Charge do Sinfrônio para o Diário do Nordeste

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Após eleição, Obama recebe notícias ruins na economia

NOVA YORK – Um dia após sua histórica vitória nas urnas, o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, ouviu apelos por medidas urgentes contra a crise financeira global ao receber na quarta-feira notícias negativas sobre o nível de emprego e o setor de serviços.

Obama, primeiro presidente negro do país, ouviu um coro de congratulações do mundo todo, mas também alertas sobre a iminência de uma recessão global, que deve dominar os primeiros meses do seu governo, a partir de 20 de janeiro, junto com as guerras do Afeganistão e Iraque.

Investidores e líderes mundiais manifestaram esperança de que Obama possa guiar a comunidade internacional, enquanto os mercados aguardam avidamente o anúncio do novo secretário do Tesouro, que será responsável pela execução de um pacote de 700 bilhões de dólares para a compra de ativos podres e a recapitalização de instituições financeiras.

“O presidente-eleito terá de agir rapidamente para garantir uma transição suave e rápida. Suas primeiras nomeações devem focar na equipe econômica”, disse Mohamed El-Erian, executivo-chefe do fundo de investimentos Pimco, que administra uma carteira de 830 bilhões de dólares.

Entre os nomes mais cotados para o cargo estão Lawrence Summers, que já o ocupou; Paul Volcker ex-presidentes do Federal Reserve (Banco Central); e Timothy Geithner, presidente do Federal Reserve de Nova York.

Obama propõe um novo pacote de estímulo econômico, com ênfase para a ajuda a mutuários endividados. A bancada democrata da Câmara também está preparando um segundo plano de incentivo econômico.

“Precisamos de um ‘new deal’ para um novo mundo”, disse o presidente da Comissão Européia (Poder Executivo da UE), José Manuel Barroso. “Espero sinceramente que sob a liderança do presidente Obama os Estados Unidos da América unam forças à Europa para promover este ‘new deal.'”

Os mercados, que estiveram animados no dia da eleição, mudaram de comportamento na quarta-feira. A alta de terça-feira no índice industrial Dow Jones 3,3 por cento, foi a maior já registrada num dia eleitoral nos EUA. Na quarta-feira, esse índice caiu 5 por cento.

O petróleo, que havia subido mais de 10 por cento na véspera, perdeu 7 por cento e foi cotado na quarta-feira a cerca de 65 dólares por barril, devido à redução da demanda e à divulgação de que aumentou o estoque de combustível do governo dos EUA.

O VIX, índice de volatilidade considerado o principal termômetro de Wall Street sobre o medo dos investidores, subiu 15 por cento na quarta-feira, após um declínio similar na véspera.

No primeiro dia de Obama como presidente eleito, foi revelado que foram reduzidos 157.000 postos de trabalho em outubro no setor privado, enquanto as contratações no setor de serviço caíram acentuadamente.

Agência Estado

Rizzolo: Bem, agora que já está passando a festa, as notícias começam a surgir e o mercado internacional começa a se preocupar. Uma coisa é um discurso emocionante, uma promessa ao novo, as propostas de mudança; o novo, o inusitado, atrai e desperta a esperança. Contudo a realidade é bem outra, as promessas feitas ao povo americano, dificilmente serão concretizadas face à crise, e quando alguém faz uso de um discurso populista em época de crise, para apenas ganhar eleições, os pobres se vingam. Na realidade os mercados reagiram mal, nada mudou a não ser uma aposta na capacidade de Obama e sua equipe em cumprir os sonhos prometidos. Será ele capaz? Vamos torcer.

‘Manifestação contra governo ditatorial é legítima’, diz OAB

BRASÍLIA – O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil ( OAB), Cezar Britto, afirmou na tarde desta quarta-feira, 5, que guerrilhas de esquerda para depôr governos ditatoriais, como ocorreu na ditadura militar, no Brasil, são atos legítimos e pela legislação internacional, chancelada pela Organização das Nações Unidas (ONU), não configuram terrorismo. “Entendemos que a manifestação contra governo ditatorial é legítima, faz parte da sobrevivência de um povo”, disse. “A ONU tem admitido que o fato de resistir a uma ditadura, não é ato terrorístico.”

