O presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou nesta terça-feira a seu colega venezuelano, Hugo Chávez, que a ativa cooperação entre Moscou e Caracas “se transformou em um dos fatores fundamentais da segurança regional” na América Latina.
“Nos últimos tempos nossos contatos e relações adquiriram um caráter não apenas estável, mas muito dinâmico”, afirmou Medvedev ao receber Chávez –que realiza sua sexta visita à Rússia– na residência campestre de Meindorf, nos arredores de Moscou.
Ele acrescentou que prova disto é o rápido crescimento do comércio bilateral, cujo valor no ano passado foi duplicado em comparação a 2006, apesar de defender a otimização da cooperação, cuja maior parte corresponde às compras de armas russas por Caracas.
Já Chávez deu os parabéns a Medvedev pela sua posse, em maio passado, e se mostrou convencido de que a eleição do novo chefe do Kremlin será uma “garantia de segurança e estabilidade” dos dois países e “do mundo inteiro”, informa a agência oficial russa RIA Novosti.
Além disto, Chávez transmitiu a Medvedev uma saudação de parte do líder cubano Fidel Castro e afirmou que compartilha plenamente os princípios da política externa do Kremlin em defesa de um mundo “multipolar”.
Já na chegada a Moscou nesta manhã, Chávez expressou sua “grande esperança” de que a visita permita continuar com a construção de uma “aliança estratégica” entre Rússia e Venezuela.
Segundo o dirigente venezuelano, os acordos assinados nos últimos anos com a Rússia, sobretudo para a compra de armas, “garantirão a soberania da Venezuela, que é ameaçada pelos Estados Unidos”.
Após a reunião a sós entre Medvedev e Chávez, as negociações continuarão com a participação de executivos de grandes companhias dos setores de armas, energia e metalurgia, após a qual está prevista a ratificação de acordos.
Segundo fontes do complexo industrial militar russo, ambos os países poderiam assinar vários contratos de armamento pesado no valor de US$ 1 bilhão, informou a agência russa Interfax.
Caracas está interessada na compra de cerca de dez a vinte sistemas antiaéreos Tor-M1, os mesmos que o Irã adquiriu no final de 2005. Também poderia ser fechada a compra de três submarinos da classe Varshavianka, projeto 636.
A exportadora estatal russa de armamento Rosoboronexport anunciou nesta segunda-feira que durante a visita de Chávez é esperado o estabelecimento de um acordo para o fornecimento de material bélico.
Folha online
Rizzolo: O que a América Latina deve se perguntar é o porquê de tanto armamento. Sabe-se que não há um conflito armado na América Latina que justifique esse comportamento belicista, sabe-se também, que o único movimento armado são as Farc, que de certa forma, muito embora Chavez e outros lideres aleguem que são contra, enxergam os guerrilheiros com olhos de ” revolucionários”, o que na verdade jamais os foram. Por outro lado, a alegação de que a reestruturação militar, em função a um eventual ataque dos EUA, serve apenas para justificar as compras, até porque os EUA na condição atual, não estaria disposto a um conflito na América Latina.
Do nosso lado, temos sim que nos preocupar com nossas fronteiras, com a política errada indigenista, reaparelhar nossas Forças Armadas, investir no nosso submarino nuclear. Não vejo mais ninguém falar em investimentos na área militar no Brasil; infelizmente tudo por aqui começa com entusiasmo e perde-se a determinação inicial com o tempo. Temos que pensar nas nossas Forças Armadas, e com certeza não por razões do imperialismo americano, mas sim na obscuridade das intenções dos nossos vizinhos.
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