Lula reprova comportamento de Marta em ataques a Kassab

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reprovou o comportamento agressivo da candidata petista à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, que fez insinuações de ordem pessoal na propaganda eleitoral gratuita ao adversário e atual prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Um dia após o locutor do programa dela questionar o estado civil de Kassab, o Palácio do Planalto desvinculou qualquer participação na nova fase de campanha da candidata. O ataque de Marta a Kassab ocorreu depois do ingresso oficial de Lula na campanha da petista, na última sexta-feira.

Em viagem ao exterior, Lula avaliou em conversas por telefone com assessores que a candidata errou no tom dos ataques. No Planalto, a preocupação é dissociar a entrada na campanha de Marta do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, à nova fase de ataques a Kassab. Eles observaram que Gilberto entrou oficialmente ontem na campanha e os ataques foram definidos por marqueteiros dias antes. Tanto Gilberto, um ex-seminarista reconhecido no Planalto pela gentileza e simpatia, quanto o presidente mantêm relações de respeito com Kassab.

Antes de embarcar para a Espanha, Lula já havia se queixado do temperamento “difícil” de Marta. Numa conversa no final de semana com o vice-presidente José Alencar e duas pessoas próximas, Lula considerou que a disputa em São Paulo está perdida e ressaltou que Kassab soube fazer política, segundo um dos participantes do encontro.

Lula citou uma polêmica recente de Marta com o pastor Samuel Ferreira, da Assembléia de Deus do Brás. Ela entrou com um processo contra ele, porque não teria tido direito de resposta numa enquete promovida por uma rádio ligada à igreja.

“Perguntaram se eleita ela iria continuar processando as pessoas. Ela respondeu que se errassem, iria. Eu disse: ‘Marta, não faça isso'”, relatou o presidente.

Em junho, numa conferência de homossexuais em Brasília, Lula fez discurso contra o preconceito, pediu que as pessoas “arejassem a cabeça” e propôs o “Dia Nacional da Hipocrisia”, numa crítica a políticos “conservadores”.

No último dia 19 de setembro, em entrevista à TV Brasil, ele defendeu o casamento de pessoas do mesmo sexo.

“Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher e muitas vezes vivem bem, de forma extraordinária. Constróem uma vida juntos, trabalham juntos e por isso eu sou favorável”, disse na entrevista.

Pessoas próximas do presidente observaram ontem as “contradições” da política. Enquanto Lula se esforçou para mudar o discurso, deixando de lado as piadas com conotação homossexual, mesmo nas conversas reservadas, a socióloga Marta Suplicy e seu marqueteiro João Santana se desesperaram e recorreram a afirmações preconceituosas de adversários de projetos dela na área das minorias.

O presidente aproveitou para se queixar do compromisso político com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que pediu a ele gravar para o programa do candidato à prefeitura carioca Eduardo Paes, um dos mais ferrenhos críticos do Planalto durante a crise política de 2005. “Eu gravei o programa, mas disse para o Sérgio que o (Fernando) Gabeira vai desmontar facilmente o meu depoimento”, avaliou. “Gravei porque me pediu.”
Agência Estado

Rizzolo: Lula continua sendo um grande estadista, todos sabem das minhas críticas em relação à condução da política econômica, agora, em termos de percepção e sensibilidade Lula surpreende. Já disse várias vezes que o problema de Lula é o PT, sua gente, o rancor da luta de classes, o baixo nível, e o despreparo. Realmente me decepcionei com a Marta, apesar de conhecê-la pessoalmente e saber de seu gênio, não imaginava que fosse tão longe.

O fato dela chancelar os ataques petistas de insinuação homossexual à Kassab, são lamentáveis, e preconceituosos. Não é possível que se faça uma campanha baseado em ataques pessoais, constrangendo o adversário, e sem prova de absolutamente nada, apenas isinuando. E com essas e aquelas, quem sabe um dia Lula se descola dessa turma petista, e fique para a posteridade. Leia artigo meu: Disputa eleitoral em SP: observações pouco éticas

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