O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quinta-feira (17) uma brincadeira ao comentar, em Belo Horizonte, o aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, que agora está em 11,75% ao ano. O aumento foi anunciado ontem (16) pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central.
Em discurso durante visita a obras de urbanização na capital mineira, Lula, que está com o pescoço imobilizado por causa de um torcicolo, disse que não sabia se a origem do problema foi a “alta dos juros ou o massacre do Corinthians pelo Goiás”, em jogo disputado ontem.
No discurso, o presidente destacou que R$ 40 bilhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) são para obras de urbanização de favelas e afirmou que muita gente gostaria que os recursos do programa fossem destinados a outras ações e não para esgoto, luz elétrica e água potável.
Lula voltou a falar sobre o papel da ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, para o andamento do PAC. Segundo ele, a ministra “toma mais conta do programa do que tomou conta de sua própria filha.” O presidente explicou a afirmação dizendo que, com o tempo, os filhos querem independência dos pais. Com o PAC, é o contrário, disse ele. “O PAC não quer liberdade, ele quer controle, quer fiscalização, acompanhamento, porque senão ele não funciona.”
Em Belo Horizonte o presidente visitou obras do projeto de urbanização da Vila São José. Ainda hoje, no município de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, Lula assina ordens de serviços de obras do PAC. Além de Dilma Rousseff, companham o presidente na viagem o ministro das Cidades, Márcio Fortes, e o vice-presidente José Alencar.
Yara Aquino
Da Agência Brasil
Rizzolo: Sinceramente, brincar em discurso aceitando o aumento da taxa de juros tentando minimizar seu efeito, e ao mesmo tempo enaltecendo o PAC e a sua candidata a Dilma Roussef é triste. O PAC é um ótimo projeto de inclusão, mas não é tudo, precisamos discutir o desenvolvimento do Brasil, não há espaços para ser irreverente a questões pontuais, como fazer o BC ter uma visão desenvolvimentista.
Não pense o presidente, que aceitar passivamente as decisões do COPOM e BC alegando a autonomia da instituição, resolve. É como sempre digo, os pobres de nada sabem, a não ser a observação de que estão com mais dinheiro no bolso, agora a pergunta: Quem vai pensar no desenvolvimento do Brasil? A esquerda se cala, a oposição é fraca, o povo é muito pobre e desinformado. Em nome da popularidade, de forma velada, Lula sinaliza: pensar todos podem, mas sem popularidade nada se consegue. É o que está ocorrendo, uma parte pensa e quer desenvolver o Brasil, e uma maioria que se diz esquerda se cala e contenta-se com seu quinhão.
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