Paul Krugman, de origem judaica, ganha Nobel de Economia

Paul Krugman acaba de ganhar o Premio Nobel de Economia deste ano. É mais uma demonstração de que o pêndulo, na economia mundial, virou de vez. Krugman, da Universidade de Princeton, escreve duas vezes por semana uma coluna no New York Times, em cujo portal de internet mantém um blog. O blog tem um nome que não deixa dúvidas sobre suas idéias: “The Conscience of a liberal”.

Krugman é um liberal, do jeito que os americanos classificam um “liberal”: no sentido inverso do que damos aqui à expressão “liberal”, Krugman tem posições progressistas em política e, em economia, não joga toda a responsabilidade nas costas do mercado. É, como diriam alguns aqui no Brasil, em tom pejorativo, um intervencionista.

Nos últimos muitos anos, o Nobel de Economia tem sido concedido a “economistas matemáticos” ou a “economistas psicólogos”. Suas premissas são as de que os mercados, no fim das contas, não falham e suas teorias, dessossadas de preocupações sociais diretas.

Paul Krugman faz parte do outro time. O dos economistas que, embora não defendam uma economia planificada, entendem que o mercado não só precisa ser regulado, mas também, que é incapaz, pelo menos sozinho, de promover o bem-estar social.

Nos tempos perplexos de hoje, em que governos perdem a cerimônia no socorro ao setor financeiro privado, promovendo a maior intervenção nos mercados de que se tem notícia nos últimos 80 anos e a maior apropriação privada de recursos públicos da História, o Nobel de Economia foi dado ao homem certo na hora certa.

por José Paulo Kupfer / Câmara Brasil-Israel

Rizzolo: Paul Krugman é autor de diversos livros, também é desde 2000 colunista do The New York Times. Atualmente é professor de Economia e Assuntos Internacionais na Universidade Princeton. Em 2008, recebeu o Nobel de Economia por um trabalho anterior à atuação como colunista do The Times, que tratava da dinâmica da escala – quantidade de produção – na troca de bens entre os países.

Foi um crítico da “Nova Economia”, termo cunhado no final da década de 1990 para descrever a passagem de uma economia de base principalmente industrial para uma economia baseada no conhecimento e nos serviços, resultante do progresso tecnológico e da globalização econômica.

Krugman tem sido também um notório crítico da administração George W. Bush e sua política interna e externa – críticas que ele apresenta em sua coluna do The New York Times. É geralmente considerado um Keynesiano.

Ao contrário de muitos “gurus” da economia, Krugman também é considerado por seus pares como um importante colaborador em estudos. Krugman escreveu mais de 200 artigos e vinte livros — alguns deles acadêmicos e alguns escritos para o público leigo. Seu livro International Economics: Theory and Policy é um livro-texto básico para o estudo da economia internacional.

CaixaPar vai contar com até R 2,5 bilhões

A CaixaPar, banco de investimento que será criado pela Caixa Econômica Federal para comprar participação acionária em empresas de construção civil, terá inicialmente entre R 2 bilhões e R 2,5 bilhões. A Caixa vai usar recursos de captação da poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as operações da nova empresa, que funcionará como um braço de investimento do banco estatal, semelhante ao já existente BNDESPar, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em entrevista concedida após a divulgação da MP 433 pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho, informou que a instituição poderá até comprar pequenos bancos, mas que o foco nessas aquisições serão os setores de habitação e de saneamento. A Caixa também poderá fazer parcerias com o BNDES participando em conjunto de alguns empreendimentos. A expectativa é de que em “dois ou três dias” poderão ser iniciadas as operações.

Segundo Maria Fernanda, a CaixaPar trabalhará com preços de mercado e terá uma governança “muito claramente estabelecida”. “Trabalharemos com regras de mercado”, afirmou. Ela negou que haja problemas de solvência de empresas do setor de construção civil, mas ponderou que a edição da MP 443 permite mais “estabilidade e segurança” ao mercado.
Jornal A tarde

Rizzolo: Muito embora analistas e empresários inconformados com a crise não aceitam a condição de ajuda governo, via Caixa, essa ainda é a melhor opção. A Caixa Econômica Federal usará recursos de captação de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as operações da CaixaPar, empresa criada ontem pela Medida Provisória (MP)443. As alegações de que ” O mercado precisa é de modernização, através da eliminação da burocracia que existe no Brasil para a compra de imóveis, em que o comprador tem de correr atrás de 20 certidões, ou na simplificação das licenças para construir “, são argumentos frágeis, e que servem apenas para desqualificar a medida e a iniciativa do governo em minimizar eventuais “estragos”, cuja maior vítima poderá ser o povo brasileiro. Tais críticas, não estão de forma alguma, em sintonia com a gravidade da crise.

