O inquérito administrativo aberto na Polícia Federal (PF), que apura de onde vazaram as informações sobre as prisões decorrentes da Operação Satiagraha à TV Globo, já tem um depoente a ser ouvido. Trata-se do jornalista César Tralli, responsável pela cobertura da ação da PF pela emissora da família Marinho.
A TV Globo teve acesso exclusivo aos procedimentos da Operação, bem como das datas e horários das prisões do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, do banqueiro Daniel Dantas, e do investidor Naji Nahas. Sendo assim, foi a única emissora brasileira a fazer imagens da ação. A informação é de Ricardo Feltrin, editor-chefe da Folha Online.
A exclusividade foi alvo de críticas das demais emissoras, que questionaram o ministro da Justiça Tarso Genro, a respeito do vazamento privilegiado. Por essa razão, o próprio Genro determinou a abertura do inquérito.
Defesa
Na noite desta quarta-feira (9), a Central Globo de Comunicação emitiu comunicado, no qual falava sobre a polêmica envolvendo a cobertura do caso. Na nota, a emissora alega que as imagens são fruto de trabalho árduo, seriedade, credibilidade, acesso a múltiplas fontes de informação na sociedade e nas três esferas do poder público, compromisso com o furo e com a informação em primeira mão”.
Ainda no comunicado, a emissora disse que não deve se manifestar sobre a abertura do inquérito na PF, mas que fará valer o artigo da Constituição Federal que prevê o sigilo de fonte. “… está disposto no inciso XIV, do artigo 5º da Constituição Federal, no capítulo sobre direitos e garantias fundamentais: ‘É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional'”.
Fonte: Portal Imprensa
Rizzolo: É lógico que houve, digamos, uma preferência pela emissora em questão na divulgação das cenas. Sinceramente não condeno em si as cenas, afinal, centenas de pobres que cometem crimes de menor lesão patrimonial são expostos à mídia de forma implacável. Agora, é lógico que aqueles que disponibilizaram as informações com antecedência devem ser identificados e responderem. É uma questão menor, não devemos nos focar nesse aspecto da operação, e sim nas provas que serão produzidas, e na ampla defesa dos acusados.
Apenas para ilustrar, e sanar a curiosidade dos meus leitores, em relação ao juiz Fausto de Sanctis da da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, tive o prazer de conhecê-lo em 1993 quando atuava muito como advogado na esfera da Justiça Federal Criminal, ainda quando era situada na Praça da República em São Paulo. Fausto Martin De Sanctis se especializou em crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e em lavagem de valores. E parece não temer ninguém. Escreveu os livros: Direito Penal Tributário – Aspectos relevantes (2006), Punibilidade no Sistema Financeiro Nacional – Tipos penais que tutelam o Sistema Financeiro Nacional (2003), Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica (1999) e co-autor de Mulher e direito penal (2007) e Lavagem de dinheiro – Comentários à Lei pelos juízes das Varas Especializadas (2007). É realmente um juiz empenhado em cumprir a Lei, disso podem ter certeza.