Galut uma experiêcia solitária

A Parashá Lech Lechá desta semana começa com o primeiro dos dez testes ou provações a que Avram foi submetido por D’us. A porção inicia-se: “Lech Lechá – vá por si mesmo, de sua terra e de seu local de origem, da casa de seu pai para a terra que Eu te mostrarei “. Sempre que viajo ao exterior, lembro-me desta passagem, que por coincidência é pertinente nesta minha estadia na França.

A experiência da terra estranha, do estrangeiro, do exílio (Galut), sempre foi uma constante na história do povo judeu. O mais interessante nessa reflexão, é que a percepção contínua de estar fora do seu ambiente quer por motivos profissionais ou outros, nos conduz à essência judaica do Galut (exílio). O galut (exílio) ocorre de muitas formas.

O escravo hebreu no Egito, o próspero exílio judeu na Babilônia, o perseguido morador do gueto na Europa medieval, o interno de Auschwitz, o judeu-americano tolerado no clube de campo, o israelense refém dos caprichos das superpotências globais – todos estão sujeitos ao estado de galut, cuja definição mais básica é que a pessoa é “um estranho numa terra que não é a sua.” Você não é o dono de seu ambiente, mas sim um súdito; não está no controle de suas circunstâncias, mas pode ser sua vítima.

Hoje na França existem mais de 600.000 judeus, é a terceira maior comunidade judaica depois dos EUA, e isso, graças também a Napoleão Bonaparte. Após o final da segunda guerra grande massa da comunidade judaica do norte da África para cá vieram, e hoje Paris em certos bairros como Marais, respira-se o judaísmo, da mesma forma que se sente no ar um certo receio face a um anti-semitismo latente.

Mas poderíamos perguntar. Porque os judeus acabam vivendo em sua maioria na diáspora? Na verdade o galut, exílio, é principalmente uma lapidação do povo e uma fase de ocultação que antecede grandes revelações. A escravidão do Egito foi necessária para preparar espiritualmente o povo para a outorga da Torá e nosso longo e demorado exílio atual é uma preparação para a Era Messiânica, quando haverá uma Revelação Divina no mundo, de forma muito elevada e que durará para a eternidade.

Ademais, o destino já traçado à Avram se manifesta no espírito judaico através das gerações, e o viver sob o manto de incertezas, muitas vezes nos submetendo aos governos da Diáspora, é parte da revelação de Deus para com o povo judeu. Da mesma forma, quanto maior e mais tempo durar o exílio, mais elevada e eterna será a redenção, segundo os rabinos.

Quando Deus disse a Avram “Saia daí e vá para a terra que Eu vou lhe mostrar.”, a ordem divina era o destino ao exílio, ao gulat, e viajar é sempre uma experiência, viajando testamos nossa conexão com Deus, sabemos que aonde estivermos jamais perderemos a conexão divina, no Brasil, na China, na França, ou qualquer lugar, sempre estamos conectado, como que tivéssems um ” Deus ambulante”. As rezas são as mesmas, os judeus pensam da mesma forma, e o galut, acaba sendo incorporado como a mais comum experiência solitária abençoada por Deus. Hoje vou passar meu Shabbat numa sinagoga antiqüíssima no Bairro de Marais, vou rezar e vivenciar o Galut dos judeus franceses. E viva Napoleão Bonaparte, os judeus daqui devem muito a ele. Au revoir !

Fernando Rizzolo

Tenha um sábado de paz e uma semana muito feliz !!

Obs. parte do texto foi inspirado em leituras do escritos do beit chabad

Inflação pelo IPCA volta a subir, após quatro meses em queda

A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) voltou a subir, depois de quatro meses em queda, informou nesta sexta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em outubro, o índice teve alta de 0,45%, acelerando frente aos 0,26% verificados em setembro.

No ano, o IPCA tem alta de 5,23%. Em igual período em 2007, a alta havia chegado a 3,30%. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 6,41%, acima dos 6,25% identificados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2007, a inflação pelo IPCA havia subido 0,30%.

Os alimentos voltaram a subir, depois de dois meses em queda. Apresentaram alta de 0,69%, ante queda de 0,18% constatados no mês anterior. A contribuição negativa deste grupo representou 0,16 ponto percentual do IPCA, 35% do total.

No ano, os alimentos tem inflação acumulada de 10,04%. De janeiro a outubro de 2007, a alta acumulada dos alimentos era de 7,76%.

Entre os alimentos, o destaque entre as altas ficou entre os feijões (5,66%) e as carnes (3,61%). O aumento do preço das carnes foi responsável pela maior contribuição individual no mês, com 0,08 p.p.

Ao mesmo tempo, caíram os preços da cebola (-15,19%), cenoura (-14,94%), ovos (-4,12%), óleo de soja (-3,38%) e farinha de trigo (-2,84%).

Os produtos não-alimentícios subiram 0,38% em outubro, desacelerando em relação aos 0,42% de setembro. Apresentaram redução os custos de transporte (de 0,39% para 0,02%). Os custos de saúde e cuidados pessoais também caíram (de 0,46% para 0,26%) e despesas pessoais (0,80% para 0,68%) também desaceleraram.

O preço da gasolina caiu 0,18%, após alta de 0,69% em setembro. O álcool também desacelerou, de 1,20% em setembro para 1,08% no mês passado.

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado entre as famílias com renda mensal até seis salários mínimos, ficou em 0,50% em outubro, ante 0,15% de setembro. Nos 12 meses encerrados em outubro, o indicador acumula elevação de 7,26%, acima dos 7,04% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores.

Folha online

Rizzolo: É claro que o aumento dos custos financeiro manifestado pela seletividade e aumento dos juros, fez com que na composição de preços fosse absorvido esses custos. Outro fator que contribuiu para a alta da inflação, foi a brusca desvalorização do real, fazendo com que os preços de alguns insumos também aumentasse. As medidas propostas pelo governo parecem não ser suficientes para resolver a escassez de crédito. Fala-se muito em utilizar recursos via BNDES, como se o banco tivesse recursos inesgotáveis.

A utilização do FAT que é um fundo compulsório com a destinação específica de garantir o seguro desemprego, e que pode ficar deficitário até 2010. Seus recursos não são inesgotáveis. O pior daqui para frente, é sentirmos em 2009, o efeito de uma eventual recessão com inflação. Além do setor imobiliário, do automotivo sentirem já os efeitos da crise, agora é o setor de transporte, principalmente o de cargas, já começa a sentir os efeitos da crise. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade, já há diminuição na demanda por transporte, principalmente entre quem trabalha com commodities. A situação não está nada boa.

Charge do Sponholz para o Jornal da Manhã

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