SÃO PAULO – Até 2010, cem milhões de pessoas terão migrado para a classe média no mundo. A estatística faz parte de um estudo encomendado pelo conglomerado industrial americano General Eletric (GE) com o objetivo de entender de onde veio e virá o crescimento no mundo a partir de 2002. “Até agora, 65 milhões já mudaram de patamar. Um terço deles no Brasil”, afirma o vice-presidente de marketing para a Até 2010, cem milhões de pessoas terão migrado para a classe média.
Na sede da GE, nos Estados Unidos, poucos poderiam imaginar essa mudança rápida em pouco tempo. O País era relegado a segundo plano na gestão de Jack Welch. No primeiro trimestre, o faturamento da operação local aumentou 87% e, no segundo, 41%. “Para a GE, a América Latina é maior do que a China e Índia juntas”, diz Ferreira. Entre este e o próximo ano, a companhia vai instalar três fábricas no Brasil. A de locomotivas foi inaugurada em maio. Uma de equipamentos para a área de saúde deve começar a funcionar em 2009. A terceira fábrica produz máquinas de purificação de água.
Os números nem sempre falam por si. Os brasileiros da GE começaram a estimular visitas de executivos estrangeiros ao País para fazer com que a matriz reconheça o potencial local. “O americano, quando conhece o Brasil, leva um choque cultural?, diz Ferreira. O País nunca recebeu tantas visitas de presidentes mundiais e executivos de alto escalão de empresas estrangeiras. Com um discurso invariavelmente igual, eles vêm para reafirmar o interesse pelo mercado. Virou clichê dizer que o Brasil é estratégico para as mais diversas companhias, desde a fabricante de alimentos Pepsi até a grife de luxo de jeans Diesel.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Rizzolo: O conceito de classe média mudou um pouco no Brasil em relação ao que constituía uma classe média nos anos 70. Houve uma maior acessibilidade a bens que anteriormente eram inatingíveis, contudo ainda há muito a se fazer para dar uma equidade econômica, expressa em capacidade de renda na aquisição de outros bens. Uma observação interessante, inclusive que serviu de análise no Le Monde, é que no Brasil as empresas estão se reestruturando para atender uma nova classe média que tem componentes ainda vivos da classe C.
A estrutura de marketing dessas empresas, a visão de produtos, a estratégia de público, sempre foi voltada originalmente para a classe A. Atualmente todos esses conceitos deverão ser revistos em função dessa nova classe emergente, com costumes e gostos que ainda não foram devidamente identificados. A natureza conceitual do produto do ponto de vista material deve ser revisto. Agora uma coisa é certa; o pobre de ontem, e o de classe média de hoje é mais exigente e politicamente mais crítico, para desespero do Congresso Nacional que sempre se beneficiou da ignorância do povo brasileiro. Aliás a ignorância ainda é a maior multinacional que existe.
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