Em sinalização de que o governo quer maior controle sobre os recursos do pré-sal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (12) que não se pode deixar a nova fronteira petrolífera do Brasil “na mão de meia dúzia de empresas”. O presidente convocou as entidades estudantis a iniciarem uma pressão pela mudança na lei do petróleo.
Lula defende que a arrecadação com a exploração do petróleo na área do pré-sal -um reservatório gigante de óleo leve descoberto abaixo da camada de sal da costa brasileira-, será fundamental para resolver problemas históricos do país.
“”Não podemos abrir mão desse petróleo que está a 3.000 metros de profundidade. Ele é da União, é dos 190 milhões de brasileiros. Precisamos usar este patrimônio para fazer reparação aos pobres do país. A gente precisa usar [o petróleo] para resolver o problema da educação e não deixar nas mãos de empresas que acham que o petróleo é deles, que vão apenas comercializá-lo”, afirmou Lula, em discurso no Aterro do Flamengo, em frente ao terreno do União Nacional dos Estudantes (UNE).
“Temos que aproveitar esse petróleo para transformar o Brasil e torná-lo ainda mais forte e mais soberano e mais dono de si”, enfatizou.
O presidente lembrou que formou um grupo interministerial para discutir as mudanças na atual Lei do Petróleo a partir da descoberta de reservas gigantes na camada do pré-sal. O grupo tem até meados de setembro para entregar a Lula sugestões para mudanças nas regras.
Lula quer que os estudantes ajudem a pressionar o Congresso Nacional para alterar a legislação sobre petróleo. O presidente pediu que a campanha seja feita nos moldes da campanha O Petróleo é Nosso, promovido à época do governo de Getúlio Vargas.
O presidente quer que a futura lei já destine obrigatoriamente recursos para a educação. Segundo ele, o governo quer construir até 2010 uma universidade afro-brasileira, com 50 por cento de africanos e a outra metade de brasileiros, e uma universidade latino-americana, com profesores e alunos do continente.
Integrante da comissão interministerial criada por Lula, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já declarou que é a favor da criação de uma empresa estatal, que permitiria que os recursos do pré-sal ficassem com o Estado e não com acionistas e empresas privadas como acabaria ocorrendo se a Petrobras concentrasse a administração das reservas.
“O petróleo não é do presidente da República ou da Petrobras, ele é do povo brasileiro”, disse Lula.
A Petrobras com parceiros descobriu no ano passado uma imensa reserva de petróleo leve na bacia de Santos, em um reservatório que pode estar ligado a outros e conter bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural). O primeiro campo que teve estimativas, o de Tupi, pode ter entre 5 e 8 bilhões de boe, quase a metade das reservas brasileiras atuais.
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Rizzolo: A proposta de Lula é boa, um País só se faz com investimentos maciços na educação. Contudo, nas afirmativas o presidente Lula se perde, primeiro em eventualmente criar outra estatal para gerenciar os recursos, não que eu não acredite em que determinadas situações o Estado não seja capaz de gerenciar recursos, mas o problema é a vocação do governo Lula em inflar a administração pública, provavelmente será um enorme ” cabidão de empregos”.
Outro ponto é a tendência irreparável do governo em dividir a sociedade brasileira em grupos étnicos, Lula já fala em criar uma universidade para afro-brasileira, não que os negros não estejam defasados do ponto de vista educacional, mas os demais também estão, aliás, qual será dinâmica para se definir quem é negro?
Como não bastasse, ainda quer criar uma universidade para latino americanos. Bem, no meu entender, o povo brasileiro, é um só, negros, pardos, índios, caboclos, asiáticos, enfim, o presidente Lula começa com uma proposta boa, mas quando discorre nas reflexões acaba sempre fazendo o discurso que a esquerda gosta, a de dividir o Brasil, inflar a administração pública e criar ” cabides de emprego “, principalmente para os petistas e a base aliada.
18/08/2008 às 9:50 PM
Atenção para a matéria! Talvez essa história de uma nova estatal possa ser explicada pelo texto abaixo. Em resumo, cria-se uma nova estatal, retira-se o status da Pretobrás, que vira mais uma concorrente à exploração do pre-sal e… seja bem-vindo Dr. Cheney.
“A Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras) acionou o Ministério Público Federal para questionar um contrato firmado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) com a empresa norte-americana Halliburton –que já foi presidida pelo vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, e é alvo mundial de protestos por conta de obras bilionárias no Iraque.
A Landmark Digital and Consulting Solutions, subsidiária da Halliburton no Brasil, é responsável pelo gerenciamento do Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) da ANP desde o ano de 2001”.