Comandante reconhece fragilidade na defesa de soberania marítima

BRASÍLIA (Reuters) – A descoberta de petróleo na camada pré-sal expôs a fragilidade brasileira na defesa do mar territorial e o governo reconheceu nesta terça-feira que as Forças Armadas não têm como garantir totalmente a soberania das águas brasileiras.

Sempre mais voltado para uma agressão à Amazônia, o Brasil se preparou para defender sua floresta, mas não desenvolveu poder dissuasivo contra ataque às suas riquezas no mar.

Descoberto pela Petrobras e seus parceiros no ano passado, o reservatório da camada pré-sal estende-se por 800 quilômetros, do Espírito Santo a Santa Catarina, e pode conter bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural).

“Sem sombra de dúvidas, precisamos aumentar a capacidade da Marinha de estar presente em toda essa região”, disse a jornalistas o almirante Julio Soares de Moura Neto, comandante da Marinha, referindo-se à chamada Amazônia Azul, o espaço marítimo brasileiro, que tem 4,5 milhões de quilômetros quadrados. “Eu diria hoje que nós não temos capacidade de atender a todas as nossas tarefas”, acrescentou.

O comandante ressaltou que o governo está ciente da importância de levar adiante o programa de reaparelhamento das Forças Armadas. Um dos objetivos da Marinha é construir um submarino nuclear para garantir ao Brasil poder dissuasivo.

Apesar do alerta, Moura Neto negou que a reativação da Quarta Frota anunciada pelos Estados Unidos represente um risco ao país. Para o almirante, a medida não gerará, “em hipótese alguma”, atritos nas relações bilaterais com os EUA.

“O Comando Sul dos EUA, que tem como responsabilidade a área da América do Sul e Central, sempre foi apoiado por uma frota americana. Antigamente, era a Segunda Frota. Agora, é a Quarta. Não há nenhuma mudança estrutural, apenas mudanças administrativas dentro da Marinha americana”, afirmou.

Moura Neto disse ainda não acreditar que os americanos foram motivados pelas descobertas de petróleo anunciadas recentemente pelo Brasil. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a levantar essa suspeita. “Não há relevância no contexto”, assegurou.

As declarações do comandante da Marinha foram feitas depois de cerimônia de promoção de oficiais, no Palácio do Planalto. Na ocasião, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que a Amazônia está protegida.

“Não há motivos para temer nenhuma ameaça à Amazônia. Nossos soldados estão prontos para defendê-la”, discursou. “Apesar de algumas deficiências logísticas, todos os objetivos estão sendo conquistados.”

Jobim voltou a comentar o Plano Estratégico de Defesa Nacional, que entregará ao presidente Lula no mês que vem. Segundo o ministro, o programa garantirá o aparelhamento das Forças Armadas e fortalecerá a indústria bélica nacional. “Não podemos continuar na dependência quase completa do material importado”, frisou.

Os comandantes militares consideraram encerrada a polêmica em torno da revisão da Lei de Anistia, com a exclusão dos torturadores. A hipótese foi levantada pelo ministro da Justiça Tarso Genro com o argumento de que tortura não é crime político.

“O assunto está encerrado. O presidente falou, o ministro comentou, então está encerrado”, disse o comandante do Exército, general Enzo Peri, referindo-se à determinação de Lula de que o assunto fique restrito ao Judiciário. (Reportagem de Fernando Exman)
Folha online

Rizzolo: É lógico, e o bom senso agradece, que os EUA não apresentam uma ameaça à nossa soberania marítima. Como bem afirmou o almirante Julio Soares de Moura Neto, isso não quer dizer de maneira nenhuma, que não precisamos urgentemente reaparelhar nossas Forças Armadas. Hoje o Brasil está vulnerável do ponto de vista militar, temos uma fragilidade na defesa da nossa soberania marítima, e os EUA sabem disso, e sabem também de fonte fidedigna, que países como a Rússia, o Irã, a China, e a Coréia do Norte, aliados, amigos inseparáveis do companheiro Chavez estão sim de olho no nosso continente, vendendo armamento, tecnologia, e influenciando a América Latina do ponto de vista ideológico.

