Nem seria preciso perguntarmos a uma pessoa que pouco tem acesso aos meios de comunicação, que eventualmente lê os jornais do País, para inferirmos que algo estranho no campo da honestidade e da ética ocorre hoje no nosso meio político. As notícias de corrupção permeiam as páginas dos nossos jornais, ao mesmo tempo em que entidades internacionais nos elevam a um grau de confiabilidade econômica maior.
Modesta seria a observação, e ao mesmo tempo injusta, se pudéssemos apenas voltar nossos olhos aos desmandos éticos do governo. De forma triste constatamos hoje no Brasil, a globalização da desonestidade com as coisas públicas, quer no governo, quer na oposição, quer no sindicalismo, quer no legislativo, e até no judiciário; enfim, os escândalos envolvendo a “rés” pública, se agigantam na mesma intensidade em que a confiabilidade econômica nos eleva ao grau maior de investimento.
Nessa relação entre o desenvolvimento econômico e a falta de ética no meio político, vale refletirmos quais são as causas que levam no Brasil políticos a se corromperem. Bases estruturais de conceitos éticos? Falta de matéria-prima humana de conteúdo moral na participação política brasileira? A insistência na mesmice eleitoral em eleger sempre os mesmos velhos nomes e caciques políticos já comprovadamente corruptos?
“Nunca na história desse País”, fomos tão desrespeitados tanto pelo governo quanto pelas oposições no âmbito da moral, da ética, do bom trato com o dinheiro público. Nosso grande desafio é mantermos o ” Corruption Level ” ao mesmo nível do “Investment Grade”, e isso só resolveremos quando começarmos a nos recusar a eleger e prestigiar nomes, que já há muito deveríamos ter varrido do meio político, da mesma forma rechaçarmos aqueles que acabam se aventurando na política sem menor nível intelectual, sem preparo, apenas alavancados pela máquina partidária. É só abrir os jornais e conferir. Faça você sua lista de excluídos políticos.
Fernando Rizzolo
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