Desperdício de Vocações e Sonhos Esquecidos

Uma das características do ser humano é a observação, e ela se torna ainda mais intensa quando acompanhada de uma reflexão de cunho social. Não porque seja ela mais nobre, mas porque, de certa forma, toca mais à essência do que é o justo, coerente, e digno. Ainda me recordo aquele dia, um dia comum, como qualquer outro, quando voltava de uma audiência no centro da capital paulista e em determinado momento percebi um ruído metálico no meu carro.

Como sou pouco conhecedor de mecânica, entendi que o mais apropriado era parar em uma oficina e verificar o que ocorria. Assim que cheguei, fui atendido pelo proprietário que me encaminhou a um funcionário que era soldador. Na verdade, o problema consistia em soldar minuciosamente uma parte do escapamento. Tão logo fui apresentado, o rapaz me disse que teria de levantar o veículo e fazer a delicada soldagem com precisão.

Com muita destreza e o olhar fixo, ele conseguiu realizar a sua tarefa com a perfeição de um cirurgião. Discretamente, pude observar os detalhes de suas mãos, a agilidade no manejo do equipamento, o olhar fixo, com ar profissional, de quem sabia o que estava fazendo. Ao terminar, verifiquei o trabalho e ainda brinquei dizendo que ele poderia ser um grande cirurgião, em face de sua habilidade.. Foi nesse instante que o pobre rapaz, um pouco sem graça, olhou para o chão e disse, talvez triste demais para os seus não mais que 26 anos:

– Meu sonho era ser um médico cirurgião.

Poucas vezes senti o que realmente é um sonho perdido. Em frações de segundos, pensei em quanto o povo brasileiro perde por causa de oportunidades não proporcionadas pelo Estado. Pensei em quantos soldadores, funileiros, bancários, porteiros, motoboys, tem todos os dias seus sonhos destruídos pela falta de oportunidade em termos de educação, de cursar uma boa universidade. Hoje, apesar dos esforços, ainda temos cerca de cerca de 14,1 milhões de analfabetos hoje no País.

Entendo que pior que os efeitos sociais do analfabetismo, é a falta de esperança daqueles que já foram alfabetizados e que, por questões de sobrevivência, tiverem de interromper seus estudos e enterraram seus sonhos de se tornar médicos, advogados, engenheiros ou professores. Para mudarmos isso, precisamos implementar ainda mais, um grande número de universidades públicas, com vasta oferta vagas e ensino de qualidade, para que enfim os jovens do nosso Brasil possam acordar sabendo que o trabalho é um meio, e não um fim. O fim de um sonho quase impossível, como a desventura frustrante de um habilidoso rapaz pobre que sonhava um dia ser um médico cirurgião.

Dedico este texto aos aos rapazes e moças pobres do Brasil; aos médicos, engenheiros, advogados, cientistas que hoje, adormecidos, exercem o papel de zeladores, engraxates, porteiros, soldadores, e motoboys, que um dia acordarão e poderão, finalmente, seguir em direção ao sonho de ser alguém nesse grande país.

Fernando Rizzolo

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Analfabetismo cai no Brasil, mas ainda é um dos piores da América Latina

O Brasil teve em 2007 um dos piores índices de analfabetismo da América Latina, atrás de países como Bolívia, Suriname e Peru, mostra a Pnad 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta quinta-feira. A pesquisa registrou cerca de 14,1 milhões de analfabetos no país no ano passado.

Com uma taxa de analfabetismo de 10%, o Brasil é o 15º em um ranking de projeções de índices de analfabetismo de 22 países na América Latina divulgado pelo estudo. A lista é liderada por Cuba, que aparece com taxa 0,2%. O pior nível foi o do Haiti –37,9% da população de 15 anos ou mais.

Apesar de ainda ser um dos piores no continente, o índice brasileiro melhorou na comparação com 2006, quando a taxa era de 10,4%. A queda acontece progressivamente desde 1997.

Dentro do país, o menor índice foi registrado entre os adolescentes de 15 a 17 anos: 1,7%. Já a maior taxa, de 12,5%, foi entre a população com 25 anos ou mais.

