A Costa do Sauípe a as manobras no Caribe

Na Cúpula da América Latina e do Caribe, onde os líderes ali estiveram para discutir os caminhos do nosso continente. Ouviu-se de tudo. Desde os ditames de como Barack Obama deve se comportar para que o grupo diminua seu rancor aos EUA, até a impossibilidade de alguém atirar sapatos em função do calor, o que poderia gerar ” chulé”, como assim disse aos jornalistas o presidente Lula, num tom de brincadeira.

Chavez que ainda não resolveu fazer uma ponte, digo dentária, com sua camisa vermelha ressaltou que o Brasil não é o único país a exercer “uma liderança importante na América Latina”, e que um conjunto de lideranças seria o ideal. Talvez, sob o ponto de vista de Chavez, as lideranças na América Latina, num discurso uníssono, poderiam em conjunto dar um “pito maior”, e com mais eficiência em Obama, se por ventura este não se adequasse às exigências da turma vermelha do continente, que insistem em ser contra o imperialismo, mas adoram e aplaudem as manobras russas do Caribe.

Aplaudem também o grupo de forma velada, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, um homem tão complicado quanto seu nome, e que tem entre seus projetos humanitários “varrer Israel do mapa”, e enfrentar o capitalismo americano com suas armas, que segundo ele, são ” de uso pacífico”. A verdade é que todos esperam saber quem é Barack Obama, e já delineiam como o mesmo deve se comportar. Afinal como um presidente negro, na visão da esquerda retrógrada, deveria ele alinhar-se à turma do continente, e se tornar bonzinho e dócil.

Contudo, Obama já mostra seu perfil de estadista, de homem realmente comprometido com o papel dos EUA no mundo. Com efeito, não podemos aceitar um presidente de uma potência mundial conivente com países de pouca envergadura democrática. Há poucos dias, para desespero da turma vermelha, Barack Obama confirmou sua intenção de defender Israel e de manter a política externa americana nos moldes anteriores, porém com mais suavidade política.

Já em relação à turma vermelha do continente americano, e nessa turma, não incluo o presidente Lula, que é mais vítima do PT e de Amorim do que das circunstâncias políticas em si, estes continuarão eternamente a vociferar contra o imperialismo e o capitalismo, coisas que estão mais para a esquerda de Ipanema, regada a vodca e Mercedes Sosa. Aliás, ao que parece, a Costa do Sauípe tornou-se um imenso Ipanema, onde de tudo se pode falar menos sobre o Irã, sobre Cuba e sobre as manobras russas do Caribe, em nome da Garota do Caribe.

Fernando Rizzolo

BC já usou US$ 53,4 bilhões para segurar alta do dólar em três meses

O Banco Central já fez atuações no mercado de câmbio no valor de US$ 53,4 bilhões entre os dias 19 de setembro e 16 de dezembro para segurar a disparada do dólar.

Os dados foram apresentados nesta quinta-feira pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.

O BC já vendeu US$ 9,8 bilhões em dólares das reservas internacionais, que hoje somam US$ 206 bilhões. Também foram “emprestados” US$ 10,8 bilhões em leilões de dólares de linhas externas e outros US$ 2,4 bilhões nos leilões de moeda direcionados ao comércio exterior.

Também entra na conta do BC mais US$ 28,9 bilhões em contratos de swap cambial, instrumento que fornece proteção contra a alta do dólar e ajuda a segurar a cotação da moeda. Por fim, o BC tirou do mercado contratos de swap cambial reverso (instrumento que pressiona a alta da moeda) no valor de US$ 1,5 bilhão, que venceram e não foram renovados.

Compulsórios

Na apresentação, a instituição também divulgou um novo balanço da liberação de depósitos compulsórios, que já soma R$ 98 bilhões. O compulsório é o dinheiro dos clientes que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC.

Parte desse dinheiro foi liberado para que os bancos tivessem mais recursos para emprestar aos seus clientes. Antes da liberação, os compulsórios somavam R$ 272 bilhões.

O BC também reafirmou a previsão de que a alta do dólar deve ajudar a reduzir o principal indicador que meda a dívida líquida do setor público (relação dívida/PIB, Produto Interno Bruto) de 36,6% em outubro para 35,7% em novembro.

Agência Estado

Rizzolo: O que temos para analisar em relação a este fato, é política cambial em si. Até que ponto a flexibilidade do dólar é saudável para a economia quando envolve queima de reservas ? O pior neste caso, são os leilões à vista quando o dinheiro das reservas se esvai. Desde o início da disparada do dólar, em razão da crise, o Banco Central vem tomando medidas para conter a cotação da moeda norte-americana.

Essas medidas incluem a venda direta de dólares no mercado, utilizando recursos das reservas internacionais do País. Com isso, as reservas caíram US$ 1,222 bilhão na terça-feira, dia 14, para US$ 203,973 bilhões no conceito de liquidez internacional, um fato que deve ser analisado e questionarmos,como já disse, é até que ponto vale a pena utilizarmos desta política cambial.