Igreja critica Lula e diz que petista entregará país em situação precária a sucessor

Documento da Igreja Católica intitulado “Análise da Conjuntura”, divulgado ontem durante congresso internacional em Indaiatuba (SP), critica a ação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva frente à crise econômica e diz que “Lula entregará ao seu sucessor ou sucessora um país em situação tão precária quanto a que recebeu”.

Ao tratar do tema “A política econômica do Brasil frente à crise”, a análise aponta que “o presidente continua dando força ao agronegócio e à mineração, sem atentar para os danos ambientais”, e que isso gerará “a crise ecológica” no país.

“Tudo se passa como se o aumento da produção para a exportação fosse uma solução e não um paliativo que adia a crise econômica, mas antecipa a crise ecológica, que é muito mais grave e que prejudicará mais os mais pobres do que os ricos”, diz um trecho do texto.

O documento tem dez páginas e é assinado por padres e teólogos que são assessores da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

A “Análise de Conjuntura” foi feita a pedido da CNBB para orientar os bispos sobre temas atuais. Apesar disso, há uma aviso no início do texto que diz que “este não é um documento oficial da CNBB”.

A análise foi divulgada durante congresso internacional “Cultura da vida e cultura da morte”, promovido pela CNBB e pela Pontifícia Academia Pro Vita, um centro de estudos do Vaticano. O evento começou anteontem e termina amanhã. Entre os temas discutidos por especialistas estão aborto, eutanásia e bioética.

Lula

Ainda no tópico que trata da crise econômica, os religiosos indicam que a política industrial do governo federal “vai no sentido de favorecer a indústria automobilística, como se ela tivesse futuro”.

“Fazendo de conta que a crise é apenas financeira e que o capitalismo encontrará uma solução tecnológica para os problemas de energia e de meio-ambiente, Lula entregará a seu sucessor (a) um país em situação tão precária quanto a que recebeu, com o agravante de um contexto mundial em recessão e não em crescimento”, diz trecho do documento.

Em outro tópico, denominado “A crise humanitária numa África ensangüentada”, a igreja aponta que a crise econômica “parece querer ofuscar que sua gravidade reside menos na quantidade de dólar que perdem o seu valor, do que na sua conjunção com outras crises menos visíveis: crise ecológica, energética e humanitária”.

Ao tratar da chamada “crise humanitária”, o texto descreve conflitos atuais no Congo e faz críticas à mídia. “O conflito na África não mobiliza a mídia, pois trata-se de populações pobres, cujas vidas parecem não ter o mesmo valor que a das populações ricas.”
Agência Estado

Rizzolo: O texto elaborado pela Igreja é um pouco romântico, mas o suficiente para gerar uma polêmica em relação à atuação do presidente Lula. Com efeito, o PT poderá entregar o País em situação precária, mais em face ao problema da crise mundial. Muito mais é claro, do que em razão das questões “ecológicas, capitalistas ou o Agronegócio” como afirma a Igreja.

Todos sabem que este Blog tem muitas restrições ao governo Lula, mas as pontuações, as críticas, sempre são levadas em conta o aspecto real econômico, ou seja, procura-se na análise crítica, argumentações plausíveis. Contudo, neste documento, ao que parece, a condição ideológica da Igreja assume um papel romântico de pouco lastro argumentativo, o que a torna incipiente e inócua.

A Igreja já teve em outras épocas, argumentos mais alinhados com a realidade política e econômica do que os de agora. É uma pena. Já estou até prevendo o que vão dizer. ” O Rizzolo bate no Lula todo dia, mas o defende dos ataques da Igreja ” Digam o que quiser, mas saibam que para convencer, os argumentos devem ser robustos, sólidos, e cristalinos. Desta vez, a Igreja perdeu-se na mesmice ideológica.

BB reduz taxa de juros de algumas linhas de crédito

BRASÍLIA – O Banco do Brasil anunciou hoje a redução de taxas de juros para algumas modalidades de crédito para pessoas físicas e jurídicas. O governo está preocupado com a elevação nas taxas de juros do crédito no sistema financeiro e, por isso, quer que seus bancos atuem para direcionar o mercado a cortar suas taxas. Ontem, os dados do Banco Central mostraram uma forte elevação dos juros ao consumidor, tanto pessoa física como empresarial, por conta do aumento nos spreads bancários.

As novas taxas de juros do BB terão validade a partir de amanhã. Entre as principais reduções estão operações como Conta Garantida (espécie de cheque especial das empresas), cuja taxa passou de 2,62% ao mês para 2,25%, desconto de cheques (de 2,32% para 1,98% mensais) e desconto de títulos (de 1,95% para 1,70% ao mês). Operações de Capital de Giro tiveram ligeira redução, de 2% para 1,96% ao mês. O adiantamento de crédito ao lojista teve a taxa reduzida de 1,79% para 1,61% e aquisição de recebíveis de 1,95% para 1,69% mensais.

Os cartões de crédito também terão redução dos juros, de 4,23% para 3,79% na taxa mínima do crédito rotativo e de 4,99% para 2,92% ao mês nas compras parceladas.O BB também vai reduzir os juros nas operações de financiamento às exportações, mas não divulgou ainda quais serão as novas taxas.
Agência Estado

Rizzolo: Bem, estava na hora do BB atuar no mercado financeiro visando atender às necessidades do crédito, aliás é uma vergonha um Banco estatal, que tem como finalidade atender à população e as empresas, manter taxas de bancos privados. Com muita propriedade o presidente Lula advertiu o BB sobre as taxas do banco. Os juros do cartão de crédito gerido pelo banco (Ourocard) foram podados de 4,23% para 3,79%, e isso é muito pouco abrangente. Não é só o BB, a Caixa Econômica Federal também não está fazendo seu papel de Banco Estatal, o que é uma verdadeira aberração numa época de crise em que o crédito está escasso. A verdade é que o lucro tanto dos bancos privados como estatais no governo Lula salta aos olhos de qualquer cidadão de bom senso. Coitado do pobre empresário brasileiro, do pequeno comerciante, e do pobre que necessita de um empréstimo, e nem sequer pode contar com os Bancos Estatais, que deveriam ter sua função social. Isso é o PT no governo.