A Pnad, que faz levantamentos socioeconômicos anuais da população brasileira, coletou dados em 147.851 domicílios de 851 municípios do Brasil par a pesquisa de 2007.
Folha online

Rizzolo: O analfabetismo ainda é um grande problema no Brasil, e está na realidade relacionado com as diferenças regionais, e com a ineficácia do Estado brasileiro em investir na educação de forma adequada. Não é possível convivermos e consentirmos que existam 14,1 milhões de analfabetos no país, de acordo com os dados no ano passado. Estarmos atrás em níveis de analfabetismo da Bolívia, Suriname e Peru é uma vergonha, muito embora exista um esforço do governo federal para avançarmos nos programas de alfabetização. A verdade é que nunca houve um grande programa de combate ao analfabetismo, nem na época do regime militar com o antigo Mobral. As demandas sociais do Brasil são enormes, e para alfabetizarmos é necessário antes alimentarmos, darmos emprego, e insistirmos nos programas de inclusão social. Infelizmente a ignorância ainda é a maior multinacional, os maus políticos faturam alto com a simplicidade, a ingenuidade, e a boa-fé daqueles que ainda não tiveram a oportunidade do saber e da cultura.

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Ahmadinejad chama Obama e McCain para um debate

TEERÃ – O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad convidou nesta quinta-feira os candidatos à presidência dos EUA, John McCain e Barack Obama, para um debate durante sua visita a Nova York para a Assembléia-Geral da ONU.

O governante fez a proposta durante uma coletiva de imprensa em Teerã; “Não planejei falar com políticos americanos, mas estou preparado para um diálogo livre em qualquer meio de comunicação”, disse.

No ano passado, a visita de Ahmadinejad aos EUA provocou polêmica quando o iraniano participou de um debate com alunos e professores da Universidade de Columbia. Muitos setores da sociedade americana protestaram contra o evento, no qual o iraniano foi bastante criticado e lançou frases polêmicas, como “Não temos homossexuais no Irã”.
Agência Estado

Rizzolo: Esse cidadão presidente, de nome complicado que por muitas vezes afirmou que queria ” varrer Israel do mapa”, é por demais perigoso. Aproveitando a simpatia dos árabes americanos a Obama, e uma pincelada muçulmana na biografia familiar de Obama, pretende Mahmoud Ahmadinejad demonstrar ao mundo ser uma pessoa controversa. Com efeito, sua determinação em avançar no seu programa de armas nucleares, sua política de ódio a Israel, e seu desejo de cada vez mais aproximar-se de Chavez e da América Latina, é considerado pelos EUA e por muitos, uma pessoa imprevisível e perigosa. Nesta semana, Estados Unidos, Reino Unido e França se mostraram a favor da imposição de novas sanções mais duras contra o Irã por sua postura de desafio às demandas da ONU para revelar seu programa e pela suspensão do enriquecimento de urânio.

O presidente Ahmadinejad, controla muito estreitamente os meios de comunicação por intermédio de um Ministério da Cultura e da orientação islâmica, e mobiliza sua economia – muito planejada –, assim como seu imponente complexo militar-industrial. Sua posição ideológica pertence ao ” fascismo -islâmico”, e nada tem a ver com a religião muçulmana cujo respeito é devido. Agora querer debater com Obama e MacCain é muita pretensão para alguém que pouco se atem a democracia, e a soberania de outros países, não cumpre as exigências da agência de energia atômica da ONU, além de ser preconceituoso com as minorias. E a esquerda da América Latina ainda bate palmas para ele. Uma vergonha !

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Campanha britânica define nove tipos de bêbados

– O governo britânico está lançando uma nova campanha contra o alcoolismo dirigida a nove ‘tipos’ mais comuns de usuários que abusam do álcool.

A campanha será feita a partir de uma pesquisa do Departamento de Saúde da Inglaterra, que indicou as nove categorias mais comuns de bebedores. Elas incluem os que o fazem para aliviar estresse e pessoas deprimidas que bebem por tédio ou para se relacionar.

Para o governo, identificar as razões que levam usuários a abusar do álcool será “muito útil” para combater o alcoolismo.

O estudo se debruçou sobre homens que bebem mais de 50 unidades semanais de álcool e mulheres que bebem pelo menos 35 unidades semanais – duas vezes acima do limite recomendado.

Uma unidade de álcool equivale a um copo de cerveja ou vinho ou, alternativamente, meia dose de bebida destilada.

Tipos

Entre os nove tipos identificados, estão, por exemplo, os que bebem para desestressar e relaxar, em meio a uma rotina de pressão no trabalho.

Em outros casos, usuários abusam do álcool ao se perder em um estilo de vida agitado e por vezes extravagante.

