencia erro de Lula

As centrais sindicais ofereceram na noite passada um coquetel no salão negro do Congresso. Na festa, comemorou-se a aprovação do projeto que deu existência legal às entidades. Celebrou-se também uma decisão tomada por Lula.

Ao sancionar o projeto, convertendo-o em lei, o presidente vetou artigo que submetia à fiscalização do TCU a aplicação do imposto sindical, dinheiro subtraído do bolso de todos os trabalhadores com carteira assinada, sindicalizados ou não. A festa foi, em si mesma, prova do equívoco de Lula.

O rega-bofe das centrais foi embalado à base de saborosos espumantes, vinhos de boa cepa, e escoceses longevos –12 anos. “Aqui é que vota e nós precisamos ganhar também a opinião no Congresso Nacional e nada melhor do que homenagear com bebida e comida”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical.

A conta da patuscada sindical foi de R$ 17,5 mil. Não poderia haver evidência mais eloqüente de que as centrais deveriam ter sido submetidas à fiscalização do tribunal de contas. Lidam com verba que, se não é pública, é parafiscal –ou seja, tem natureza simular à de um tributo. Quem vai fiscalizar?
Blog do Josias

Rizzolo: É por comentários como estes que a direita nesse país se desmoraliza, vincular um coquetel com a insinuação que o trabalhador é perdulário, pródigo, e que não sabe ser responsável é se apequenar demais. Não acredito que o nobre jornalista Josias tenha escrito de próprio punho uma leviandade desta. É claro que vivemos numa democracia, agora condenar um coquetel e entender que pelo que é servido seve de paradigma e argumentação para apregoar o controle do TCU, é enxergar o trabalhador como aquele que nada tem como direito, tampouco festejar uma conquista sindical. A “festa o equívoco de Lula” ? Coitado do pobre trabalhador brasileiro ! Depois não entendem porque o povo acolhe Lula. É só prestar atenção naquilo que escrevem.

Lula diz que Brasil precisa produzir mais alimentos para reduzir inflação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neta quinta-feira (10) que o Brasil precisa produzir mais alimentos para reduzir a inflação. O presidente, que está em visita oficial à Holanda, comentou, em coletiva de imprensa, os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados ontem (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostraram aumento de preços de 4,73% nos últimos 12 meses, acima da meta de 4,5% prevista pelo Banco Central para 2008.

Segundo Lula, a inflação causada pelo aumento dos preços dos alimentos é um problema não só do Brasil como de vários países do mundo. Isso porque, de acordo com o presidente, os pobres do Brasil, da Ásia, da África e da América Latina estão consumindo mais alimentos.

“Se o motivo da inflação que está acontecendo é porque milhões de pobres do mundo, que não tinham acesso à comida, estão tendo esse acesso agora, isso significa apenas o seguinte: precisamos produzir mais alimentos. No caso do Brasil, nós vamos resolver esse problema com muita facilidade porque temos, nos 851 milhões de hectares existentes no país, 400 milhões de terras agricultáveis”, disse.

O presidente lembrou que o feijão e o leite são os produtos alimentícios que mais causam impacto na inflação do Brasil. “Feijão e leite representam, em uma inflação de 4,5%, 0,7 pontos. Se não fosse o feijão e o leite, teríamos a inflação a 0,38%. Ou seja, são dois produtos que temos condições de produzir em maior escala.”

Lula negou que os biocombustíveis estejam causando aumento de preços dos alimentos. O presidente brasileiro defendeu o etanol, em reunião com os presidentes da Câmara e do Senado holandeses, ocorrida na manhã de hoje.
Agência Brasil

Rizzolo: Finalmente ouvi algo coerente do presidente, falou em ” aumento da produção” na pauta do assunto inflação. Puxa, por fim entendeu que nada melhor para combater a inflação do que crescer, produzir, respondendo à alta da demanda. Aliás, é a receita da China e da Índia. Contudo, não se animem, a autonomia do Banco Central, quer segurar o Brasil a todo custo, e Lula não tem correlação de forças para vencer essa receita contrária que vem de fora, dos especuladores. Pelo menos Lula já tem uma opinião coerente.

Até o Fundo Monetário Internacional (FMI), “avaliando os riscos à estabilidade financeira global”, diz que o juro alto praticado pelo Banco Central “pode representar um canal de vulnerabilidade”. No último relatório sobre a “estabilidade financeira global”, o Fundo avaliou o quão vulnerável está o Brasil diante das distorções e riscos em razão da queda do dólar, ou seja da ação dos especuladores atraídos pelos altos juros do BC.

Com a “deterioração das condições financeiras” internacionais, o “apetite dos investidores de risco por mercados emergentes” pode não continuar, diz o FMI, sobre uma possível fuga de capitais. O presidente Lula, deveria ler mais artigos do presidente do IPEA, o economista Pochmann, não lê porque não quer, ou se lê, agora é que está manifestando a essência dos textos do nobre economista. Apenas á título de ilustração, divulgo um texto de Pochmann extraido do jornal Hora do Povo, procurem ler as interessantes argumentações do economista.

Para Pochmann, aumento do juro pode interromper o ciclo de crescimento

“A melhor política de combate à inflação de demanda é justamente a ampliação dos investimentos que permita a capacidade de produção do país crescer, inclusive em condições suficientes para atender a demanda interna”, afirmou Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), condenando uma eventual elevação da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central na próxima reunião do Copom, dia 16. “É isso que nós estamos verificando nos últimos 41 meses: o investimento cresce acima do consumo”, completou.

“É claro que podemos ter alguns setores que estão mais pressionados por demanda e podem haver alguns gargalos, o que é natural em toda economia que começa a crescer a taxas importantes. Como foi o Brasil no ano passado e provavelmente será neste ano”, disse Pochmann. “Agora, os gargalos, que são poucos e pontuais, devem ser enfrentados com medidas voltadas basicamente para a ampliação da importação; podem ser enfrentados com a redução do crédito localizado aos setores e não com a elevação da taxa de juros, que significa um corte do consumo de forma horizontal, pois a elevação dos juros atua sobre todo o consumo, e significaria, inclusive, a possível interrupção do ciclo de investimentos. Porque, se os juros sobem, o investimento produtivo deixa de ser atrativo, fazendo com que se alimente ainda mais a cadeia da financeirização do país”.

Quanto à política de juros do BC, o presidente do Ipea considerou que “nós estamos transitando de uma convergência política basicamente assentada na estabilidade monetária para uma convergência em torno do desenvolvimento nacional: de um lado, a postura do Banco Central que reflete um antigo compromisso em torno da estrita estabilidade monetária, e, do outro lado, talvez a maior parte do governo Lula comprometida com a temática do desenvolvimento do Páis.

Charge do M. Aurélio para o Zero Hora

Manchetes desta quinta

– JB: Bancos antecipam aumento de juros do cheque especial

– Folha: PF prende 16 prefeitos suspeitos de corrupção

– Estadão: 16 prefeitos são presos pordesvio de verbas

– Globo: Inflação vai além do previsto e BC poderá subir juros logo

– Gazeta Mercantil: BNDES repassa 108% mais em recursos para exportação

– Correio: As ceias nada santas do senhor reitor

– Valor: Com aquisições, Parmalat tenta voltar ao topo

– Estado de Minas: PF prende 13 prefeitos em MG

– Jornal do Commercio: Morte por dengue deixa Estado em alerta

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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