Multis destinaram às matrizes US$ 18,99 bilhões no semestre

Dólares enviados quintuplicaram em cinco anos

Os lucros enviados pelas multinacionais às suas matrizes somaram US$ 18 bilhões e 993 milhões no primeiro semestre, quase que o dobro do mesmo período do ano passado (US$ 9 bilhões e 807 milhões), constituindo-se no principal fator para o déficit de US$ 17 bilhões e 402 milhões nas contas externas (transações correntes) nos seis primeiros meses deste ano.

Ao apresentar os números do setor externo na segunda-feira (28), o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, disse que o aumento da remessa de lucros reflete uma ”mudança estrutural” no balanço de pagamentos. No melhor estilo acaciano, o arguto diretor do BC garantiu: “Lucro só se remete quando tem lucro”.

Não esperaríamos de um alto funcionário do BC que ele dissesse que essa remessa de lucros é uma sangria que está se tornando desatada para o país – e que é isso o que está chamando de “mudança estrutural”. Mas assim é, e de forma crescente nos últimos cinco anos foram enviados ao exterior:

2003 – US$ 5,7 bilhões

2004 – US$ 7,3 bilhões

2005 – US$ 12,7 bilhões

2006 – US$ 16,4 bilhões

2007 – US$ 22,4 bilhões

Agora, somente em seis meses de 2008, as remessas de lucros já se aproximam do que foi enviado durante todo o ano passado. O BC estima, conservadoramente, como sempre, que até o final do ano as remessas de lucros atinjam US$ 29 bilhões.

Em suma, usando a estimativa do BC, as remessas de lucro quintuplicaram entre 2003 e 2008. Essas são as faturas pagas pelo ingresso dos festejados investimentos estrangeiros diretos (IED), ou seja, pela compra de empresas pelo capital estrangeiro ou, em menor grau, pela instalação aqui de empresas estrangeiras. No mesmo período em que as remessas de lucro quintuplicaram, os investimentos diretos estrangeiros apenas triplicaram, ou um pouco mais:

2003 – US$ 10,1 bilhões

2004 – US$ 18,1 bilhões

2005 – US$ 15,1 bilhões

2006 – US$ 18,8 bilhões

2007 – US$ 34,6 bilhões

Em 2008, o BC estima essa entrada em US$ 35 bilhões.

Somente para frisar: enquanto as remessas de lucro quintuplicaram, as entradas de investimento direito estrangeiro foram apenas um pouco mais do que o triplo.
Algumas figuras alucinadas do tipo Gustavo Franco pretenderam, no passado, que o rombo nas finanças do país que provocavam com juros altos e valorização artificial do real fosse eternamente coberto com o dinheiro que vinha de fora. Como sabemos, não deu certo – o último apologista de Gustavo Franco é, no momento, o sr. Salvatore Cacciola, recolhido às celas da PF.

Porém, há ainda quem argumente que o país está tendo alguma vantagem, pois entrou mais em investimento direto do que saiu em remessas de lucros. Ainda que mantendo a questão apenas nesse primário nível aritmético – sem mencionar os demais problemas causados por uma economia comandada a partir de fora ou que uma empresa desnacionalizada deixa de ser um ativo do país e passa a fazer parte do seu passivo externo – o problema, como mencionamos, é que o aumento das remessas de lucros, mesmo nesse período de enxurrada de capital estrangeiro, foi maior do que o aumento das entradas de investimento direto: esta é, naturalmente, a tendência, pela simples razão de que o interesse do capital estrangeiro é lucrar aqui para enviar esses lucros às suas matrizes. Não existe outra razão econômica para que o dinheiro de fora entre no país para comprar empresas brasileiras ou instalar novas empresas. Aliás, o principal motivo para que uma empresa instale uma filial em outro país ou compre empresas de outro país, é porque pode lucrar mais nesse país do que no seu – devido à mão-de-obra barata ou porque pode colocar nesse outro país as máquinas que já estão obsoletas ou porque recebe favorecimentos do governo desse outro país, ou por todos esses e outros motivos ao mesmo tempo.

O importante é que cada um desses atrativos para a empresa é uma drenagem de recursos do país onde está a filial para o país onde está a sua sede. Por isso, nunca houve nação alguma do mundo em que o desenvolvimento se fizesse com base no capital estrangeiro. Ele pode dar alguma contribuição – desde que esteja submetido a limites, que, inclusive, disciplinem a remessa de lucros para o exterior, ou seja, desde que esteja legalmente subordinado ao interesse nacional de desenvolvimento. Mas jamais pode ser a base desse desenvolvimento. Até porque, se fosse a base da economia, acabaria fazendo as leis, dominando o parlamento e o governo – para não falar da mídia – em interesse próprio, que não é desenvolver o país no qual se instala, mas enviar lucros para a sede – em suma, remeter recursos da filial para a matriz. Para isso servem as filiais – e por isso têm esse nome.

