VATICANO – O papa Bento XVI recebeu no Vaticano sobreviventes do Holocausto. Após a audiência geral, o papa “acolheu de braços abertos” o norte-americano Gary Krupp, presidente da “Pave the Way Foundation” (Fundação Pavimente o Caminho), segundo informou o jornal Osservatore Romano.
Krupp “quis fortemente o encontro com Bento XVI” para informar-lhe sobre um simpósio que, de 15 a 18 de setembro, em Roma, “aprofundará” o estudo sobre a ajuda oferecida aos judeus pelo papa Pio XII.
Para o norte-americano, a presença durante a audiência de sobreviventes do Holocausto é “uma expressão de gratidão ao papa Pio XII, por ocasião dos 50 anos de sua morte”.
Alguns judeus acusam Pio XII, no comando da Igreja Católica de 1939 a 1958, de ser indiferente em relação ao Holocausto e de não se manifestar contra Hitler. Os defensores do papa vêem nele um homem santo que trabalhou nos bastidores para ajudar os judeus na Europa toda.
Vários grupos judaicos, em especial a Liga Antidifamação, com sede nos EUA, já pediram que o Vaticano suspenda o processo de canonização desse papa, que se encontra em andamento, enquanto não divulgar todos os documentos secretos referentes à Segunda Guerra.
O Osservatore Romano também informou que, além dos judeus, Bento XVI recebeu Mame Mor Mbacke, “notável referência para os muçulmanos do Senegal”, que expressou seu compromisso de colaborar com os católicos pela paz e pela justiça. Segundo a publicação, o encontro “é um sinal positivo para o diálogo com o Islã na África”.
Agência Estado
Rizzolo: O tema é polêmico, a Liga Anti Difamação Judaica nos EUA alega que o processo de canonização do Papa deve ser suspenso até que os arquivos secretos do Vaticano datados da época sejam analisados. É o tipo de discussão que provavelmente não levara a nada. O anti-semitismo ainda está vivo por toda parte, inclusive no Brasil, e digo isso como conhecedor da causa, com freqüência envio emails que recebo de conotação anti semita aos devidos órgãos policiais para as devidas apurações de autoria. Nenhum povo pode ser discriminado por motivos religiosos, étnicos, ou seja lá qual for a justificativa. Acredito que o Papa Pio XII deve ter agido no âmbito que tinha alcance, deve ter agido no que era ao seu alcance; pessoalmente não acredito na tão promulgada passividade do Papa em relação ao Holocausto, até porque isso jamais seria um comportamento cristão. Pelo menos prefiro assim pensar.