A declaração do presidente da OAB, feita após audiência com o ministro da Justiça, Tarso Genro, contraria a tese do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, de que a Lei da Anistia, de 1979, vale para todos os lados – sejam torturadores do regime militar, ou guerrilheiros de esquerda que tenham praticado atos de terrorismo, como assalto a banco, seqüestro de diplomatas e assassinatos.

A OAB é autora da ação no STF que pede punição para torturadores. Tarso defende as mesmas teses de Britto, para quem o presidente do tribunal precipita-se ao revelar sua opinião sobre um assunto que ainda será julgado na Casa, quando coloca torturadores e guerrilheiros no mesmo nível. “Esse é justo o tema que está sendo colocado para o STF decidir”, explicou o presidente da OAB. “O que nós reafirmamos é que aquele cidadão que estava preso a disposição do Estado, que deveria lhe dar segurança, não poderia ser vítima de tortura.”

Segundo o presidente da OAB, é assim que funciona na legislação de todo o mundo, que o Brasil tem apoiado. “Não basta apoiar uma legislação, é preciso fazer o dever de casa”, cobrou. Mas ele acha que o debate está sendo saudável e que, ao final, prevalecerá a tese universal compatível com os direitos humanos e o STF terá uma decisão histórica. “O Brasil vai ficar em paz com sua história ao reconhecer que aqui, como nos demais países, torturador não tem vez”, afirmou.

agência estado

Rizzolo: Sinceramente, com todo o respeito ao nobre colega Dr. Cezar Britto, presidente da OAB Federal, que tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente, afirmações como esta, no meu entender, não são saudáveis à democracia no Brasil. Temos um de lado, uma posição de bom senso do ministro Gilmar Mendes, onde procura de forma equilibrada e clara, visualizar os excessos na época cometidos por ambas as partes, e dar respaldo à Lei da Anistia de 1979, que serviu até hoje, como baluarte do entendimento pavimentando a nossa democracia.

Agora, afirmar que ” guerrilhas de esquerda para depor governos ditatoriais, como ocorreu na ditadura militar, no Brasil, são atos legítimos “, citando a chancela da ONU para dar esteio à sua argumentação, não é uma forma correta de se conduzir a questão, e no meu entender, inapropriada em nome da OAB Federal. Temos que combater os regimes de exceção, através do espírito democrático, do debate, das idéias, assim como bem o fizemos no Brasil. Acredito que como eu, muitos advogados no Brasil, e não compactuam com este entedimento. Esse conceito de legitimidade não é o que leva ao consenso, à paz, e ao desenvolvimento, com todo o respeito ao nobre presidente.

Barack Obama e a questão da inclusão no Brasil

Uma das virtudes da democracia, é a possibilidade de que os grupos ou minorias, quando organizados e dispostos a reivindicar direitos e espaços numa sociedade, geralmente o fazem com sucesso. A vitória de Barack Obama, nos leva a uma reflexão sobre o papel dos negros nos EUA, e a ainda frágil participação do negro na nossa sociedade. Por certo, os efeitos do conceito étnico assistencialista do papel do negro na sociedade brasileira, ainda sob uma percepção escravagista persistem, na medida em que poucos são os negros que se sobressaem na sociedade brasileira.

Os EUA, na sua tratativa com as minorias, sempre foi mais complacente, e isso, evidentemente acirrou o espírito racista de parte da população branca americana, o que fez surgir grupos de cunho racistas, que combatidos pelo Estado de forma eficaz, seus efeitos de foram memorizados. A igualdade de oportunidade aos negros americanos, inspirou e deve continuar a arejar, outros países como o Brasil, ainda num processo de integração e de maior participação do negro na sociedade brasileira.

A verdade é que no Brasil, os negros ainda tem um longo caminho a percorrer na conquista de seus espaços. O processo de integração deve ser cada vez mais propalado nos moldes da sua aplicabilidade como nos EUA. Não podemos levar a discussões exaustivas, experiências de inclusão já comprovadamente eficientes nos EUA, mas tentarmos vivenciar essas experiências, no nosso ambiente social, com nossas particularidades, ajustando-as.

A vitória de Barack Obama, primeiro presidente negros dos EUA, nos leva a uma profunda reflexão no sentido de nos questionarmos, quais são os elementos de inclusão e eficiência, dos quais dispomos hoje no Brasil para que enfim o negro brasileiro possa ter seu lugar não só na política, mas em outros segmentos da sociedade como no Judiciário brasileiro.

