Problemas na economia global se aprofundam

LONDRES – Dados econômicos desanimadores na Europa e números frustrantes de vendas do varejo em dezembro nos Estados Unidos abatiam os mercados financeiros nesta quinta-feira e aumentavam o espaço para mais estímulo dos governos e cortes de juro.

O Banco da Inglaterra, que cortou a taxa básica de juro de 2,0 por cento para o patamar recorde de 1,5 por cento, avaliou que a economia mundial parece estar passando por um raro declínio sincronizado.

“Medidas para a confiança do empresário e do consumidor fracassaram notavelmente. O crescimento do comércio mundial neste ano tende a ser o mais fraco por um tempo considerável”, informou o Banco Central britânico em comunicado.

O Wal-Mart, maior varejista do mundo, divulgou vendas fracas em dezembro e cortou sua previsão de lucro trimestral, enquanto muitos outros varejistas também advertiram que seus lucros podem ser piores que o esperado no quarto trimestre, que inclui a temporada-chave de compras de fim de ano.

A Comissão Européia divulgou mais cedo que a confiança nos 15 países da zona do euro caiu para patamar recorde de baixa em dezembro, em meio ao aumento da taxa de desemprego.

A Alemanha mostrou que as encomendas no setor manufatureiro caíram mais que o esperado, em 6,0 por cento em novembro, golpeadas pelo colapso da demanda doméstica e externa. As exportações também tiveram baixa recorde em novembro, enquanto a demanda por veículos e outros produtos de grande peso recuou.

A maior economia européia e maior exportadora do mundo divulgou a maior queda mensal em suas exportações desde sua reunificação em 1990, levando o euro a cair frente o dólar.

Os dados econômicos pessimistas também devem reforçar as expectativas de uma redução profunda do juro pelo Banco Central Europeu (BCE) no dia 15.

Enquanto isso, o número de desempregados na Espanha superou 3 milhões pela primeira vez e as perspectivas são de uma piora desses dados em 2009, segundo o governo.

Por outro lado, o número de trabalhadores norte-americanos que deram entrada em novos pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente em 24 mil na semana passada, mostraram dados do governo.

O número de pessoas que continuam recebendo o benefício, no entanto, aumentou para um novo recorde em 26 anos.

Os dados de auxílio-desemprego não foram suficientes para amenizar os temores de que um relatório mais abrangente, que será divulgado pelo governo na sexta-feira, pode mostrar a maior queda nos números de emprego em 59 anos.

Agência Estado

Rizzolo: Os dados econômicos não mentem a Alemanha por exemplo, divulgou que em novembro houve uma redução de 10% nas exportações na comparação com outubro. As importações também caíram 5,7%. Isso fez com que o superávit comercial do país, que é o principal motor da Europa, despencasse de 16 bilhões para 9 bilhões de euros. Restultado muito pior que a estabilidade prevista pelos economistas.

Também em novembro, o desemprego na Zona do Euro subiu para 7,8%. Na Espanha, a taxa está acima de 13%, o que siginifica mais de 3 milhões de pessoas desempregadas. Para se ter uma idéia do tamanho do problema, quase 1 milhão de pessoas perderam o emprego ao longo de 2008. Já no Japão, a empresa de componentes eletrôncios TDK anunciou que vai demitir 8 mil pessoas de suas fábricas no exterior.

No que diz respeito ao Brasil, segundo o Financial Times, o Brasil está ” bem colocado” para enfrentar a crise, há um ano o Brasil parecia a muitos investidores “como um modelo de descolamento (decoupling)”, explicando que o sistema financeiro do país “tinha pouco contato com a crise do subprime dos Estados Unidos ou investimento bancário no mundo desenvolvido”. Isso pode ser verdade em parte, contudo hoje o Brasil passa por uma crise de confiança principalmente em alguns setores como o imobiliário, que sofre com a crise que atinge as construtoras, um problema sério e preocupante.

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