Ex-ministros da Fazenda defendem ação do Estado na economia

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto defendeu a participação do Estado no desenvolvimento do país. Segundo ele, não existe desenvolvimento econômico sem um Estado indutor. “Essa idéia idiota de que o mercado é capaz de produzir crescimento é a coisa mais falsa do mundo. Não existe nenhum exemplo histórico em que o estado tenha ficado de fora olhando o país crescer”, afirmou.

Delfim Netto, que foi ministro da Fazenda entre 1967 e 1974, durante o regime militar, disse que seu governo utilizou métodos, como a redução da taxa de juros e ampliação de prazos para o recolhimento de impostos, para aumentar o capital de giro e retomar o crescimento econômico.

Segundo ele, não existiu nenhum milagre econômico durante sua gestão. “Não houve milagre, milagre é efeito sem causa. O crescimento do Brasil teve causas muito objetivas, que foi o trabalho dos brasileiros. Nada caiu do céu”, afirmou.

Ele contou também que, quando foi convidado pelo então presidente Costa e Silva para ocupar o Ministério, propôs recuperar o suprimento de energia e reduzir a importância do café na economia nacional que, na época, representava 70% da receita cambial brasileira.

O também ex-ministro da Fazenda Ernane Galvêas lembrou que, em outras ocasiões, o governo lançou mão dos subsídios do Estado para recuperar o crescimento econômico e promover o equilíbrio na balança comercial.

“Foi o financiamento do BNDES para a infra-estrutura que fez com que todo o governo do presidente Médici, agredido pelo primeiro choque do petróleo, mantivesse um crescimento econômico de 6%”, disse.

Galvêas, que foi ministro da Fazenda durante o governo João Figueiredo, entre 1979 e 1985, disse que, durante sua gestão, o Brasil sofreu o segundo choque do petróleo, que fez o preço do barril disparar de US$ 12 para US$ 36.

Além disso, a economia brasileira foi atingida pela alta da taxa de juros no mercado mundial, o que resultou em uma retração de 6% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “Tivemos que redobrar os esforços para conter as importações e fazer com que as exportações crescessem”, disse.

Os dois ex-ministros participaram do primeiro painel do “Seminário Desenvolvimento Econômico: Crescimento com Distribuição de Renda”, realizado pelo Ministério da Fazenda em comemoração aos 200 anos da instituição.

Fonte: Agência Brasil

Rizzolo: Uma das características da economia do regime militar, era a forte presença do Estado como um indutor ou provedor das políticas de investimento. A reboque, a iniciativa privada participava com presença expressiva. As argumentações de que o mercado por si só resolve as questões econômicas, estão desacreditadas até nos EUA, onde por falta de uma regulamentação do Estado surgiu a crise das ” subprimes”. Não resta a menor dúvida que a saúde de uma economia moderna, deve se basear na dosimetria da participação do Estado, o que não significa que o tom e a indução aos investimentos da iniciativa privada sejam por conta de “arranjos do mercado”, mas sim através de um Estado cauteloso, provedor e norteador destes investimentos.

Cresce o número de famílias chefiadas por mulheres no País

SÃO PAULO – O número de famílias chefiadas por mulheres chegou a 28,8% em 2006, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira, 9, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 1993, 19,7% das famílias eram chefiadas por mulheres no País. O estudo Retratos das Desigualdades de Gênero e Raça tem como base dados comparativos de 1993 e 2006.

O estudo mostra ainda que negros e negras estão menos presente nas escolas e em todos os níveis educacionais. No ensino fundamental, enquanto a taxa de matrícula de brancos é de 95,7%, entre os negros é de 94,2%. No ensino médio são de 58,4% e 37,4% respectivamente.

Na área da saúde, os dados mostram uma maior dependência da população negra do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os brancos, 59% das internações foram cobertas pelo SUS; entre os negros, 81,3%. A diferença entre as raças permanece mesmo se forem consideradas as mesmas faixas de renda. A situação se inverte com relação aos planos de saúde: 33,2% dos brancos possuem seguro, enquanto 14,7% têm.

Outro dado importante é sobre a saúde da mulher. No Brasil, 36,4% das mulheres de 25 anos ou mais nunca fizeram um exame clínico de mama. A proporção é maior, mais uma vez, entre as negras.
Agência Estado

Rizzolo: A pesquisa demonstra que as mulheres estão cada vez mais tomando as responsabilidades pelas famílias, alem disso, outro fato que pode-se constatar com freqüência, é que mesmo em casais constituídos por marido e mulher, a família depende cada vez mais do salário complementar da mulher. Não resta duvidas que num futuro próximo, o avanço feminino no mercado de trabalho tende a aumentar, até porque as mulheres tem certas características que agregam valor no desempenho profissional de determinadas profissões, haja vista a quantidade de mulheres no setor bancário.

Na área da saúde também pode-se observar cada vez mais a participação das mulheres, é só verificar o número cada vez maior de médicas no mercado. Acho isso excelente. Já no que tange à população negra ela continua discriminada muito embora pode se observar avanços; o Brasil é um País com uma grande população negra e os programas de inclusão, de igualdade de oportunidades, devem ser promovidos em maior número indo de encontro com as políticas de integração do negro cada vez mais na sociedade brasileira. Por esta razão, quando os negros assumem altos cargos no Judiciário a comunidade jurídica deveria prestigia-los mais. Eu faço a minha parte, agora os outros não sei e não vejo.

Charge do Paixão para o Gazeta do Povo