Barack Obama passou a ser um referencial de tolerância que o povo americano nos indicou como fruto da real democracia, e de uma forma prática, nos remete a uma frase de John Kennedy, presidente dos EUA entre 1961 a 1963, ” Se não podemos encerrar nossas diferenças, pelo menos podemos ajudar a tornar o mundo seguro para a diversidade “. O mais bonito é que diversidade lembra felicidade e isso é o que o mundo espera nessa nova era.

Fernando Rizzolo

Recém-eleito, Barack Obama diz que a mudança chegou aos EUA

Em frente a uma multidão em Chicago, o presidente recém-eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a evocar o espírito de mudança, tão presente na sua campanha. “A mudança está chegando aos Estados Unidos”, bradou.

Trazendo uma mensagem cheia de esperança, porém sem nenhuma idéia concreta do que realmente irá fazer na Casa Branca, Obama disse que “os Estados Unidos são o lugar onde tudo é possível”

“O sonho permanece vivo. Hoje é o dia da resposta para as suas dúvidas. Vocês colocaram as mãos no arco da história e escolheram a esperança de um novo dia”, declarou.

Obama elogiou os membros de sua campanha e afirmou ter feito “a melhor campanha da história com a melhor equipe”.

O presidente eleito também agradeceu sua família, seu companheiro de chapa, Joe Biden, e todos aqueles que votaram e o apoiaram. Emocionado, Obama lembrou sua avó, que morreu um dia antes de sua vitória nas urnas. “Ela está olhando por nós”.

O democrata também elogiou o patriotismo e a luta de seu adversário, o republicano John McCain, e prometeu que irão trabalhar juntos pelo bem do país.

A crise não foi esquecida no discurso da vitória. Obama disse que Wall Street não pode ser bem sucedida quando as outras ruas (streets, em inglês) estiverem mal. Os “inimigos” dos EUA também foram citados pelo presidente. “Aqueles que querem derrubar o mundo, nós vamos derrubar vocês”, ameaçou.

Sob gritos de “yes, we can” (sim, podemos – o slogan da campanha), Obama falou que não sabe se conseguirá fazer todo o necessário em um ano ou um mandato, mas prometeu fazer tudo o que for preciso.

Outra promessa feita foi a de reunificar os Estados Unidos, divididos, segundo Obama, por questões de partido, cor, raça, gênero, entre outras. “Vou usar a humildade e determinação para curar as divisões que seguram o progresso. Como Lincoln disse para uma nação ainda mais dividida: não somos inimigos, mas amigos”

No fim, talvez traçando um paralelo com Joe, o encanador, personagem usado exaustivamente pela campanha republicana com uma representação do americano comum, Obama lembrou a história de Ann Nixon Cooper, 106 anos. Essa senhora negra votou em Atlanta pelo candidato democrata. “Ela veio de uma geração depois da escravidão. Ela não podia votar por ser mulher e pela cor de sua pele. Ela assistiu a mudanças como a chegada do homem à Lua e a queda do Muro de Berlim. Penso em tudo o que ela viu nesse país e vejo que sim, nós podemos. Ela sabe como os EUA podem mudar.”

Folha online

Rizzolo: Quem venceu foi a democracia americana, e muito embora pessoalmente sempre entendi sendo MacCain o mais preparado, temos que festejar e enxergar o lado bom da vitória de Barack Obama. O fato do novo presidente ser negro é de suma importância histórica. Os EUA tem um passado de conflitos raciais, e hoje no mundo, não há mais lugar para a intolerância seja ela da onde vier. A diversidade de opiniões e a aceitação do contraditório, é um exercício da essência da democracia. Barack Obama terá que entregar os sonhos que vendeu.

Como brasileiro, cidadão europeu e de origem judaica, sou um defensor da democracia americana e da diversidade religiosa e cultural daquele País. Gostaria neste comentário, de render minhas homenagens ao novo presidente Barack Obama, e que as palavras que o levaram a presidência da maior potência do mundo, sirvam de instrumento de paz e harmonia para toda a humanidade. Felicidades à Barack Obama e ao povo americano.