Charge do Novaes para o Gazeta Mercantil

Governo quer produção maior de alimentos para combater crise

Depois de elevar os juros e o superávit primário, o governo agora pretende controlar a inflação com um incremento na produção de alimentos. Segundo reportagem publicada nesta sexta-feira na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), os agricultores terão R$ 65 bilhões para financiar a próxima safra e outros R$ 13 bilhões serão destinados a produtores familiares.

As medidas farão parte de pacote agrícola a ser anunciado no início de julho pelo presidente Lula. Segundo o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura), as medidas discutidas nesta quinta-feira serão suficientes para elevar a produção de alimentos em 5%, alcançado 148 milhões de toneladas.

No ano passado, o financiamento à safra foi de R$ 58 bilhões e à agricultura familiar, de R$ 12 bilhões.

A reunião foi realizada ontem com a equipe econômica, economistas de fora do governo e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP).

Leia a matéria completa na Folha, que já está nas bancas.

Inflação

Ontem, a Folha noticiou que Lula realizou uma reunião com a equipe econômica e conselheiros informais para discutir medidas de controle do gasto público e de restrição à expansão do crédito.

O presidente convocou a reunião para analisar uma maneira de evitar que a inflação –cuja meta é de é de 4,5% para 2008– supere os 6,5% neste ano.

Após a reunião desta quinta, o ministro da Agricultura afirmou que serão propostas ações de curto e longo prazos com a preocupação também de não degradar o ambiente.

“Acho que está se tentando caminhar em duas linhas. Uma, com a visão a longo prazo, que é a agricultura sustentável. Procurando fortificar o pequeno agricultor. E uma segunda linha que é aumentar alimentos”, afirmou.

Stephanes disse ainda que no dia 2 de julho o presidente deve anunciar em Chapecó, no interior de Santa Catarina, as medidas para estimular a agricultura familiar. As medidas de incentivo à agricultura comercial saem no dia seguinte, em solenidade no Palácio do Planalto.

Além de Stephanes, participam da reunião o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o senador Aloizio Mercadante, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) e o economista Luiz Gonzaga Beluzzo, entre outros.

Folha online
Rizzolo: O presidente Lula acertou quando na concepção de se controlar a inflação, decidiu pelo aumento da produção de alimento. Aliás, este Blog já há tempos, para não dizer há muito tempo, tem alertado a forma errônea de se enfrentar a inflação tendo apenas como foco o combate ao aumento da demanda na forma de aumento dos juros. Países que atualmente enfrentam o crescimento com pressões inflacionárias, como a China, combatem a carestia com um aumento da oferta, com crescimento, com produção, com desenvolvimento. A contenção dos gastos públicos também faz parte da política, contudo, num País que ainda pouca estrutura tem por parte do Estado nas implementações das políticas públicas, isso se torna um pouco mais difícil. Em relação ao tabelamento de preços, já está mais que consagrado que isso não funciona. O presidente Lula parece ter entrado numa rota de visão macroeconômica certa. Boa notícia.