Lula defende papel do Estado como regulador do sistema financeiro

“Chegou a hora da política”, afirmou nesta terça-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao defender o papel do Estado como regulador do sistema financeiro, segundo nota distribuída pela Agência Brasil, órgão vinculado ao governo federal.

Em Salvador, onde participou da 9ª Cúpula Brasil-Portugal, Lula se colocou contrário aos que defendiam o liberalismo econômico sem a interferência do poder público.

“Teve uma época, por muito tempo, em que os políticos andaram de cabeça baixa diante do neoliberalismo. O que estou defendendo não é o Estado se intrometer na economia, mas é o Estado que tenha força política para regular o sistema financeiro”, disse o presidente no pronunciamento que fez, ao lado do primeiro-ministro de Portugal, José Socrates.

“Fomos eleitos, assumimos compromissos com o povo, e o Estado, diante da crise mundial, volta a ter papel extraordinário, porque todas essas instituições que negaram o papel do Estado, na hora da crise, procuram o Estado para socorrê-las da crise que elas mesmo criaram”, afirmou Lula.

O presidente também voltou a criticar as empresas que especularam e tiveram prejuízos com a crise mundial.

“As empresas brasileiras têm grandes investimentos, rodovias, ferrovias, siderurgia, portos, agricultura. Trabalhamos honestamente por seis anos para pôr a economia num padrão respeitável no Brasil inteiro. É por isso que juntamos US$ 207 bilhões em reservas. É por isso que fizemos ajustes fiscais. Entretanto, por que estamos vivendo sinais da crise? É porque alguns setores resolveram investir em derivativos, fazer um cassino. Quem foi para a jogatina perdeu. Portanto, ninguém tinha o direito de tentar, diria de forma ilícita, mais que aquilo que o próprio sistema produtivo oferecia ao país”, disse o presidente

Lula enfatizou que os setores da economia devem concentrar seus esforços em ganhar dinheiro com a produtividade. “O sistema financeiro tem obrigação de ganhar o seu dinheiro em coisas que gerarão empregos, produtos, riqueza. Não podemos permitir que o sistema financeiro mundial brinque com a sociedade. Não podemos admitir que alguém fique rico apenas trocando papéis, e poucas vezes se gerou um paletó, uma bota e um alfinete”.

O primeiro-ministro de Portugal, José Socrates, apoiou a colocação do presidente Lula e disse que em Portugal a ação do governo foi a mesma tomada no Brasil, com o objetivo de minimizar os efeitos da crise na economia interna: a de dar mais liquidez aos bancos.

“Concordo com o presidente Lula quando ele diz que chegou a vez da política. Esse é um momento decisivo, e Portugal e Brasil querem ação, não inação, fingir que nada aconteceu”, afirmou o chefe de Estado de Portugal, ao se referir às ações para o combate à crise econômica.

Para Socrates, a crise mundial funcionou como um divisor de águas. Ele ressaltou que não se trata de uma crise cíclica e sim de uma crise grave, “que acontece apenas uma vez na vida de cada pessoa”.

“Existe um antes e um depois da crise mundial. Antes, existia um pensamento único de que qualquer intervenção do Estado seria de forma burocrática, com finalidade de aumentar imposto. Hoje há o entendimento de que é necessária a ação da política para construir essa nova ordem mundial econômica de uma globalização mais justa”, ressaltou.

Lula e Socrates também se uniram na defesa do fortalecimento da União Européia e do Mercosul. “Se não estivéssemos na zona do euro, eu não sei que seria de Portugal”, disse Socrates.
Folha online

Rizzolo: Está mais do que provado que a falta de regulação do sistema financeiro leva ao descontrole especulativo danoso a sociedade. Nos termos e na linhagem pensante de economistas como Paul Krugman, com efeito o mercado necessita de uma regulação, não de uma planificação econômica dos moldes dos países socialistas, mas uma intervenção sadia.

Quanto à especulação que o presidente afirma ter sido efetuado por algumas empresas, como já disse anteriormente, a motivação foi o próprio modelo econômico priorizado pelas altas taxas de juros, que induz à especulação não só empresários brasileiros mas do exterior, em outras palavras, o próprio governo induz as aplicações não na produção, mas na especulação.

O presidente Lula nas suas afirmações está pleno de razões; agora de nada adianta culpar especuladores se a economia brasileira favorece a quem especula e não a quem produz. Melhor o presidente se entender e ter uma maior ” regulação dos que comandam o Copom e o BC “, entendo que vale a pena repensar o modelo Meirelles. E acreditem, o BC ainda é capaz de aumentar as taxas de juros com a velha desculpa da inflação, dessa feita em relação ao efeito da alta do dólar.

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Resultado das eleições deixa PT sem sucessor claro, diz jornal argentino

Os resultados das eleições municipais deixaram o PT sem um sucessor claro para Lula, segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal argentino Página 12.

O jornal afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu transferir sua popularidade para todos os seus candidatos, e avalia que a derrota da candidata do PT Marta Suplicy para a prefeitura de São Paulo “foi o golpe mais duro”.

“O triunfo da oposição em São Paulo volta a perfilar o governador José Serra como aspirante presidencial”, diz a reportagem, para quem o cenário das eleições presidenciais de 2010 “ficou complicado” para o PT.

