Sonhos, Memórias e Falafel #

Cada vez mais os lugares, os espaços físicos tomam espaço no nossa memória; na verdade, o passado tem um efeito potencializador das nossas emoções vividas. Por mais das vezes, quando vivenciamos uma situação em determinado momento, principalmente as boas, não damos o devido valor aquele momento, e parece que ao relembrarmos, o cérebro os potencializa fazendo de nós reavalidores das nossas próprias emoções.

Passei toda minha vida- quando não afundado nos livros estava-, na Hebraica de São Paulo. Foi lá que cultivei meu melhores amigos, minha vida sentimental, sedimentei meus valores; ainda me lembro dos anos 70, quando ainda nem sequer havia a academia, eu rapaz franzino fazia ” musculação”, no ” Salão de Musculação” com outros amigos, dos quais hoje nem sei aonde estão. Mas uma lembrança em especial, é muito forte ainda e parece sempre presente nas minhas idas ao Clube: o Falavel do Habib. Ao lado do clube, nos anos 70 havia um árabe que estacionava seu carro na parte lateral do Clube e vendia Falafel. Ah! Mas era um verdadeiro faláfel, daqueles que você come e se lambuza, daqueles que escorre das suas mãos..

Ao sair do clube havia fila ao lado do carro do Habib, alí nunca houve conflito árabe israelense, tudo era alegre e banhado num molho que o Habib sabia fazer, alguns até os levava para casa. Mas os anos foram passando e o Habib sumiu, mas com certeza muitos ainda se lembram dele. Na Hebraica vi meus amigos se casarem, terem filhos, se divorciarem, mas ainda são os mesmos, muito embora não os encontro com frequencia, exceto nas Grandes Festas, quando enfim rezamos juntos.

Foi na Hebráica que aprendi a “esperar pelo livro novo” que tinha acabado de ter sido adquirido pela Biblioteca do Clube- uma das maiores do Brasil-. Toda a semana, um setor da biblioteca emprestava os novos livros para os sócios; mas tinha que chegar cedo, os leitores eram muitos, e a fila da reserva grande. O bom é que não se gastava em livro, tínhamos todos, e isso aguçava ainda mais minha vontade de ler. Bom tempos aqueles, Habib, livros, namoradas, musculação, piscina, rabinos na porta para colocar tefilin.

Hoje ainda frequento o clube, vou à biblioteca, aos concertos no Teatro Arthur Rubinstein , ao barbeiro; mas sempre ao caminhar, a cada metro quadrado, lembro dos meus bons momentos ali dentro vividos, e quando a passos largos caminho na pista de “cooper”, ao lado dos jovens, magros, fazendo dieta, olho para eles e tenho vontade de perguntar: Você já ouviu falar no falafel do Habib ? Contudo contenho o meu ímpeto, e continuo caminhando calado, bem ao lado do muro onde ele ficava. Mas fico quieto, afinal podem achar que sou mais um ” Meshugeneh” ( maluco). Falafel do Habib aqui ? O senhor está louco ?? Chamem o segurança !!!

Fernando Rizzolo

Tenham um sábado de paz e uma semana feliz !!

Emergentes correm risco de menor fluxo de capital, diz Morgan

HONG KONG – O pânico do setor bancário que devastou economias desenvolvidas pode causar uma queda de 25 por cento na entrada de capital em países emergentes, aumentando o risco de uma recessão global e mesmo de uma crise monetária, afirmaram estrategistas do Morgan Stanley nesta sexta-feira.

Fluxos de capitais para economias emergentes podem cair para cerca de 550 bilhões de dólares em 2009 ante uma estimativa de 730 bilhões de dólares este ano, reduzindo uma importante fonte de crescimento de países como Brasil e China, aposta Stephen Jen e Spyros Andreopoulos, em nota de pesquisa.

“Uma redução no ritmo de crescimento econômico global vai minar os fluxos de capital para mercados emergentes. Isso, acreditamos, é um grande risco para moedas de mercados emergentes”, afirmaram os analistas.

A maior parte do capital que vai para economias emergentes tem ido na forma de empréstimos, não de investimentos em portfólio, que somente representam 8 por cento do total de recursos.

Empréstimos de bancos e outras instituições correspondem a 57 por cento do fluxo líquido total do setor privado, enquanto o investimento estrangeiro direto representa 35 por cento.

Isso significa que as ondas de choque da implosão de Wall Street nas últimas semanas aceleraram um processo de redução de risco e o congelamento dos mercados abertos vai provavelmente ter um impacto direto nos fluxos de capitais aos mercados emergentes.

Como resultado, o crescimento das economias emergentes, um dos principais motores do crescimento global no ano passado, quase que certamente vai ser prejudicado. Isso poderia retardar o crescimento do Produto Interno Bruto global para abaixo dos 3 por cento, um nível que o Fundo Monetário Internacional considera como recessão.

Fluxos de capitais para mercados emergentes entraram em colapso cerca de uma década atrás depois da crise asiática e da moratória russa. Entretanto, os danos aos mercados emergentes podem ser maiores desta vez porque os fluxos de capitais a essas regiões cresceu muito nos últimos anos.

