Expulsão de embaixador foi ‘grave erro’, dizem EUA

WASHINGTON – O presidente da Bolívia, Evo Morales, cometeu um “grave erro”, que prejudicou “seriamente” a relação com os Estados Unidos ao expulsar o embaixador americano, afirmou nesta quinta-feira, 11, o Departamento de Estado dos EUA. “A ação do presidente Evo é um grave erro, que prejudica seriamente a relação bilateral”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, lendo um comunicado.

Evo anunciou na quarta-feira a expulsão do embaixador Philip Goldberg. “Eu pedi a nosso chanceler que envie ao embaixador uma mensagem informando-o da decisão do governo nacional e do presidente de que ele precisa retornar ao seu país”, afirmou o presidente em um discurso no Palácio Quemado, em La Paz.

“Sem medo de ninguém, sem medo do império. Hoje, diante de vocês, diante do povo boliviano, declaro o senhor Goldberg, embaixador dos EUA, ‘persona non grata'”, continuou Evo, classificando Goldberg como “especialista em estimular conflitos separatistas.”

Segundo o presidente, o embaixador americano trabalhou entre 1994 e 1996 como “chefe de escritórios do Departamento de Estado para a Bósnia durante a guerra separatista dos Bálcãs” e entre 2004 e 2006 foi chefe de missão em Pristina, Kosovo. “Ali consolidou a separação ou independência dessa região, deixando milhares de mortos.”

“Esta decisão que tomamos é uma homenagem à luta histórica de nossos povos há 500 anos, 200 anos, como também há 20 anos. É uma luta permanente contra um modelo econômico imposto de cima e parafora”, destacou Evo.

O líder boliviano acusa o governo dos Estados Unidos de fomentar o separatismo no país, aprofundando a crise boliviana. Washington negou qualquer ação nesse sentido, considerando as declarações “sem fundamento”. Evo expulsou o embaixador no mesmo dia em que uma explosão em um gasoduto no sul do país prejudicou o envio de gás ao Brasil. O governo qualificou o ato como um “atentado terrorista” e culpou a oposição.
Agência Estado

Rizzolo: É interessante observar o ” modus operandi ” mental de Evo Morales, quando enfim finaliza as conclusões sempre procurando na história, um ” nexo causal” para dar legitimidade as suas teorias conspiratórias. Afirmar, que o embaixador americano trabalhou entre 1994 e 1996 como “chefe de escritórios do Departamento de Estado para a Bósnia durante a guerra separatista dos Bálcãs” e entre 2004 e 2006 foi chefe de missão em Pristina, Kosovo, e ali consolidou a separação ou independência dessa região, deixando milhares de mortos, é uma elucubração esquerdista que salta aos olhos de qualquer trotskista ou stalinista. Baseado em que afirma isso? Tudo a reboque dos chavões “anti imperialistas”, aquelas coisas antigas, ao som de fundo de uma canção de Mercedes Sosa. Enfim chega a ser hilário, o pior é a esquerda brasileira aplaudindo esse teatro.

Bem fez os EUA, em responder na mesma moeda ao expulsar o embaixador da Bolívia. Um leitor fez uma brincadeirinha a meu respeito, disse que meu final, por falar o que me dá na cabeça, um dia será como o do Goldberg. Se depender daqueles que flertam com a falta de democracia, e como não sou diplomata, realmente vou ter que ir para Israel.

Lula parece determinado a criar estatal para pré-sal, diz ‘FT’

LONDRES – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece determinado a criar uma nova empresa totalmente estatal para administrar as reservas de petróleo da área do pré-sal (abaixo do leito marinho), diz reportagem desta quarta-feira, 11, do jornal britânico Financial Times. O governo, conforme a publicação, já iniciou conversas com a Noruega para obter informações sobre a forma de atuação da empresa Petoro no Mar do Norte, que serviria de modelo para o Brasil.

Em reportagem de quase uma página, a publicação traz a foto de Lula e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, com as mãos sujas com o primeiro óleo extraído do pré-sal, no Campo de Jubarte, no Espírito Santo. O título da reportagem é “O novo lucro de Lula”.

De acordo com o FT, as companhias estrangeiras poderão ser impedidas de entrar no processo. “Esta é uma má notícia quando essas empresas não estão conseguindo repor as reservas usadas com novas descobertas.”

O jornal explica que há um grupo do governo discutindo qual será o modelo adotado pelo País no setor. Entre as possibilidades estão os sistemas de partilha de produção e a participação das empresas por meio de contratos de prestação de serviço. “O que parece quase certo é que o atual modelo de concessão, em vigor desde 1997, vai mudar.”

As discussões, diz o jornal, causaram uma “tempestade política” no Brasil, provocando reações negativas até de políticos que geralmente apóiam o governo. Reclamações sobre os direitos dos minoritários da Petrobras e acusações de uso eleitoral do tema surgiram. “A insatisfação é compartilhada com a própria Petrobras”, afirma o jornal. A companhia, diz a publicação, investiu e acumulou experiência por anos e agora a indústria que ela mesma ajudou a criar está em risco.

Ao FT, Gabrielli descreveu as conversas com o governo como “aquecidas”. “Acreditamos que podemos desenvolver os campos do pré-sal por conta própria”, afirmou o presidente da Petrobras, depois mudando a frase para: “Talvez não 100%, já que não conhecemos 100% do que está lá”.

Conforme a publicação, executivos da indústria concordam que há espaço para mudanças no modelo do setor brasileiro, a partir da redução do risco de exploração no pré-sal, devido à constatação de que existe petróleo na região. “Se a Noruega é o guia, ter uma nova parceria dessa natureza no futuro não é motivo para ficar assustado”, diz um executivo sênior de uma petroleira. Mas outros especialistas consultados pelo FT estão mais céticos. “Não faz sentido”, afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE).
Agência Estado

Rizzolo: A verdade ao redor de toda esta discussão está no componente político das medidas a serem adotadas, quando me refiro ao componente político em si, é o receio do presidente Lula em transformar a Petrobras numa grande PDSVA (estatal venezuelana). Lula teme uma Petrobras excessivamente poderosa e não deseja que aconteça com a Petrobras o mesmo que ocorreu com a estatal venezuelana cuja diretoria foi acusada de conspirar contra o presidente Hugo Chávez culminando na crise de 2003, em que Chávez se viu obrigado não só a destituir toda a diretoria, mas também os 18 mil funcionários da PDVSA. O resto é prefumaria. Leia artigo meu Agência Estado: Esvaziando os barris da Petrobras

Charge do Sinfrônio para o Diário do Nordeste