O resultado da entrada de capital estrangeiro nos últimos cinco anos é que o próprio BC projeta para 2008 um déficit de US$ 21 bilhões nas transações correntes, o qual espera que seja financiado através de IED, estimado em US$ 35 bilhões. Se realizada esta profecia, isso significaria mais remessas de lucros, sempre aumentando em grau maior do que a entrada de capital estrangeiro, sobretudo quando a matriz está em crise. Aliás, essa invasão de capital estrangeiro faz com que o país fique pendurado na crise alheia. A manutenção disso eternamente é tão impossível quanto os delírios do citado Gustavo Franco no primeiro mandato de Fernando Henrique – iria até à debacle.

Porém, apesar das profecias do BC, já neste primeiro semestre os investimentos estrangeiros diretos (US$ 16,703 bilhões) não foram suficientes para cobrir o rombo de US$ 17,402 bilhões nas contas externas, causado principalmente pela remessa de lucros.

BANCOS

Os bancos estrangeiros foram os principais remetedores de lucros no semestre que se encerrou, com US$ 2,866 bilhões (17,1%), seguido das indústrias do ramo da metalurgia, com US$ 2,717 bilhões (16,2%).

Desde 2003, este foi o primeiro semestre a apresentar um resultado negativo nas transações correntes – que incluem a balança comercial, os serviços, a renda (juros, lucros e dividendos, turismo etc.) e transferências unilaterais. Além da remessa de lucros, a adversidade do câmbio – resultante dos juros estratosféricos do BC -, também contribuiu para o déficit. O saldo nos seis primeiros meses de 2008 da balança comercial foi de US$ 11,349 bilhões, ante US$ 20,577 bilhões registrados no semestre anterior.

VALDO ALBUQUERQUE
Jornal Hora do povo

Rizzolo: O problema da remessa de lucros no Brasil é realmente a falta de regulamentação e o direcionamento dos investimentos aos interesses no Brasil. De forma em que está formatada a política de remessas de lucro no Brasil, elas tornam-se apenas um negócio atraente, até porque os ativos no Brasil passam a figurar como passivo externo.

O fato de os bancos serem os principais remetedores, denota a financeirização da nossa economia. O capital internacional é bom na medida em que a remessa de lucro seja coerente com os investimentos ativos no País, um regra de maior proporcionalidade deveria ser preconizada, enquanto as remessas de lucro quintuplicaram, as entradas de investimento direito estrangeiro foram apenas um pouco mais do que o triplo.

Mísseis russos S-300 podem proteger petróleo da Venezuela, disse militar russo

Sistemas anti-míssil russos S-300 poderiam garantir a segurança dos recursos petrolíferos na Venezuela, acredita Anatoly Kornukov, antigo chefe da Força Aérea da Rússia.

Se Venezuela recebe essas armas, “irá reforçar a sua segurança contra potenciais adversários. Será difícil punir este país com ataques contra os campos petrolíferos,” disse o militar.

Uma dúzia de divisões de S-300, com seis sistemas cada, seria suficiente para proteger todo o território venezuelano, de acordo com Kornukov. O fornecimento de armas russas a Venezuela é absolutamente legal, o especialista sublinhou, recordando que a Rússia já entregue sistemas S-300 PMU para a China.

Igor Korotchenko, membro do Conselho Público anexo ao Ministério da Defesa da Rússia, acredita que a Venezuela não está interessado em esporádicas entregas de mísseis, mas a criação de um sistema coerente de defesa aérea, incluindo a rede de radares e de controle.

“Na Venezuela é necessário implementar uma linha independente”, explicou Korotchenko. A nacionalização das grandes petrolíferas ocidentais, segundo ele, “aumenta o risco de usar a força militar contra a Venezuela, principalmente os E.U.A”.

Fonte: Ria Novosti

Rizzolo: Depois ainda existem aqueles que defendem e alegam que a Venezuela não propõe uma corrida armamentista na América Latina. Eu tive a coragem de no momento preciso, virar as costas à política Chavista. Fica cada vez mais patente que o governo da Venezuela de certa forma, intimida os demais vizinhos com toda essa ” parceria” quer com a Rússia, com o Irã, com a Coréia do Norte e a China.

Essa pretensa aventura chamada de união dos países da América Latina capitaneado por Chavez, união esta que muitos apregoam, é na verdade uma forma velada de enfrentamento aos EUA, que no meu ponto de vista, nem estão tão preocupados com a Venezuela em si, mas na possibilidade da Venezuela vir a servir de base a outros países, digamos, nada democráticos, e que pretendem dominar e ter influência na América do Sul. O próprio presidente da Venezuela Hugo Chávez no seu encontro com o primeiro-ministro russo Vladimir Putin fez uma proposta sensacional. Se a Rússia quiser instalar bases militares no território venezuelano será recebida “calorosamente”, disse Chávez. E ainda falam mal da Quarta Frota, hein !