“O risco de uma crise ainda é baixo, mas está crescendo, em nossa opinião”, disse Jen e Andreopoulos.
Agência Estado

Rizzolo: Com certeza haverá um fluxo de capital bem menor, aliás já há um problema de captação de recursos no exterior, prova disso é a disponibilidade do governo brasileiro atuar via empréstimos, no mercado interno visando amenizar esta dificuldade de fluxo. Nossa economia está muito relacionada com as exportações de produtos primários constantes no elenco das chamadas ” commodities”, e evidentemente com uma retração nos emergentes, as exportações serão afetadas. Uma das saídas é desenvolver o mercado interno e diversificarmos as exportações modulando-as também aos produtos manufaturados, o que por sua vez também exige mais investimento. Só o tempo poderá quantificar os estragos da crise na economia brasileira.

Em crise com os EUA, Rússia promete se aproximar da Venezuela

ORENBURG, RÚSSIA – Os presidentes da Rússia, Dmitry Medvedev, e da Venezuela, Hugo Chávez, decidiram nesta sexta-feira preparar um acordo energético que vai aproximar Moscou do maior adversário atual dos EUA na América Latina.

O anti-EUA Chávez recentemente recebeu uma visita de aviões bombardeiros russos, e em novembro deve ocorrer no Caribe um exercício naval conjunto, primeira incursão marítima russa nas Américas desde o fim da Guerra Fria.

A aproximação entre os dois países acontece num momento em que os russos também vêm tendo atritos com os EUA, especialmente depois de invadirem a Geórgia, em agosto, o que provocou duras críticas de Washington.

Nesta semana, Moscou anunciou um empréstimo de 1 bilhão de dólares a Caracas para a compra de armas e equipamentos militares russos.

Sob o olhar de Medvedev e Chávez, representantes das estatais de gás e petróleo Gazprom e PDVSA firmaram um memorando de entendimento, enquanto os respectivos ministros de Energia formalizaram o início da preparação de um pacto de cooperação energética.

“Estimado presidente, querido Hugo, estou feliz por cumprimentar a delegação da nossa amiga Venezuela”, disse Medvedev, sorridente, ao abrir o encontro em Orenburg, no sul dos montes Urais.

“Esta dinâmica em nosso relacionamento aponta para a sólida fundação de nossos laços”, acrescentou. “Nossa cooperação é multifacetada e inclui laços econômicos e militares.”

Chávez manifestou “apoio total, modesto, embora firme” à intervenção militar da Rússia na Geórgia. Apesar disso, Caracas não seguiu o exemplo de Moscou em reconhecer a independência das repúblicas separatistas pró-russas da Abkházia e Ossétia do Sul, pivô da guerra de agosto, iniciada quando a Geórgia tentou reconquistar a segunda região à força.

“Sabemos como os pacíficos residentes da Ossétia do Sul foram atacados”, acrescentou o presidente venezuelano, que na noite de quinta-feira se encontrou com o influente primeiro-ministro Vladimir Putin e recebeu um aceno de ajuda russa para o desenvolvimento de usinas nucleares.

Chávez aproveitou o cenário de um exercício militar conjunto entre Rússia e Cazaquistão para se encontrar com Medvedev, a quem se dirigiu como “presidente e amigo”.

Ele agradeceu o dirigente por enviar neste mês dois bombardeiros TU-160, e não perdeu a chance de cutucar Washington. “Embora alguém no norte do nosso continente tenha dito que esses eram aviões obsoletos, ficamos satisfeitos com esses aparelhos”, disse Chávez.

A Rússia negou que tenha enviado aviões e navios para provocar os EUA, mas o fato é que tais decisões foram anunciadas logo depois de Medvedev se queixar da presença de embarcações dos EUA no mar Negro, tradicional “quintal” naval russo.
Agência Estado

Rizzolo: É lógico que a Rússia quer se vingar dos EUA por sua interferência na Geórgia fazendo uso de Hugo Chavez, mas não é apenas uma vingança, é uma estratégia visando sua influência na América Latina. Por trás da Rússia está o Irã, a China e a Coréia do Norte que a reboque querem instalar bases físicas e ideológicas no continente latino-americano. Fico extremamente preocupado com o Brasil, pela sua condição militar, política, e ideológica. O que observamos no governo petista é uma postura conivente com os países alinhados com essa turma. Observem a postura do governo em relação a Rafael Correa. Lula se considera um ” irmão mais velho”, a esquerda aplaude o enfrentamento dos EUA com a Rússia bombardeando aqui a Quarta Frota, e o pior tudo chancelado por Lula, que até outro dia queria ” explicações do governo americano”, mas em relação às manobras russas fica bem calado, como se com eles, ” tudo bem”.

Todas estas questões, é claro, não passam pelo povo pobre do Brasil, que nem sequer lê jornais, e tampouco sabem das questões internacionais e suas implicações. O Brasil precisa de uma vez por todas, abandonar esse discurso anti americano alinhado pela Venezuela, até porque num conflito desarmado estamos, face ao sucateamento das nossas Forças Armadas, e teríamos sim que nos socorrer ao nosso velho aliado. É uma pena eu ser por minhas opiniões, ” escorraçado” pela esquerda, e pelos petistas do mal, só eu sei os emails que recebo. Mas o que me anima é que muitos mas muitos brasileiros, compartilham das minhas idéias e do meu ponto de vista, que passam pelo bom senso, equilíbrio, e patriotismo. Sou apenas um advogado que amo a democracia.

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Charge do M. Aurélio para o Zero Hora

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