Não vejo nenhum problema no fato da CaixaPar ter participações em alguns empreendimentos e em algumas construtoras. Problemas do ponto de vista constitucional? Ora, passa-se pelo legeslativo. O que alguns empresários precisam entender, é que em todo mundo, a ação do Estado em socorrer setores comprometidos está ocorrendo, e o que eles querem, que é financiamento está escasso; só para finalizar, do ponto de vista jurídico, não há nenhum problema ou impedimento no fato da Caixa ser financiadora imobiliária, ao mesmo tempo, ser sócia de algumas empresas imobiliárias, face às circunstâncias em que estamos enfrentando. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que o governo não dará dinheiro para nenhuma empresa ou banco, a despeito das medidas anunciadas na véspera. Desta vez o presidente Lula acertou e primou pelo bom senso.

Equipe do Gate pode ter se confundido com tiro, admite coronel

SÃO PAULO – Pela primeira vez o comandante Eduardo José Félix admitiu que a equipe do Gate pode ter se confundido sobre o tiro ouvido antes da invasão no apartamento onde Eloá Cristina Pimentel e Nayara Rodrigues da Silva, ambas de 15 anos, eram mantidas reféns por Lindemberg Alves, de 22 anos. “Assim como a Nayara pode ter se confundido, a minha equipe também”, afirmou o comandante, em entrevista coletiva após prestar depoimento de quase três horas no 6ºDP de Santo André.

“Se o tiro foi dentro, fora, um rojão, o laudo técnico vai dizer”, afirmou o comandante, apontando que o laudo do Instituto de Criminalística (IC) vai esclarecer a ocasião do tiro. Apesar de ter afirmado que a equipe pode ter se confundido, o comandante reiterou que confia na equipe do Gate. Ao ser questionado se há problema em admitir que a equipe se confundiu em relação ao tiro, o comandante afirmou que “não tem problema, agimos dentro da legalidade.”

Segundo o comandante, não se pode ficar no “achismo” em relação ao disparo e o que se tem de concreto até agora são os depoimentos de cinco policiais e três testemunhas que afirmaram ter ouvido um tiro antes de o Gate invadir o apartamento.
Agência Estado

Rizzolo: É claro que tudo ainda está em fase de investigação, mas as dúvidas surgem como no depoimento de Nayara. Afirma ela, que não ouviu disparos pelo menos duas horas antes da invasão. Ela é considerada a principal testemunha do caso, já que também era mantida refém por Lindemberg. Moradores vizinhos ao apartamento, no entanto, afirmaram em depoimento que ouviram um disparo cerca de um minuto antes da invasão.

Um dos maiores erros foi as autoridades deixarem Nayara voltar ao local com o objetivo de convencer Lindemberg a soltar a amiga Eloá. A versão da polícia é que a menina não deveria ter entrado no apartamento e apenas ter feito contato por telefone. Nayara pode ter descumprido as recomendações do Gate para ajudar a amiga Eloá, uma vez que já havia conseguido convencer Lindemberg a libertar ela própria e outros dois adolescentes que ficaram reféns nas primeiras horas.

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) divulgou na segunda-feira, 20, nota na qual pede apuração da conduta da PM e cita que se verifique um possível desrespeito ao artigo 232 do ECA. O artigo diz ser crime submeter criança a vexame ou constrangimento. O conselho lembra que o artigo 18 do estatuto diz ser dever de todos pôr crianças e adolescentes a salvo de tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. “É evidente a inaceitável ação do comando de permitir que uma amiga da adolescente (…) retornasse ao cativeiro (…), bem como a malsucedida tentativa de resgate”, diz a nota. Em suma , falta muito a esclarecer ainda.

Como já comentei como Advogado, anteriormente, em outro artigo referente a este caso, não há dúvida que em todo criminoso existe um componente de vaidade exacerbado. Lindembergue através do assédio da imprensa. sentiu-se ” importante”, houve sim uma potencializarão do caráter doentio do seu comportamento. Como podemos inferir em seus depoimentos, julgava-se ele o ” príncipe do gueto”; acreditava estar sendo o centro das atenções, atenção esta, que lhe supria sua baixa auto estima. Pura falta de Deus, um jovem como tantos outros perdido.

