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O presidente do banco Itaú, Roberto Egydio Setúbal, negou nesta segunda-feira que a crise financeira mundial tenha sido o estopim para que a fusão entre o Unibanco e o Itaú acontecesse e disse que a compra do banco Real pelo Santander foi o que motivou a operação.
“A crise apenas acelerou as negociações. Achamos que esta era a hora”, disse.
Segundo o executivo, o Santander ficou muito fortalecido, principalmente no exterior, e o Itaú e o Unibanco enxergaram a necessidade de criar um banco brasileiro forte que pudesse atuar no cenário internacional e atender à grande demanda de empresas brasileiras que estavam se instalando e atuando no exterior.
“O nosso objetivo é fazer com que a nova instituição se torne um “player” global em quatro ou cinco anos. O Brasil precisa de um banco internacional e esse novo banco terá enorme capacidade de financiar empresas brasileiras no exterior”, diz o presidente do Unibanco, Pedro Moreira Salles.
O processo de internacionalização terá início na América Latina. Setúbal afirmou que eles querem estender a presença para o México, Peru e Colômbia, que são países com bom nível de crescimento econômico.
Folha Online
Rizzolo: Acreditar que a crise não ” catalisou” esta fusão é ser “econômicamente ingênuo”. De qualquer forma não vejo nada de mal na fusão, o importante é saber se os juros diminuirão. As taxas de juros bancários mostra que Itaú e Unibanco não são tão baratos. Em empréstimo pessoal, o Itaú cobra 6,89% ao mês e o Unibanco, 6,59% ao mês. Esses dados são de outubro. No cheque especial, o Itaú cobra 8,75% ao mês e o Unibanco, 8,39% ao mês.
Com a fusão, o novo banco, segundo o comunicado conjunto divulgado por Itaú e Unibanco, será o maior do hemisfério sul em ativos e uma das 20 maiores instituições financeiras do mundo. Na área de relações com investidores do site do Itaú, um outro comunicado detalha os termos da fusão. A nova holding controladora do novo banco, IU Participações, terá 66% da família Setubal, dona do Itaú, e 33% da família Moreira Salles, dona do Unibanco. Com isso o Banco do Brasil (BB) deve acelerar a compra da Nossa Caixa, Banco de Brasília (BRB) e Banco do Estado do Piauí (BEP) com a fusão do Itaú e Unibanco. Vamos ver !!
A alta do dólar nos últimos meses não tem compensado a queda do preço das commodities no mercado internacional, o que prejudica exportadores brasileiros, segundo economistas.
Em situações normais, a desvalorização do real deixaria os produtos brasileiros mais competitivos no exterior, o que poderia acelerar as exportações. No entanto, a crise derrubou, em proporção maior, a demanda por algumas commodities.
O preço da soja em grãos, por exemplo, caiu 33% entre 30 de setembro e 30 de outubro na Bolsa de Chicago, passando de US$ 13,94 por bushel (unidade de medida que equivale a 27,2 kg) para US$ 9,34 (veja gráfico abaixo). Já o dólar teve uma alta de 10,5% no mesmo período, de R$ 1,906 para R$ 2,106.
A valorização da moeda americana em relação ao real “não tem compensado nem a queda do preço (das commodities) nem a diminuição da renda (nos países desenvolvidos)”, afirma o economista André Sacconato, da Tendências Consultoria Integrada.
As commodities agrícolas, que vinham subindo fortemente neste ano até julho, passaram a cair com força depois da intensificação da crise global, a partir de setembro. Em alguns casos, os preços desceram para patamar inferior ao do ano passado.
A soja em grãos terminou 2007 cotada a US$ 11,99 o bushel em Chicago, nos contratos para janeiro. O preço foi subindo e encerrou junho em US$ 16, o que representa uma alta de 34% em seis meses. Desde então, registrou uma queda de 41,8% em apenas quatro meses (até 30 de outubro) e de 22,1% no acumulado do ano.
“A questão agora é saber em que ponto vão parar os preços e a quantidade exportada”, afirma Francisco Pessoa Faria, economista da LCA Consultores. “Não dá para saber se esse é o preço definitivo. O mercado pode não estar representando bem o que vai acontecer.”
Ele acrescenta que cada commodity deve reagir de forma diferente em relação à alta do dólar. Vai depender, entre outros fatores, do impacto que o dólar terá no preço dos fertilizantes.
Mineração
No caso do minério de ferro, o preço pode cair pela primeira vez em sete anos. “Agora, há quem fale em 0% (de variação no preço para o ano que vem), outros falam em queda de 20%”, afirma Faria.
O preço do minério de ferro deve refletir, em menor grau, a queda do preço do aço, de acordo com Faria.
Na última sexta-feira (31), a Vale anunciou a redução do ritmo de produção da commodity. O economista Paulo Esteves, da Gradual Corretora, considera “positiva” a decisão da companhia, pois pode ajudar a segurar o preço do minério de ferro.
“O setor de mineração é oligopolizado. O que a Vale está fazendo é o que a Opep faz com o petróleo.” Ele se refere às decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo de diminuir a produção da commodity quando os preços caem. “A Vale tem força para isso”, afirma.
Indústrias
Os exportadores de produtos manufaturados tendem a sofrer mais que os de commodities agrícolas, segundo o economista Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios.
“O setor agrícola é mais estruturado e tem linha oficial de crédito. Já para comprar avião, é preciso um financiamento especial. Produtos com maior valor agregado dependem mais de financiamento obtido pela própria empresa.”
As montadoras de automóveis instaladas no país também devem ser afetadas de forma mais significativa pela crise internacional, na avaliação de Leite. O motivo é que o Brasil exporta veículos para países desenvolvidos, principalmente os da Europa.
Leite ressalta, no entanto, que “o problema (dos exportadores brasileiros) é momentâneo e será resolvido”.
Folha online
Rizzolo: Realmente a alta do dólar não foi suficiente para compensar a queda do preço das commodities, e este problema toma dimensão na medida em que envolve diretamente a produção de grãos no Brasil. O fato de a Vale ter anunciado a redução do ritmo de produção da commodity, significa que existe uma pressão da própria empresa em fazer subir o preço do minério no mercado internacional, e essa decisão não está diretamente relacionada coma crise. A verdade é que a escassez de crédito irá afetar a economia real com mais intensidade em 2009.
A dificuldade na obtenção e crédito e as incertezas do cenário econômico devem produzir uma retração relevante na importação de bens de capital e insumos básicos compensando o recuo das exportações. Já em relação à inflação, a tendência global é de um efeito deflacionário e o Brasil não tem porque ser uma exceção. Os juros tendem a continuar elevados mesmo com as evidências de que a ação do BC foi absolutamente correta. Vamos ver 2009, pelo cenário promete ser um ano difícil.