As informações serão utilizadas pelo governo para orientar uma campanha contra o alcoolismo que deve atingir 4 mil bebedores contumazes no nordeste do país, em um projeto-piloto que, se bem sucedido nos próximos meses, será levado para o resto do pais.

A secretária britânica de Saúde, Dawn Primarolo, admitiu que os bebedores incluídos nas nove categorias têm em comum um problema “difícil de combater”.

Mas ela disse acreditar que a nova abordagem será capaz de convencer os usuários a ser agentes da própria mudança.

“Esta é uma abordagem totalmente nova de fazer as pessoas entenderem os efeitos de seus hábitos em relação à bebida e de ajudá-las a mudar para melhor.”

Veja abaixo os nove tipos de bebedores identificados pela campanha.

Tipo: O deprimidoCaracterística: Está com a vida em um estado de crise – atravessando um período de dificuldade financeira, luto ou divórcio recente, por exemplo.Motivações: Vê o álcool como uma forma de se reconfortar ou como uma automedicação para ajudar a lidar com as turbulências.

Tipo: O estressadoCaracterística: Leva uma vida sob pressão no trabalho, o que normalmente leva ao sentimento de não ter as coisas sob controle ou de estar sobrecarregado de responsabilidades.Motivações: O álcool é uma forma de relaxar e de retomar a sensação de controle, ao traçar uma linha entre vida pessoal e profissional. Os parceiros normalmente reforçam este comportamento, ao preparar drinques para os bebedores.

Tipo: O ‘social’Característica: Têm uma agenda social carregada.Motivações: O álcool é um meio de ligação que unifica a todos e os coloca em uma mesma sintonia.

Tipo: O conformistaCaracterística: Tipicamente, rapazes tradicionalistas que crêem que ‘homens vão ao bar todas as noites’.Motivações: O álcool faz parte do que definem como ‘meu momento’. O bar é sua segunda casa, e eles se sentem aceitos e em casa neste ambiente.

Tipo: O bebedor comunitárioCaracterística: Bebe em grandes grupos sociais.Motivações: Levado ao álcool pelo senso de comunidade criado pelo ambiente do bar. A bebida dá segurança e significado à vida, e age como meio social.

Tipo: O entediadoCaracterística: Tipicamente, mães solteiras ou mulheres recém-divorciadas, com vida social restrita.Motivações: A bebida é uma companhia que substitui o casal. Beber marca o final do dia, talvez encerrando um jornada de obrigações.

Tipo: O machãoCaracterística: Normalmente se sente subvalorizado, sem voz e frustrado em áreas importantes da vida.Motivações: Seu lado bebedor é um alter-ego que gira em torno da sua capacidade de beber. A bebida é motivada pela necessidade constante de reafirmar sua masculinidade e seu status em relação a outras pessoas.

Tipo: O hedonistaCaracterística: Solteiros, divorciados ou com filhos crescidos.Motivações: Beber em excesso é uma forma de expressar sua independência, liberdade e juventude para si mesmo. O álcool é usado para diminuir inibições.

Tipo: O quase dependenteCaracterística: Homens que moram ‘de fato’ no bar – que, para eles, é quase o mesmo que a casa.Motivações: Uma combinação de motivos, incluindo tédio, necessidade de se conformar e um senso de mal-estar existencial em suas vidas. BBC Brasil – Todos os direitos reservados.
BBC/ Agência Estado

Rizzolo: Eu ainda elencaria mais um tipo, claro que não bêbado, mas levemente ” balão”: os Advogados que discursam ou que possuem Blogs. Iniciam o processo indignados com determinada notícia, abrem uma garrafa de vinho de preferência uva Malbec, bebem ao mesmo tempo em que escrevem, evoluindo a reflexão. Determinado momento na madrugada, já com certa sonolência, terminam o texto aliviados e por fim dormem. Pela manhã acordam, sem lembrar bem o teor do comentário sobre determinada notícia; temem por terem falado demais ou “batido demais no governo”, ligam o computador e checam o que escreveram, como quem pela manhã pergunta à mulher se na festa anterior falou algo que não devia. Geralmente não alteram o texto, até porque com um pouco de vinho as peças fluem melhor, alem disso ” O bêbado é o subconsciente do abstêmio ” . Qualquer semelhança é pura coincidência, bêbado nunca, no máximo ” reflexivo e introspectivo”. Agora que tal enumerar os nove tipos de abstêmios ? ( risos..)

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Charge do Sinfrônio para o Diário do Nordeste