Ahmadinejad diz que ONU é manipulada por grandes potências

TEERÃ – O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, culpou nesta terça-feira, 29, os Estados Unidos e outros “grandes potências” pela proliferação nuclear, pela AIDS e outros males globais e afirmou que estes países exploram as Nações Unidas (ONU) e outras organizações para os seus próprios benefícios. Ele ainda pediu ao Movimento de Países Não-Alinhados (NOAL) a criação de um “mecanismo” para defender seus interesses, após criticar a atuação “favorável às grandes potências” do Conselho de Segurança da ONU e de outras organizações internacionais.

Ahmadinejad fez o apelo na inauguração, em Teerã, da 15ª reunião ministerial do NOAL, na qual estão representados mais de 100 países, pelo menos 80 deles por seus ministros de Relações Exteriores, além de oito organizações internacionais e regionais. O presidente também responsabilizou “grandes potências” pelas crises econômicas mundiais, e defendeu o direito dos países em vias de desenvolvimento ter acesso à tecnologia nuclear para fins pacíficos.

“Há muitos exemplos da ineficácia dessas organizações internacionais e da falta de reconhecimento dos direitos dos demais países por parte do Conselho de Segurança da ONU”, disse o líder iraniano. “Apesar dos riscos e da proibição da arma nuclear, eles continuam a produzi-la (…) muitas organizações internacionais foram criadas para servir aos interesses das grandes potências e bloquear os demais países”, acrescentou.

Além disso, Ahmadinejad perguntou se “é possível que o Conselho de Segurança da ONU condene os EUA e aprove resoluções” contra o Irã. “Se as entidades internacionais tivessem atuado de forma justa a respeito dos problemas do mundo, não teria existido o problema da Palestina e o Conselho de Segurança não teria reconhecido o regime

O líder iraniano acusou as grandes potências de “fomentar a discórdia, intensificar a corrida militar e armamentista” para que possam alimentar sua indústria de armas. A AIDS, segundo Ahmadinejad, é resultado das condições do mundo “imposta pelas grandes potências”. Ele ainda acusou o Conselho de Segurança da ONU ser uma ferramenta destes países, e afirmou que o organismo é inútil em alcançar soluções para os problemas do mundo.

Segundo Ahmadinejad, o tempo está ao lado dos países pobres. “Os grandes poderes estão ruindo”, afirmou. “Eles chegaram ao fim de seu poder, e o mundo converge para uma nova e promissora era”.

Ahmadinejad criticou o indiciamento do presidente sudanês, Omar al-Bashir, por genocídio em Darfur, e afirmou que o Tribunal Penal Internacional deveria acusar os líderes israelenses, por matar oponentes e impor o embargo de suprimentos alimentares e médicos contra os palestinos. O presidente disse ainda que as tentativas americanas de alcançar um acordo com o governo iraquiano para manter as tropas no país “minarão a independência e os direitos do povo do Iraque”.

Os países do grupo se opõem “às medidas unilateralmente impostas por certos países, que utilizam a ameaça do uso da força, a pressão e medidas coercivas para alcançar suas políticas nacionais”, diz comunicado. A declaração parece ser uma referência indireta aos EUA, que afirmam que usarão a força como último recurso se o Irã não atender aos pedidos do Conselho de Segurança para interromper o seu programa nuclear. O documento ainda condena “a classificação de países como bons ou maus com base em critérios unilaterais e injustificados”, numa crítica ao rótulo que o presidente George W. Bush aplicou ao governo iraniano como integrante do “Eixo do mal”, em que já foram incluídos o Iraque de Saddam Hussein e a Coréia do Norte.
Agência Estado

Rizzolo: Esse cidadão com esse nome complicado representa o maior perigo para estabilização da paz no cenário mundial. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, é um velho conhecido não confiável dos EUA, e inimigo mortal do Estado de Israel, que segundo suas afirmações, quer ” varre-lo do mapa”. O pior são seus tentáculos na América Latina e seus discípulos, amigos ou aliados como Chavez. Segundo Chavez, a Venezuela apoiaria o Irã “a qualquer momento e em qualquer circunstância”.

É impressionante como existe na esquerda da América Latina condescendência com governos fundamentalistas perigosos, ou grupos guerrilheiros como as Farc. Confesso que a idéia inicial do socialismo bolivariano original, que tinha na sua essência aquele romantismo, me era simpático, mas a escalada de posturas autoritárias, e as alianças de Chavez com governos perigosos, fez com a grande massa que outrora enxergava Chavez como um socialista moderado e incompreendido, o tenha hoje como um descontrolado; muito embora faça atualmente um esforço descomunal para amenizar ou mudar essa imagem que já está impregnada no cenário internacional. Agora só coopta os incautos.

Charge do M.Jacobsen para o Charge online