O grande problema desse debate no Brasil, é que a velha esquerda distorce os fatos. Na concepção stalinista retrógrada, os EUA estão aí para ” tomar de assalto” nossas reservas. Ora, o grande perigo de um País desarmado como o nosso, é exatamente os outros países acima elencados, que a cada dia tentam aumentar sua influência na nossa região face inclusive ao aumento das transações comerciais e das suas rotas marítimas.

O Brasil, precisa como bem afirmou o Almirante Moura Neto, que é acima de tudo um patriota, reestruturar nossas Forças Armadas, temos a chamada Amazônia Azul, um espaço marítimo brasileiro, que tem 4,5 milhões de quilômetros quadrados. Necessitamos de um submarino nuclear sim, com autonomia para nossa enorme costa, com forte poder dissuasivo. Na verdade, temos duas opções, ou confiamos na Fourth Fleet (Quarta frota), e no Exército Brasileiro que por hora está defasado, ou contemplaremos passivamente gritando palavras de ordem contra a Quarta Frota em coro com os comunistas, enquanto Rússia, Irã, China e Coréia do Norte fazem seu expansionismo necessário na América Latina, sob a batuta da esquerda retrógada que os receberão com um tapete vermelho, e com os punhos cerrados. Eu fico com a democracia.

Podemos através das afirmações do almirante Moura Neto inferir que esta é a diferença entre a visão de um militar que entende do assunto, e da esquerda de Ipanema, histérica contra a Quarta Frota, e entusiasmada com a atuação de Putin na Georgia.

Lula não fala sobre Lei da Anistia e dá assunto por encerrado

SÃO PAULO – Ao participar de solenidade nesta terça-feira, 12, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não falou sobre a polêmica criada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, que defende a punição para militares que praticaram atos de tortura. O estadao.com.br apurou que o presidente evitou o assunto porque não estava previsto e já deu o caso como encerrado desde a última segunda-feira, quando o tema foi tratado pela coordenação política.

Fontes disseram também que, como o debate foi levantado por Tarso, é um ponto de vista do ministro e não dá a idéia de que o governo teria “patrocinado” a discussão.

Desde a semana passada, os militares pressionam o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para que Lula, como comandante-em-chefe das Forças Armadas, determine a Tarso que pare de criar polêmica, conforme antecipou o Estado na edição de domingo. Lula já havia pedido a Tarso que não aprofundasse a polêmica, mas o ministro continuou alimentando o debate com declarações à imprensa, o que desagradou a Lula.

Agência Estado

Rizzolo: No meu de vista, o presidente Lula deveria ter se manifestado, até para que o povo brasileiro soubesse de sua posição a respeito da questão sobre a punição para militares que praticaram atos de tortura. Pelo que podemos inferir o ministro Tarso Genro perdeu o apoio, e ao tudo indica, por determinação ” in off ” não deverá mais tocar no assunto, como deveria ter feito desde o início como determina o bom senso. Vamos pensar no desenvolvimento do Brasil, e enterrar os revanchismos de uma vez. Agora, observem que este Blog já previa que o presidente nada falaria a respeito. Dito e feito, mais uma manobra ” à la Lula”.

Queda no preço dos alimentos derruba os índices de inflação

IGP-M registra deflação de -0,01% em agosto

A desaceleração da inflação de junho para julho, aferida por vários indicadores, foi generalizada e puxada principalmente pela queda dos preços dos alimentos. E já na primeira prévia de agosto, ocorreu variação de -0,01% no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A redução dos preços de commodities agrícolas no atacado e dos preços de alimentos no varejo foi responsável pela deflação. Na primeira prévia de julho, havia ocorrido um aumento de 1,55%.

O IGP-M é usado como referência em reajustes de aluguéis e tarifas (água, luz e telefone), e também no mercado financeiro. Dois dos três componentes do IGP-M apresentaram desaceleração na passagem do decêndio de julho para o primeiro decêndio de agosto: o IPA (preços por atacado) teve deflação de 0,24% ante 1,97% verificado em julho. Já o IPC (preço ao consumidor) a desaceleração foi de 0,42% para 0,07%. A maior contribuição foi do grupo Alimentação que apresentou uma deflação de 0,59 em agosto ante uma variação de 0,89% na prévia de julho.
O primeiro decêndio do IGP-M de agosto compreendeu o intervalo entre os dias 21 e 31 de julho.