Em eventos como este, o criminoso não deve ser ouvido, pois ao faze-lo, sua vaidade é exaltada tornando-o mais inconseqüente ainda e prepotente. Outra questão, é a relacionada à volta de uma das seqüestradas ao cativeiro. Ora, isso é um absurdo, e a polícia jamais poderia aceitar essa condição, até mesmo com consentimento dos pais. Precisamos agora não repetir os erros do caso Nardoni; recolher todas as armas, e manter a cena do crime intacta, para preservar a atuação de uma boa perícia.

Confiança do consumidor cai 10% em outubro, diz FGV

Rio de Janeiro – A confiança do consumidor sofreu uma forte queda em outubro, influenciada pelo pessimismo das respostas do brasileiro quanto à situação econômica em sua cidade. É o que revelou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que caiu 10% esse mês, após registrar alta de 4,2%, em setembro. O dado foi divulgado nesta quinta-feira, 23, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice é composto por cinco quesitos da “Sondagem das Expectativas do Consumidor”, apurada desde outubro de 2002 (com periodicidade trimestral, até julho de 2004, quando passou a ser mensal).

A parcela dos entrevistados que avaliam, atualmente, a situação econômica local como boa caiu de 16,9% para 10,1%, de setembro para outubro, segundo a FGV. No mesmo período, o porcentual dos pesquisados para cálculo do ICC que avaliam a situação como ruim subiu de 34,2% para 48,2%.

A FGV também destacou que, em outubro, houve piora das expectativas em relação aos próximos seis meses. O porcentual de entrevistados que esperam melhora da situação econômica local caiu de 31,3% para 23,1%, de setembro para outubro. A dos que projetam piora, para os próximos meses, subiu de 13,1% para 30,6%, no mesmo período.

Na comparação com outubro do ano passado, o ICC caiu 10,1%. Em setembro, o ICC havia subido 3,4% na comparação com igual período de 2007. Com o resultado, o desempenho do indicador, que é calculado com base em uma escala de pontuação entre 0 e 200 pontos (sendo que, quando mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor), passou de 112,7 pontos em setembro para 101,4 pontos em outubro. Esse foi o menor nível para o índice desde junho de 2006 (101,0 pontos).

Futuro

Na avaliação da FGV, houve piora tanto na avaliação atual do consumidor sobre o cenário de hoje, como em suas projeções para o futuro. O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA), que caiu 12,7% em outubro ante setembro após elevar-se 7,9% no mês passado, e o Índice de Expectativas (IE), que apurou taxa negativa de 8,5% em outubro, após registrar avanço de 2,1% em setembro. No caso do ISA, em termos de pontuação, o índice passou de 119,3 pontos em setembro para 104,2 pontos em outubro. Já o IE caiu de 109,2 pontos em setembro para 99,9 pontos em outubro.

Ainda segundo a FGV, na comparação com outubro do ano passado, os dois índices componentes do ICC também apresentaram quedas, em outubro deste ano, de 2,3% para o indicador de situação atual; e de 14% para o de expectativas. O levantamento abrange amostra de mais de 2.000 domicílios, em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1 e 20 de outubro. Às 11 horas a FGV concede coletiva de imprensa sobre o indicador.
Agência Estado

Rizzolo: É natural que a confiança do consumidor caia em função desta forte crise. O pior desta falta de confiança em relação ao futuro, é que o consumidor não mais investe e tenta se resguardar da crise consumindo menos, o que por conseqüência, acaba gerando mais crise. O temor de recessão segue cada vez maior entre os investidores e contribuiu para o avanço do dólar e o desabamento das Bolsas, nesta quinta-feira, a moeda americana avançou 6,01%, cotada a R$ 2,524 na venda pela manhã.

A grande discussão hoje é a Medida Provisória, as construtoras temem que o governo passe a controlar parte do setor. O que elas querem para passarem bem pela crise é financiamento; bem isso aí todos querem, o setor imobiliário não está por hora em situações de exigir nada, e sim deixar o governo fazer sua parte, como os outros países assim o fizeram, até para evitar um mal maior, e restituir a confiança do investidor.

Charge do Novaes para a Gazeta Mercantil

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