Charge do Ique para o JB online

ique1

Divulgue o Blog do Rizzolo, nossa mídia é você: http://www.blogdorizzolo.com.br

Lula estuda limitar autonomia do BC sobre juros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aguardará a decisão do Banco Central nesta semana sobre a taxa de juros para tomar uma decisão mais importante. Lula estuda agora uma eventual interferência política pública e assumida para forçar uma queda da taxa básica de juros caso o BC insista em manter os juros no atual patamar ou não sinalize que vai baixar a taxa no ano que vem.

A Selic está hoje em 13,75% ao ano. O Copom (Comitê de Política Monetária), órgão do BC que se reúne a cada 45 dias para fixar os juros, terá o último encontro deste ano nestas terça e quarta-feiras.

Lula avalia estabelecer limites à autonomia formal concedida ao BC desde quando o petista chegou ao poder, em 2003. De lá para cá, houve embates entre Lula e o BC, mas o presidente nunca questionou a autonomia da instituição. Engoliu decisões das quais discordava.

Recentemente, Lula fez fortes pressões nos bastidores e deu duas declarações públicas dizendo que acha que os juros precisam cair. Falou que estavam acima do que indicava o bom senso e também disse que era hora de reduzir juros e preços.

Lula deseja uma queda de 0,25 ponto percentual da taxa de juros, como sinal de que será iniciado um processo que ajudaria a animar os agentes econômicos. Lula vende otimismo em relação ao desempenho da economia no ano que vem e acha que uma sinalização do BC de queda dos juros o ajudaria nessa tarefa. Alguns auxiliares falam até em viés de baixa: o BC manteria a Selic em 13,75%, mas deixaria claro que poderia reduzir a taxa a qualquer hora antes da próxima reunião do Copom.

Não seria correto manter a Selic em 13,75% ao ano e ponto final, pensam conselheiros econômicos do Palácio do Planalto. Lula enfrenta uma enorme crise econômica internacional sem precedentes em seu tempo de governo. Uma crise que poderá desidratar conquistas econômicas e sociais dos seus quase seis anos de administração. Lula ainda tem muito tempo de poder, dois anos. No entanto, esse é um espaço de tempo curto para tomar decisões econômicas e vê-las surtir resultados.

Conselheiros do presidente na área de economia são unânimes: o BC já perdeu o timing para reduzir os juros. O modelo econométrico que os diretores do BC julgam um oráculo não faria mais sentido porque haveria uma outra economia no planeta de meados de setembro para cá. Não valeriam grande coisa os dados cumulativos que são analisados a cada reunião do Copom e que são cruzados com mais recentes para se chegar a um diagnóstico econômico e fixar a política monetária.

Bancos centrais de países mais desenvolvidos, países que têm como amenizar impactos sociais negativos decorrentes de uma crise econômica, já saíram na frente. Derrubaram suas taxas de juros a porretadas.

No Brasil, o BC sinaliza que talvez não reduza os juros, que ainda é preciso ver se a inflação realmente está domada, que ainda não dá para saber se a economia desacelerou mesmo neste final de ano.

Lula tem uma decisão difícil e solitária pela frente. O presidente faz as seguintes reflexões. É ele quem foi eleito em 2006. É ele quem tem 70% de aprovação (índice bom e ótimo) no Datafolha. É ele quem será cobrado pelo desempenho da autonomia. Como foi ele quem concedeu a autonomia formal ao BC, seria a hora de limitá-la, retirá-la ou confirmá-la?

por Kennedy Alencar /Folha online

Rizzolo: A autonomia do BC sempre serviu ao planalto como desculpa para sua não interferência na questão das taxas de juros. Com efeito existe uma autonomia do BC, porém esta autonomia deve ser questionada quando existe uma ameaça eminente de crise, e não se vê uma visão desenvolvimentista econômica por parte do BC. A postura do presidente de limitar a autonomia do BC é de bom alvitre, e vem de encontro ao inconformismo de várias correntes dentro e fora do governo em diminuir as taxas de juros para evitar um mal maior diante a crise. Leia também: Natal triste poderá sensibilizar Meirelles

SAÚDE : Disfunção erétil: a porta de entrada para a saúde do homem

A partir deste domingo, o Blog uma vez por mês terá um ARTIGO SOBRE SÁUDE, com renomados especialistas de várias áreas. Leiam artigo do Dr. Charles Rosenblatt, médico urologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

charles1-150

É fato já comprovado que grande parte dos homens não dá a merecida atenção aos cuidados preventivos com a saúde, buscando o médico somente quando percebe algum sintoma forte de que algo não vai bem, por exemplo, a dificuldade de ereção.

