A cotação do dólar comercial avançou 3,47% nesta quarta-feira e fechou em R$ 2,475, maior valor desde junho de 2005. O movimento foi puxado por uma forte saída de recursos num dia volátil, disseram analistas.
Na semana, o câmbio acumula alta de 6,68%; no ano, de 39,28%.
A valorização nesta quarta ocorreu apesar de três leilões do Banco Central. A instituição vendeu dólares no mercado à vista duas vezes durante a manhã. Mais tarde, realizou um leilão específico para ajudar exportadores.
“Continua fluxo muito forte de saída do país, fazendo com que a cotação tenha subido ontem. Hoje, os mercados (acionários globais) estão negativos e ainda existe a expectativa de um monte de números nos EUA”, afirmou, durante o pregão, Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da Hencorp Commcor Corretora.
Segundo o BC, o Brasil sofreu em novembro a maior fuga de dólares em quase dez anos. A saída da moeda americana superou a entrada em US$ 7,159 bilhões em novembro.
Folha online
Rizzolo: Na realidade, a procura por dólares aumentou, principalmente pelas empresas estrangeiras, que precisam de caixa, pois estão sem liquidez. E como em dezembro os bancos estrangeiros geralmente zeram sua exposição ao real, devemos ter mais saída de dólares do país neste mês. Vale dizer que o fluxo cambial fechou o mês de novembro negativo em US$ 7,15 bilhões, além disso, dados ruins sobre a economia americana e européia contribuíram, demonstrando que a economia está em declínio e vai sofrer nos próximos meses. O Banco Central atuou, fez dois leilões à vista, somando US$ 530 milhões, a cotação cedeu um pouco, mas voltou a subir no fim da tarde. O motivo é a remessa de dólares para o exterior. Só neste ano o dólar já subiu 58%.
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