O triste exemplo da política no Brasil

Dizia o Rabi Bounan de Psisshé, ” Posso ajudar os maiores pecadores a se arrependerem. Mas nada posso fazer pelos mentirosos “, e é na essência desta frase que gostaria de fazer uma breve reflexão sobre aquilo que hoje estamos vivenciando na política brasileira. É bem verdade que estamos do ponto de vista econômico nos desenvolvendo, houve sim progressos, méritos que devem ser reconhecidos por todos. Contudo, existe um descompasso entre o desenvolvimento econômico ou material, e o desenvolvimento moral, ético, e espiritual.

A manutenção do poder necessita invariavelmente de legitimidade, e esta é diretamente proporcional aos fatos que se sucedem e na forma em que eles apresentados são a sociedade. Se basearmos a legitimidade tão essencial ao poder fazendo uso de meios aéticos, estaríamos incorrendo num processo extremamente perigoso, baseado na falsidade dos fatos e na mentira.

As novas implementações de desenvolvimento devem estar atreladas ao desenvolvimento moral, e por conseqüência, deveriam ser em última instância, uma espécie de projeto de governo; quando me refiro a um projeto moral de governo dessa natureza, e o coloco num patamar de tão importância quanto um projeto social, expresso a dimensão do exemplo político, das atitudes morais, éticas de um governo, independente de partido, até porque, hoje no Brasil tanto governo quanto a oposição poucos exemplos de probidade nos dão.

Numa análise mais densa, poderíamos nos referir que no Brasil o meio político não é permeado por tradição em exigências de posturas essencialmente éticas; a formação política brasileira, não é de linhagem como a republicana americana de cunho protestante, rígida, e implacável com os valores. Porem, a medida que novos políticos surgem no cenário social, substituindo aqueles que enxergam o exercício da política como meios de obter ” vantagens pessoais”, teremos capacidade através da escolha, em delinearmos representantes com mais compromisso no campo da ética.

O partido dos trabalhadores no passado, capitalizou eleitores com um pretenso ” purismo” , mas faltou-lhe os homens, o mesmo se deu com os demais partidos, que hoje aos nossos olhos assemelham-se na questão valores. A esquerda que outrora se dizia digna, hoje compactua com absolutamente tudo, já a direita intransigente, se coloca numa oposição de ataque, que por vezes causa prejuízo aos menos favorecidos, e tampouco se coloca como paradigma da moral .

Reportagem publicada pelo jornal “Correio Braziliense” neste domingo informa que a decisão de munir o governo de informações sobre os gastos tucanos com cartões corporativos não foi tomada somente pela Casa Civil, mas pelos principais ministros que integram a cúpula governista. De acordo com o jornal, o presidente teria dado o aval para que a Casa Civil elaborasse o dossiê contra os tucanos.

Diante deste triste cenário do exercício político brasileiro, podemos concluir que desenvolvimento social significa muito mais do que números de crescimento, mas acima de tudo um compasso entre os ideais de ordem, cidadania, e ética. Só assim vamos construir um Brasil não só baseado em discursos ou em marqueteiros que contratados são para suavizar a imagem de alguns candidatos.

Fernando Rizzolo

EUA preparam ajuda de emergência para crise de alimentos

Os Estados Unidos se preparam para anunciar uma ajuda de emergência para enfrentar a crise dos alimentos que atinge duramente alguns países, informou a Casa Branca nesta segunda-feira.

“O presidente George W. Bush está muito preocupado e tratou do tema com seus conselheiros de Segurança Nacional, e pediu ao Departamento de Estado e da Usaid [agência de ajuda internacional do país, na sigla em inglês] que examinem o que pode ser feito em curto prazo”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, 24 horas depois de o Bird (Banco Mundial) lançar um chamado para uma intervenção urgente.

Perino informou que os Estados Unidos devem anunciar medidas específicas nos próximos dias.

Segundo reportagem da BBC Brasil, o presidente do Bird (Banco Mundial), Robert Zoellick, e o diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, defenderam neste domingo (13) a adoção de medidas urgentes para conter a atual inflação de alimentos.

‘Temos agora que colocar nosso dinheiro onde está a nossa boca, para que possamos colocar comida em bocas famintas’, disse Zoellick, usando uma expressão idiomática da língua inglesa que significa algo como não ficar apenas no discurso, mas tomar uma ação.

Os comentários dos dois líderes foram feitos na entrevista coletiva que marcou o encerramento da reunião de primavera do FMI e do Bird, em Washington, neste domingo.

Preocupação

A preocupação com a recente alta dos preços dos alimentos e o forte crescimento da demanda no mercado mundial foi tema de declarações de uma série de órgãos internacionais ao redor do mundo na semana passada.

Na quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, durante viagem à Holanda, que os recentes aumentos nos preços dos alimentos indicam que é necessário produzir mais em nível mundial, mas que não se pode culpar o investimento nos biocombustíveis pela pressão nos preços.

No dia seguinte (11), Lula voltou ao assunto ao afirmar que a elevação dos preços dos alimentos é “inflação boa”, que “convoca” os países a produzir mais e atender à demanda por alimentos no mundo. “A inflação sobre os alimentos é decorrente do fato de que as pessoas estão comendo mais”, disse Lula. “Ora, na medida em que mais gente começa a comer carne, produtos de soja, trigo… se a produção de alimentos não aumentar, obviamente que nós vamos ter inflação.”

Também de manifestaram sobre o assunto na semana que passou o primeiro-ministro britânico, Gordon Brow, a ONU (Organização das Nações Unidas), o FMI (Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o representante da FAO (Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação) para América Latina e Caribe, José Graziano.
folha online

Rizzolo: Na realidade a inflação sobre os alimentos é devido a uma série de fatores, dentre eles é claro, o fato de que imensas populações como as da Ásia, mais precisamente a da China, estão consumindo mais alimentos, e quando falamos em mais alimentos, nos referimos também a alimentos de origem animal. Há que se lembrar, que se consome-se mais carne, os animais também por sua vez, consomem mais alimentos, ou seja, temos um aumento em duplicidade.

Quanto à questão do fator biocombustível no cálculo da inflação dos alimentos, ele é real, contudo, não tão avassalador como apregoam alguns. É bem verdade que é necessário uma planificação nas culturas que servem aos biocombustíveis; sempre defendi uma regulamentação, uma delimitação do território nacional para o plantio de cana-de-açúcar; até porque se deixarmos à vontade, o Brasil se transformará num imenso canavial daqui a uns 10 anos. Isso chama-se planificação, palavra pouco conhecida pelo governo petista.

Charge do Ronaldo feita para o Charge online