“Sou o príncipe do gueto”, disse Lindembergue ao ver cerco

São Paulo – “Eu sou o prícipe do gueto”, foi o que Lindembergue Alves, 22, disse quando percebeu que o prédio estava todo cercado, nas primeiras horas do seqüestro. O depoimento que Nayara Rodrigues da Silva deu após a saída do apartamento, na terça-feira revelou a rotina dos primeiros dias e ajudou os policiais a construírem um perfil psicologico de Lindembergue. O seqüestrador entrou na segunda às 13h30 no apartamento de Eloá e anunciou que estava armado. Ele pediu que todos ficassem em silêncio, e que se falassem, não falassem alto.

Ao perceber a chegada da Força Tática, e durante os primeiros contatos, Lindembergue afirmou que achava que a Polícia não estava “botando muita fé” nele. “Olha só o que eu vou fazer”, disse para depois atirar contra o Sargento Athos. O escudo com marca de bala foi levado para perícia, e agora, Lindembergue foi autuado também por tentativa de homicídio. Após o tiro, segundo o depoimento, Lindembergue sorriu e disse: “eu sou o cara”.

Esse comportamento também foi presenciado por Nayara, quando o seqüestrador percebeu que o prédio estava cercado e isolado pela Polícia. “Eu sou o príncipe do gueto. Eu mando aqui”, afirmou.

Nayara contou também à Polícia que ele a usava como escudo, e que Eloá estava sempre no quarto. Onde ele ia, ele levava Nayara. Segundo o depoimento, na terça, ele estaria disposto a entregar Nayara, mas quando viu a proporção do caso na TV desisitiu.

Agência Estado

Rizzolo: Como Advogado criminalista, e membro efetivo da Comissão de Direitos Humanos da OAB, secção São Paulo, manifesto-me pela primeira vez em relação a este estúpido seqüestro, ocorreram vários erros quer da polícia, bem como da imprensa, na condução do caso, senão vejamos:

Não há dúvida que em todo criminoso existe um componente de vaidade exacerbado. Lindembergue através do assédio da imprensa. sentiu-se ” importante”, houve sim uma potencializarão do caráter doentio do seu comportamento. Como podemos inferir em seus depoimentos, julgava-se ele o ” príncipe do gueto”; acreditava estar sendo o centro das atenções, atenção esta, que lhe supria sua baixa auto estima.

Em eventos como este, o criminoso não deve ser ouvido, pois ao faze-lo, sua vaidade é exaltada tornando-o mais inconseqüente ainda e prepotente. Outra questão, é a relacionada à volta de uma das seqüestradas ao cativeiro. Ora, isso é um absurdo, e a polícia jamais poderia aceitar essa condição, até mesmo com consentimento dos pais. Precisamos agora não repetir os erros do caso Nardoni; recolher todas as armas, e manter a cena do crime intacta, para preservar a atuação de uma boa perícia.

A verdade é que sofremos no Brasil com um problema grave de senso de impunidade. A Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP, sempre se colocou à disposição das autoridades, e é bom lembrar, que foi-se o tempo em que a nossa comissão alisava e passava a mão na cabeça dos delinqüentes. Hoje temos um compromisso também com as vítimas, cujas vidas são ceifadas por ” loucos de todo gênero”, e que ao contrário do que os esquerdistas afirmam, nada tem de relação com os ” problemas sociais”, e sim de um profundo senso de impunidade no sentido lato da palavra.

Governo vai ajudar construtoras

Preocupado com o risco de interrupção do crescimento do setor de construção civil, o governo prepara medidas para socorrer as construtoras que fizeram lançamentos no mercado imobiliário e, com a crise internacional, ficaram sem dinheiro em caixa e sem crédito para terminar os empreendimentos.

A Caixa Econômica Federal poderá dar garantias aos financiamentos concedidos por outras instituições financeiras às empresas. O banco estatal – líder no financiamento imobiliário – também vai lançar uma linha especial de crédito para as construtoras que tenham bons projetos.

As medidas em estudo visam a preservar o clima de confiança no setor da construção civil, que nos últimos anos teve forte expansão e agora está enfrentando a restrição de liquidez no Brasil e no mundo.

