Lula volta a criticar FHC, desta vez por atuação na educação

PETRÓPOLIS – Na cerimônia de inauguração de mais uma unidade do Centro de Ensino Tecnológico (Cefet), em Petrópolis, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas sem citar o nome do tucano. Ao lembrar que não teve oportunidade de estudar, já que, segundo ele, não houve investimento suficiente em educação nos últimos 30 anos, o presidente Lula disse que “por ironia do destino exatamente o presidente que não tem diploma universitário é o que mais vai fazer universidades no País”.

Lula disse que está fazendo “pelos filhos do Brasil” o que não foi feito nas últimas três décadas. “Quero que a juventude de hoje tenha a oportunidade que eu não tive. Possivelmente muitos dos doutores que governaram esse país por já terem diploma não se importavam que os pobres ficassem sem diploma e sem estudo”. Lula citou que o número de estudantes nas universidades dobrou desde o início de seu governo.

Ao lembrar que estava inaugurando mais uma unidade do Cefet, o presidente citou que a educação “é a melhor arma para combater a violência, o crime organizado e o narcotráfico”. No Rio de Janeiro, o presidente também comemorou os últimos resultados da economia, citando que ela tem crescido durante 25 trimestres consecutivos.

Mais cedo, durante cerimônia de inauguração de um hospital em Duque de Caxias, também no Rio, o presidente lembrou que a economia ficou estagnada durante um longo período, o que prejudicou os jovens. “Passamos 20 anos em que a economia brasileira não crescia, a construção civil só desempregava, a indústria só desempregava, foram 20 anos. Vinte anos é uma geração inteira que se perdeu neste país”, disse. “Esses jovens de 30 anos que a gente vê presos – e que, se cometeram crime, têm que ser presos mesmo – são o resultado do abandono a que foram submetidos pelas políticas públicas dos governos. Qual era a oportunidade que eles tinham?”, questionou o presidente.

No Cefet, Lula também elogiou também a parceria entre seu governo e o governo do Rio de Janeiro. “Quando dois governantes colocam na cabeça que foram eleitos para governar e não para brigar tudo fica mais fácil. É como passar manteiga no pão quando a manteiga está mole”, disse o presidente ao elogiar o governador Sérgio Cabral e o seu vice, Luis Fernando Pezão.

Agência Estado

Rizzolo: Não é bem assim, o presidente Lula não estudou não é pelo fato de não ter havido investimento suficiente em educação nos últimos 30 anos, não estudou simplesmente porque não quis, preferiu a carreira sindical e política, haja vista outros de sua época que não lamentam em discurso as oportunidades do País e estudaram, como Vicentinho. Outra questão que também não concordo é a afirmativa que houve estagnação da economia, e que a economia não crescia. Não crescia por questão conjuntural internacional e política interna, política esta tão ruim em termos de crescimento interno quanto a do próprio governo Lula, capitaneada pelo Copom e BC na pessoa de Meirelles, que em primeiro lugar predispõe a economia brasileira aos especuladores, agiotas internacionais, e aos bancos que cada vez lucram mais em detrimento aos investimentos na produção. Em suma, Lula tem razão em suas afirmativas, mas no tocante às referências pessoais e de justificativa do diferencial de seu governo é muito fraco.

Lula diz que reunião deve respeitar interesses da Bolívia

PETRÓPOLIS – Em sua primeira manifestação pública sobre os conflitos na Bolívia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que aceita ir à reunião dos presidentes amigos da Bolívia, no Chile, mas ressalvou que este encontro será inócuo se ele não for feito com a concordância do governo e da oposição daquele país, que são os principais interessados e estão se enfrentando. “Nós não temos o direito de tomar nenhuma decisão, sem que haja concordância do governo boliviano e da oposição. São eles que têm de nos dar o paradigma da nossa participação, porque, senão, será ingerência de um país, na soberania de outro e isso o Brasil não fará em hipótese alguma”, afirmou Lula, após inaugurar o Centro de Ensino Tecnológico (Cefet) de Petrópolis (RJ).