O jornal comenta as derrotas do PT em São Paulo, Salvador e Porto Alegre, e afirma que “essas derrotas abriram uma grande interrogação sobre quem será o candidato que vai suceder Lula nas próximas eleições presidenciais”.

Na Espanha, o El País concorda que Serra saiu fortalecido como o principal candidato da oposição para as eleições de 2010.

“Serra foi derrotado por Lula nas eleições de 2002, mas as pesquisas o apontam como um dos candidatos com mais opções nas eleições presidenciais de 2010, às quais Lula não poderá concorrer, a não ser que reforme a Constituição, medida que já descartou.” O jornal ainda afirma que a eleição de Gilberto Kassab, em São Paulo, com 61% dos votos é a prova da popularidade de Serra.

BBC / Folha online

Rizzolo: Não há dúvida que a derrota do PT em cidades como São Paulo, Santo André, Salvador e Porto Alegre foram um duro golpe no PT. As análises e as probabilidades tão otimistas na capacidade de transferência de votos por parte do presidente Lula terão que ser revistas. A “mãe do Pac”, a ministra Dilma, surge agora como menos expressiva que Marta, ou seja, menos popular que Kassab, o que sem dúvida arrepia os cabelos e faz transpirar as camisetas vermelhas do PT com seus bonés.

O grande elenco dos 11 ministros que acreditavam na vitória de Marta com Lula no palanque, estão agora solitários e pensando como será a vida sem um sucessor claro. Essa reflexão nem precisava vir da Argentina ou da Espanha, é só assistir e ver o clima estrondoso da vitória de Kassab e Serra no Estado mais rico do País. Como eu sempre afirmo: quem afunda o PT são os próprios petistas radicais, cercados de stalinistas e trotskistas. Depois da vitória de Serra e Kassab vencendo o aparato petista, fico a imaginar o destino da ministra Dilma e de outros.

Crise terá longa duração e magnitude inédita, afirma Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira que a crise terá longa duração e magnitude inédita, segundo informações da Agência Brasil, órgão de divulgação do governo federal.

“Vamos ter um forte impacto na atividade econômica, na economia real, e no mundo todo vai desacelerar e isso está ficando nítido agora”.

Mantega se disse impressionado como o travamento do crédito pode se transmitir rapidamente para a economia real. Ele lembrou que está prevista uma recessão e até uma retração econômica, que se espera, não se transforme em depressão.

“Esse é um desafio que têm os países avançados. O pacote de medidas adotadas nos Estados Unidos e na Europa apenas mitigou o problema. O problema da liquidez do crédito não está resolvido e portanto vai afetar seriamente a economia real”.

O ministro participa do 3º Encontro Nacional da Indústria (Enai), promovido em Brasília pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Folha online

Rizzolo: Provavelmente a afirmação do ministro Guido Mantega tem a ver com a confiança do consumidor americano que desabou ao menor nível desde 1967 quando o indicador começou a ser apurado recuando a 38.0 ante 61.2 de setembro e 52.0 das expectativas. O problema principal hoje no Brasil, é a escassez de crédito que afeta a economia real, o que por sua vez, acarretará uma forte retração econômica. Em relação ao câmbio, a situação parece estar mais sob controle, neste segmento a atuação do Banco Central foi fundamental: houve uma intervenção na hora certa, e sua decisão de anunciar que estava preparado para fazer US$ 50 bilhões de swap cambial trouxe certa calmaria ao mercado.

O grande desafio portanto é o crédito que despareceu, principalmente para as pequenas e médias empresas exportadoras, que são as que mais sofrem o impacto. Outro problema que surge no desenlace da crise, é a alta dos estoques e o fato de que todas as expectativas para os próximos meses estão menos otimistas. Contudo, as estratégias do Banco Central nem sempre surgem efeitos desejados, principalmente aquelas em que envolve os banqueiros, que por falta de liquidez açambarcaram o dinheiro do compulsório.

Ora, já era de se esperar que os bancos fossem “passar a mão” nessa dinheirama e aplicar em títulos públicos; desde o início este Blog já previa esta verdadeira apropriação indevida. Ou o presidente Lula tem excesso de boa-fé, ou a equipe econômica ” aprecia a liquidez dos bancos em detrimento ao povo brasileiro “, e isso este Blog já vem afirmando isso há muito tempo.

Não é à toa que o pobre empresário brasileiro da pequena e média empresa se vê em apuros, nas mãos dos banqueiros que além de segurar os recursos que estão sendo liberados pelo Banco Central, estão aumentando absurdamente as suas taxas de juros. Para se ter uma idéia, o desconto de uma duplicata que tinha uma taxa de 1,7% ao mês e agora está em 3,5% ao mês.

Além disso, logo será o governo que enfrentará a redução em suas contas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o governo cogita a dilatação do prazo de pagamentos de tributos federais, com isso acredito que minhas previsões irão se concretizar, ou seja o PAC, vai empacar e a arrecadação vai despencar. Sei que não é renúncia fiscal, mas pode se transformar num imenso calote. Cuidade que isso é um caminho sem volta, hein !

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Charge do Novaes para a Gazeta Mercantil

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