Lula nega que Brasil vá plantar cana na Amazônia

Roma – Pressionado pela comunidade internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, em Roma, que o Brasil não vai plantar cana-de-açúcar na região amazônica, como acusam Organizações Não-Governamentais (ONGs) estrangeiras, porque não é necessário. E voltou a rechaçar as críticas feitas ao controle de desmatamento no País. “Ninguém no mundo tem autoridade moral para falar na questão ambiental no Brasil, porque o Brasil ainda detém 69% da sua mata virgem em pé”, afirmou.

“O Brasil é o País que tem parques de conservação maior que muitos países europeus, além das reservas indígenas. A União Européia só tem 0,3% da sua mata original. Então quando for falar com Brasil, primeiro olha o seu mapa”, criticou. O presidente disse, ainda, que não há problemas em se olhar para a Amazônia, mas que é preciso primeiro entender que ela pertence aos Países Amazônicos. “Depois, eles podem contribuir para que a gente tenha modelo de desenvolvimento compatível com a nossa floresta em pé. Mas até agora tem muitas palavras e pouco dinheiro”, disse.

Ao ser indagado sobre o porquê do Brasil simplesmente não proibir que se plante cana-de-açúcar na Amazônia para interromper os boatos de destruição da floresta por conta do etanol brasileiro, Lula afirmou que essa não é a solução porque não basta proibir. “Estamos fazendo o zoneamento agroecológico exatamente para que a gente demarque claramente o que você pode plantar e onde. Não queremos plantar cana na Amazônia porque sabemos que a terra lá não é produtiva para cana. Então não adianta fazer investimento lá”, argumentou. “Mais que proibir, estamos dizendo que tem um jeito de fazer corretamente. Essa idéia de proibir não dá certo em lugar nenhum do mundo. É melhor ensinar como fazer e tirar resultado daquilo”, afirmou.

Agência Estado

Rizzolo: Afirmar que ninguém na Europa tem autoridade moral e política para falar em questão ambiental, é uma argumentação fraca e deselegante. Em primeiro lugar, a Europa possui território menor que o Brasil, existindo como de fato existe, como civilização, bem antes que a nossa Pátria. Isso de maneira alguma os desautoriza como entende Lula, em opinar sobre a devastação vergonhosa que ocorre na Amazônia, muito pelo contrário. Se o Brasil detém ainda 69% da sua mata virgem em pé, é bem verdade em função da sua extensão territorial, e pelo fato de sermos um País ainda jovem comparando-se com a antiga Europa.

Segundo ponto: a justificativa da resposta em não proibir a plantação de cana-de-açúcar na Amazônia, porque “proibir não é bom “, com todo o respeito, é uma argumentação de pouca sustentação, e que não é comprovada pela Embrapa, segundo o órgão, até 2012, um único município do Acre deve multiplicar quase dez vezes a área plantada na cultura da cana, alcançando o equivalente a 30% da cidade de São Paulo. Em Roraima, ainda segundo a Embrapa, dois empreendimentos implantados no ano passado planejam ocupar 90 quilômetros quadrados com a cultura até 2009. O destino da produção seria os mercados da Amazônia e da Venezuela.

Isso vem de encontro a um problema maior do governo Lula, que é a incapacidade no enfrentamento das questões ambientais. Assim sendo, a argumentação da “terra não apropriada” confrontada pelos dados da Embrapa não consubstanciam a argumentação de que “nem que quisesse plantaria porque a terra não é boa”. Isso fecha com chave de ouro a visão perdida do governo em dar uma resposta ao mundo de como resolver o avanço da devastação. A verdade é que a Amazônia está fora de controle, quer do ponto de vista de devastação, quer de soberania. Dessa vez Lula não se saiu bem.

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