Lula salientou que, desde quinta-feira tem conversado com os presidentes Evo Morales, da Bolívia, Cristina Kirchner, da Argentina, Hugo Chávez, da Venezuela, e Michelle Bachelet, do Chile, com quem ia falar novamente para discutir sobre esta reunião dos presidentes dos países amigos da Bolívia. O presidente Lula avisou que, se tiver a reunião no Chile, comparecerá, mas reiterou que é importante que todos os presidentes tenham em mente que a Bolívia precisa dizer se quer a interferência dos países.

“Nós vamos reunir um conjunto de presidentes, pra que? Nós não podemos tomar decisão pela Bolívia. É preciso que a Bolívia nos dê os parâmetros. Nós vamos nos reunir para decidir alguma coisa, desde que esta coisa interesse à Bolívia. Por isso a gente precisa saber o que a Bolívia deseja que a gente faça.”

Lula fez ainda um apelo a todos os setores da Bolívia para que se entendam. “A melhor solução para resolver um conflito é a negociação por isso eu queria fazer um apelo ao povo boliviano, aos empresários, aos trabalhadores, ao governo e à oposição, que permitam que a Bolívia encontre o seu próprio destino, fortalecendo a sua democracia, suas instituições, e se desenvolvendo porque a Bolívia precisa disso”, comentou o presidente.

“Se sentem em torno de uma mesa e vão perceber que é muito mais fácil encontrar uma solução negociada do que permitir que o povo fique se enfrentando nas ruas”, prosseguiu Lula citando que já há mais de dez mortos. E emendou: “Eu apelo aos meus amigos bolivianos, pelo amor de Deus, se com paz já é difícil a gente desenvolver e crescer, com conflito é muito pior.”

Crítica

Ao mesmo tempo em que chama todos para o diálogo, Lula criticou a oposição boliviana, que disse estar prejudicando o maior bem do país: a produção de gás. “Entendo que a oposição precisa fazer as manifestações que quiserem fazer. Mas, não é possível aceitar a violência, não é possível aceitar práticas de quebrar o gasoduto, prejudicando os seus parceiros como Brasil e Argentina”, desabafou.

“O que eu acho é que é um equívoco tremendo (os ataques aos gasodutos) porque é uma das grandes fontes de riqueza da Bolívia e, portanto, a Bolívia precisa vender o gás para melhorar a vida do seu povo”. Lula reiterou que Evo Morales foi eleito democraticamente pelo povo e referendado recentemente. “A oposição tem direito de fazer oposição, mas tudo tem limite, porque se extrapolar o limite, todo mundo perde”.

O presidente Lula advertiu que os contratos de fornecimento de gás precisam ser respeitados e que entende que Morales está mandando o Exército garantir o funcionamento das usinas. “Temos contratos, que precisam ser respeitados e eu já ouvi pronunciamentos do presidente Evo dizendo que colocou o Exército lá porque não vai permitir que o patrimônio público seja danificado”, disse. Para Lula, “não é prudente destruir o pouco que você tem que permite desenvolver o país, você danificar o seu patrimônio”.

Agência Estado

Rizzolo: Lula está coberto de razão, o maior interessado é o governo Boliviano. Ora, se não há de forma expressa a intenção deste governo, em reunir todos os países membros no sentido de avançar no diálogo com a oposição, se reunir para que? Tenho observado sempre que a postura do presidente Lula em questões de política externa, quando não possuem conteúdo ideológico partidário, geralmente são muito boas, haja vista quando surgiu a crise em relação à estatizações por parte de Morales. O que existe no governo Lula é claro, os petistas do mal estão sempre tentando atrapalhar a gestão, vez que as propostas estão sempre recheadas de conteúdo ideológico; já os petistas do bem lutam internamente para dar coerência ao partido, às posturas de Lula. O melhor para Lula, como sempre digo, é distância destes petistas do mal. Quem são? Um dia lhes direi.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que vai participar na segunda-feira, 15, da reunião emergencial da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), convocada pela presidente do Chile, Michelle Bachelet, para discutir a situação na Bolívia. A decisão do presidente foi comunicada por assessores do Palácio do Planalto aos demais países que integram o grupo. Só acho que os abraços e afagos a Chavez devem ser comedidos, manter distância deste cidadão é bom para o Brasil e aos brasileiros, o problema é que Chavez é grudendo e cobra ” coisas”..