Não tenho formação em marketing, muito menos entendo de marketing político, área por sinal, que vem se desenvolvendo muito no Brasil; contudo no seu conteúdo argumentativo, ela tem se deteriorado de forma assustadora. O que observamos na campanha eleitoral do PT em São Paulo, salta aos olhos; as insinuações em relação à vida pessoal do prefeito Gilberto Kassab, nas alusões de cunho interpretativo, semeando dúvidas à população em relação à sua “condição civil” – se ele é casado ou tem filhos -, joga a discussão política e a ética, na lama da pobreza preconceituosa tão perigosa quanto preocupante.
No mesmo esteio pouco ético, reportagens em jornais de grande circulação, exortam os conservadores, exalando puro preconceito, nas manifestações tendenciosas e opiniões sobre Luis Favre, marido da candidata à prefeita Marta Suplicy. O primeiro estaria elaborado com endereço certo; desqualificar Gilberto Kassab através de sua vida pessoal, insinuando pertencer Kassab a uma minoria. O outro via indireta, ao comentar o jornal, a vida amorosa da candidata, sua separação, sua moral, e a nacionalidade de seu marido.
É claro que no tocante à Gilberto Kassab, o PT pode, por questões éticas, e a pedido da candidata, realmente rever esse ponto pobre da forma de se fazer o marketing político. Já em relação ao jornal, cabe a seu marido e a Marta demonstrarem suas insatisfações, rechaçando o artigo, publicamente; caso as informações não procedam.
Contudo, antes de qualquer medida do casal, é de bom alvitre, até pelo incômodo vivenciado pela invasão da vida pessoal de ambos, Marta Suplicy recriminar a atitude da propaganda preconceituosa petista em relação a Kassab, por conta que seria um contra senso, aquiescer sobre esse ataque publicitário ao prefeito, e lamentar os comentários do jornal.
Só para terminar, ao ser indagada sobre o teor da propaganda eleitoral petista, Marta disse acreditar que não há insinuações de homossexualismo na campanha na TV. “É uma pergunta como outra qualquer”. A que ponto chegamos, hein !
Fernando Rizzolo
13/10/2008 às 11:32 PM
Fernando,
Como profissional de marketing, sou ferrenho opositor ao termo “marketing político”. Isso simplesmente não existe. Não há NENHUM livro sério com alguma teoria sobre o tema, e não existe gente séria que se diz “especialista em marketing político”.
Já tratei dessa questão diversas vezes no meu blog sobre marketing (http://marketing-room.blogspot.com/).
Porém, neste contexto da disputa da prefeitura de SP, em particular no que diz respeito à conduta da candidata do PT, não se trata de marketing.
Aliás, não tem NADA a ver com marketing !
Não passa de desespero mesmo.
A candidata simplesmente resolveu partir para a agressão pura e simples, num gesto preconceituoso e, pior do que isso, que lembra o comportamento da campanha de Fernando Collor, no 2.o turno contra o Lulla.
Será que o único jeito que a candidata enxerga para vencer a disputa é este ?
Lamentável.
Algumas pessoas, decerto, estão supresas com esse comportamento da candidata Marta.
Pessoalmente, não estou.
Mas, ainda assim, é uma baixaria medonha…..