O índice que mede a inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve uma variação de 0,53% em julho, ante 0,74% registrada no mês anterior. Ou seja, uma queda de 0,21 ponto percentual. Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o grupo alimentos e bebidas apresentou um aumento bem menor do que nas apurações anteriores. A taxa caiu de 2,11% em junho para 1,05%, em julho. Segundo o IBGE, “alguns alimentos registraram inclusive variações negativas nos preços. O consumidor passou a pagar menos, por exemplo, pelo arroz, que, de uma alta de 9,90% em junho, passou para uma queda de 0,51%”.

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), de acordo com a FGV, passou de 1,89% em junho para 1,12% em julho. Esse indicador foi puxado para baixo com a diminuição da variação de 3,88% para 1,14% dos preços dos produtos agrícolas no atacado, no período.

O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), referente a famílias com renda mensal de 1 a 2,5 salários mínimos, caiu de 1,29% em junho para 0,61% em julho, em função da queda ou deflação de preços de alimentos.

ESPECULAÇÃO

A redução da inflação se deu no mesmo momento em que os preços das commodities – que virou alvo dos fundos de especulação após a derrocada da pirâmide de papéis imobiliários nos EUA – tiveram queda acentuada nos mercados futuros, nas maiores economias mundiais. Nos últimos 30 dias, até 7 de agosto, segundo o índice Commodity Research Bureau (CRB), o preço do milho teve uma queda de 27% e a soja, 22%. Já o petróleo, a variação foi de -17%.
Os resultados, de imediato, remetem ao terrorismo inflacionário propalado pelo Banco Central, escorado por seus colunistas na mídia, o pretexto para a nova escalada dos juros.

A especulação externa com commodities, particularmente com alimentos, teve reflexos em nosso mercado interno. No entanto, para Meirelles e demais membros da trupe do Comitê de Política Monetária (Copom) os aumentos localizados se deram em função do aumento do consumo da população, passando alardear um suposto descontrole inflacionário. Era apenas o pretexto para aumentar os juros, mesmo com a inflação dentro dos limites estabelecidos pelo regime de metas – o IPCA acumula 6,37% nos últimos 12 meses -, feito de encomenda para transferir os recursos do Tesouro Nacional para a especulação financeira. Na ótica do BC, errado estava o presidente Lula quando determinou, após a estagnação verificada em 2005 e 2006 – resultante exatamente da política de juros alucinados de Meirelles -, que fosse implantada uma política de crescimento acelerado.

Além do “surto” inflacionário, Meirelles tem alegado que o BC visa o centro da meta (4,5%) para 2009. Ou seja, não se trata apenas de manter a inflação dentro da banda (entre 2,5% e 6,5%). Mas, se o objetivo é o centro, para que ter banda? A não ser que o objetivo seja manter os juros nas alturas e derrubar o crescimento para abaixo dos 4%, conforme as estimativas do PIB divulgadas semanalmente pelo boletim Focus.

Hora do Povo

Rizzolo: Essa questão do BC de focar a inflação no centro da meta, e ao mesmo tempo em que notamos uma desaceleração nos preços dos alimentos, Meirelles insiste que a inflação é devido a demanda interna, serve apenas, na verdade, para chancelar sua política de alta dos juros, visando beneficiar os especuladores. Ora, se observamos uma queda do preço das commodities, se observamos no mercado interno uma desaceleração dos preços, porque insistir no “centro da meta”?

A verdade é que o Copom e o BC que no Brasil são ” autônomos “, e isso para eles é uma maravilha, não querem o desenvolvimento do Brasil, não querem e pouco se importam no fato de termos que criar 4,5 milhões de novos empregos por ano para absorvermos os jovens que entram no mercado de trabalho. Inflação, como eu sempre afirmo, se combate com desenvolvimento, produção, maior oferta de produtos, que por si, gera mais emprego e desenvolvimento.

A situação agora é ruim, até porque com a queda dos preços das commodities comprometeremos o superávit comercial, as exportações nossas de manufaturados estão emperradas face ao real valorizado, enquanto isso a ” farra no Cassino Brasil” continua, e o batuque dos enormes lucros dos bancos prestam vassalagem ao governo Lula, o presidente preferido pelo povo e pelos banqueiros que se refastelam nos lucros.

Charge do Iotti foi para o Zero Hora