Segundo o consultor de habitação da Caixa, Teotônio Rezende, o governo quer garantir a continuidade dos empreendimentos e evitar uma crise de confiança no mercado imobiliário. “Estamos estudando a construção de um instrumento de garantia para dar segurança ao banco que financiar a empresa. Pode ser um seguro”, disse Rezende à Agência Estado.

De acordo com ele, o governo já tem a radiografia do problema e vai buscar uma forma de evitar a paralisação dos empreendimentos. “A preocupação é justamente essa, é estratégico evitar uma crise de confiança que teria um efeito de contaminação muito grande.”

O consultor da Caixa explicou que essas construtoras foram surpreendidas descapitalizadas no “contrapé da crise”. Muitas delas, empresas de capital aberto, fizeram operações de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês, como é conhecida), alavancaram um volume muito grande de recursos e aplicaram na compra de terrenos e no lançamento dos projetos. Com a crise, ficaram sem os recursos para viabilizar a construção do empreendimento.

O diagnóstico do governo é que boa parte dessas empresas acreditou que essa porta de entrada de dinheiro continuaria aberta e investiram tudo na compra de terrenos. Fizeram uma aposta arrojada no lançamento de empreendimentos imobiliários e, agora, com a volatilidade da Bolsa de Valores e queda do preço dos ativos, enfrentam uma situação financeira muito difícil, na avaliação dos técnicos.

“Esse é o grande imbróglio a ser resolvido: elas não têm os recursos para viabilizar a construção do empreendimento”, acrescentou o consultor, com a ressalva de que esse quadro não representa uma situação generalizada no sistema. Ele não descarta nem a proposta de que as empresas que se mantém capitalizadas e com acesso ao crédito possam comprar outras empreendedoras.

Teotônio Rezende comentou, ainda, que, neste momento, não basta simplesmente ampliar a oferta de dinheiro. “É preciso fazer algo diferente do convencional”, sugeriu. “Uma coisa é ter dinheiro, outra é bancar o risco do mercado”, disse o consultor da Caixa.

LONGE DOS EUA

Para ele, como as empresas podem estar fragilizadas financeiramente, os bancos poderão passar a exigir garantias adicionais para a concessão do empréstimo. Por isso, a necessidade de definir instrumentos que permitam a construção de um modelo de garantia.

“O que os Estados Unidos e a Inglaterra estão fazendo é colocar bilhões inimagináveis para socorrer o sistema. Estamos a anos luz do tamanho dos problemas deles, mas temos problemas aqui. Alguma coisa diferente do convencional tem que ser feito”, enfatizou.

A linha especial em estudo será aplicada no financiamento de “bons projetos de empresas sérias” que, eventualmente, ficaram sem liquidez. “O que se está buscando é uma linha de crédito que permita que essas empresas continuem operando”. O tamanho da linha não está definido. “A radiografia completa não está pronta, mas temos uma visão suficiente para tomar decisões.”

Mesmo com o agravamento da crise, a Caixa vai manter a meta de desembolsar R$ 23,4 bilhões para habitação este ano. A perspectiva para o próximo ano é aumentar esse volume. “Não há falta de recursos. Se tiver demanda para R$ 40 bilhões, nós temos caixa suficiente para bancar.”

Agência Estado

Rizzolo: Bem, manter ” clima de confiança” num mercado em que certas construtoras já foram surpreendidas descapitalizadas no “contrapé da crise”, fica um pouco difícil. A verdade é que o investidor não é suficientemente ingênuo para nos dias de hoje investir em imóveis, cuja liquidez é pouca, e que apresenta fortes problemas de escassez de crédito; ademais, ninguém sabe ao certo a dimensão desta crise de conotação recessiva para este segmento. Quando se fala em crise no mercado de imóveis, falta de crédito às construtoras, e todo este cenário, a primeira coisa que nos vem à mente são as amarguras daqueles que sofreram com os investimentos imobiliários que foram à bancarrota. Minha sugestão “ad-cautela”, é no momento ficar longe do mercado imobiliário, e ver o comportamento e a saúde financeira dos empreendimentos.

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