Pensando nisso, é importante que o médico, diante de um homem com queixa de dificuldade de ereção, aproveite a oportunidade para checar outros aspectos da saúde do paciente. Isso porque a disfunção erétil (DE) pode sinalizar a existência de diversos problemas, como patologias cardiovasculares, síndrome metabólica – caracterizada pela presença de colesterol elevado, diabetes, obesidade e hipertensão – e Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM, popularmente conhecido como andropausa).

Diversos estudos clínicos demonstram que níveis elevados de colesterol total e de triglicérides, associados a níveis baixos de HDL (conhecido como “colesterol bom”) – quadro que caracteriza a dislipidemia – estão freqüentemente relacionados com o aparecimento da DE. Um desses estudos, recentemente publicado no The Journal of Sexual Medicine (2008) e apresentado este ano durante o 23º Congresso Europeu de Urologia, em Milão (Itália), aponta que a probabilidade de um indivíduo ter disfunção erétil aumenta conforme diminuiu o nível de HDL no sangue. Esse levantamento mostrou também que entre os homens com idade de 40 a 55 anos e nível de HDL baixo – na faixa de 30 mg/dl –, a chance de ter DE em grau moderado aumentou de 6,7% para 25%. Nos indivíduos entre 56 e 70 anos, a probabilidade de ocorrer DE severa subiu de praticamente zero para 16% com a queda do HDL.

No mesmo congresso, outros estudos comprovaram que o excesso de gordura acumulada no abdômen(chamada circunferência abdominal) afeta a saúde sexual do homem e pode estar associado à redução das taxas de testosterona, trazendo grande risco para o surgimento das dificuldades de ereção. Daí a necessidade de atenção especial ao paciente que apresenta a medida da circunferência abdominal acima de 94 cm(segundo a IDF-International Diabetes Federation), um fator que pode significar a presença de síndrome metabólica. Essa gordura visceral aumenta de duas a três vezes as chances de aparecimento da DE, além de ser uma vilã para o equilíbrio hormonal do organismo masculino, pois ela é capaz de produzir uma série de substâncias (como cortisol, leptina e estrogênio) que suprimem a produção de testosterona.

A prática clínica demonstra que quando se estabelece um círculo vicioso entre a obesidade e a baixa do nível de testosterona, aumenta o risco de obstrução das artérias pela gordura. Esse entupimento arterial dificulta a irrigação peniana, tornando-se mais um fator que impede o homem de alcançar a ereção satisfatória.

A importância de se ter uma visão global sobre a saúde masculina, incluindo a checagem dos níveis hormonais na rotina, também aumenta na medida em que mais e mais estudos apontam para o fato de a redução da testosterona no organismo ser um fator que potencializa todos os sintomas da síndrome metabólica, uma das doenças que mais cresce entre a população mundial.

Nos casos em que uma diminuição hormonal for identificada e estiver aliada aos sinais característicos do DAEM, o médico pode indicar a reposição hormonal para alívio dos sintomas, inclusive da DE. Hoje, estão à disposição no Brasil medicamentos com modernos como o undecilato de testosterona, por exemplo, que é uma terapia de reposição hormonal injetável. O medicamento é administrado em aplicações trimestrais (via injeção intramuscular) e possui efeito prolongado no organismo, pois libera gradualmente o hormônio, mantendo os níveis de testosterona normais por mais tempo. Essa reposição hormonal pode ser associada com segurança ao tratamento mais específico da DE, com o uso de substâncias inibidoras da PDE-5, como a vardenafila.

Não resta dúvida de que ao se deparar com um paciente que tem DE em qualquer grau, o médico tem a oportunidade de abrir portas para a investigação e o tratamento de problemas que, se combatidos, vão ter impacto positivo no tratamento da própria dificuldade de ereção. Além disso, cabe reforçar ao paciente que o hábito de consultar regularmente um especialista pode ajudá-lo a prevenir diversos problemas de saúde, aumentando a qualidade de vida em todos os aspectos.

Dr. Charles Rosenblatt, médico urologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Doutorado em Urologia pela Clínica Urológica do HCFMUSP e membro da American Urological Association
Site da Clinica