“Queremos que seja aprovado um Estatuto Indígena que regulamenta a exploração das nossas riquezas minerais, dos nossos recursos hídricos e que contempla outras áreas como educação e saúde. Não queremos ganhar migalhas de royalties, queremos vender o nosso produto ao Brasil. Também não queremos ganhar migalhas de royalties com a construção da hidrelétrica de Cotingo. Temos condição de construí-la e de vender energia ao estado”, afirmou em entrevista coletiva no dia 29 de abril, o líder indígena Júlio Macuxi, um dos diretores da Ong estrangeira CIR (Conselho Indígena de Roraima).
A entrevista foi concedida durante a apresentação de uma carta que foi entregue ao Supremo Tribunal Federal com informações para, segundo Júlio Macuxi, “subsidiar o STF” no julgamento das ações sobre a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol.
A declaração foi dada no momento em que o índio reclamou da demora na aprovação do projeto sobre mineração em terra indígena que tramita na Câmara dos Deputados.
Macuxi e mais quatro tuxaias do CIR, também afirmaram: “Não aceitamos reduzir nem negociar a nossa terra. O que tinha de ser feito já foi feito e negociado, nem um palmo de terra mais”.
Na ocasião, Jacir de Souza Macuxi, outro tuxaua, anunciou que, “desde ontem” (dia 28, logo após os conflitos com arrozeiros do mês passado), a entrada na terra indígena se fará por meio de autorização das lideranças indígenas.
“Estamos exigindo o cumprimento do artigo 5º da Portaria do MJ nº 534 de 13 de abril de 2005, que proíbe o ingresso, trânsito e a permanência de pessoas ou grupos de não-índios dentro da nossa terra sem nossa autorização”, afirmou.
Os tuxauas do CIR também falaram sobre a decisão de iniciarem o controle dos casamentos entre índios e ‘não-índios’, uma espécie de purificação étnica. Segundo Jacir Macuxi, a união civil envolvendo índios passará pela análise de um comitê de tuxauas, que dará, ou não, a autorização. Para ele, é necessário haver um controle sobre os casamentos inter-raciais para que a comunidade indígena não seja obrigada a conviver com “maus elementos”.
Quando são esses os líderes da invasão à fazenda onde índios foram baleados, no momento em que o STF está prestes a votar sobre a situação da reserva indígena, a observação do governador de Roraima, Anchieta Júnior, é mais do que pertinente: “Essa atitude, neste momento, não me cheira bem. Há algo estranho por trás dessa invasão, já que havia uma promessa de ambas as partes de esperar pela decisão do Supremo. Qual seria a intenção de alguém invadir uma fazenda?”.
Hora do Povo
Rizzolo: Quando eu me debato tentando defender a Amazônia, me tornando repetitivo há mais de um ano neste Blog, quando recebo recados de petistas defensores dos ” indígenas”, quase que me insultando, ao ler um texto deste, me sinto reconfortado; podemos inferir que não estamos de todo errados. É impressionante como o Brasil quer na questão da Amazônia, quer em relação à questão indígenista, o governo está se tornando assustadoramente entreguista. Não é à toa que homens como o general Heleno se recusam a não falar, se recusam a não dar a sua opinião, tudo dentro da legalidade e do respeito. E os entreguistas gritam, porque talvez lhes faltam um sentido maior de patriotismo dentro do peito. Está aí, o texto claro e cristalino, não vê quem não quer. Leia artigo meu: Treze de Maio, Raposa Serra do Sol e os brasileiros
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