Para Greenspan, crise financeira americana é a pior dos últimos 50 anos

A atual crise financeira americana é a pior dos últimos 50 anos, e provavelmente do último século, estimou neste domingo o ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Alan Greenspan, afirmando que o problema ainda está longe de terminar.

‘Devemos reconhecer que isso (a crise) é um evento que acontece uma vez a cada meio século’, explicou Greenspan no programa “This Week”, da rede de televisão ABC.

‘Não há nenhuma dúvida de que isso está perto de superar tudo o que já vimos, e ainda está longe de se resolver, ainda deve durar algum tempo’, alertou Greenspan, que durante 19 anos (até 2006) trabalhou à frente do banco central americano.

Greenspan estimou ainda que o governo federal ‘não pode estender uma rede de segurança debaixo de todas as instituições financeiras que quebrarem’, destacando que os atuais esforços das autoridades para salvar o Lehman Brothers devem se limitar na busca por uma solução sem recorrer ao Tesouro.

Greenspan avaliou em mais de 50% o risco de que a atual crise financeira provoque uma recessão nos Estados Unidos
Folha online

Rizzolo: A crise no mercado hipotecário dos EUA é uma decorrência da crise imobiliária pela qual passa o país, e deu origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, no mercado de crédito de modo geral. O principal segmento afetado, que deu origem ao atual estado de coisas, foi o de hipotecas chamadas de “subprime”, que embutem um risco maior de inadimplência. Na verdade foi uma causa maior da falta de uma regulementação do mercado financeiros dos EUA. As empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário, para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a atender o segmento “subprime”. O cliente “subprime” é um cliente de renda muito baixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa –ou seja, cujo risco de não ser pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco.

O problema é que gestores de fundos e bancos compram esses títulos “subprime” das instituições que fizeram o primeiro empréstimo e permitem que uma nova quantia em dinheiro seja novamente emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Ora, está evidente que lá no início da tomada de empréstimo, as instituições já sabiam sim que estes tomadores de emprestimos eram na sua grande maioria insolvente, mas quiseram ” fazer dinheiro” na operação. Isso que dá a falta de regulamentação do setor financeiro, há que haver no mínimo algum controle senão dá nisso.

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