O Poder das Palavras

Assim como D’us faz o universo natural com palavras, também fazemos ou desfazemos universos sociais com palavras

A campanha presidencial de Barack Obama foi, entre outras coisas, uma vitória para a quase esquecida arte da retórica política. Suas frases longas, perfeitamente balanceadas, sua habilidade de mudar de assunto e perspectiva sem perder o fluxo da narrativa, suas sutis evocações de dois mestres do gênero, Abraham Lincoln e Martin Luther King, foram demonstrações vivas do poder do discurso público para mover a imaginação e elevar corações. Quando bem feita, a oratória é a música da mente.

Meras palavras, alguém poderia dizer. Porém para a sensibilidade religiosa, certamente a judaica, palavras não são meras. A Torá nos diz que D’us criou o universo com palavras. Seu primeiro presente ao primeiro ser humano, feito à Sua imagem, foi a capacidade de dar nomes aos animais e usar palavras para entender o mundo. Quando Ele quis curar a arrogância dos construtores da Torre de Babel, meramente “confundiu a linguagem”, pois sem palavras não podemos nos comunicar; sem comunicação não podemos cooperar; e sem cooperação somos indefesos e sozinhos. A pessoa humana é, segundo uma antiga tradução aramaica da Torá, uma “alma falante”.

Em nenhum lugar isso ficou mais evidente que nos Profetas do antigo Israel, que não tinham poder, exército, trono, nada exceto a palavra que D’us colocou em suas bocas. Porém suas palavras transformaram os horizontes morais da humanidade. Pense sobre Amos: “Que a justiça corra como a água, e a integridade como um riacho poderoso.” Ou Yeshayáhu: “Aqueles que confiam no Eterno renovarão suas forças; eles se erguerão com asas como as águias; eles correrão, e não ficarão cansados; e caminharão, sem desmaiar.” Ou Micah: “O que o Eterno exige de você é que aja justamente, ame a misericórda e caminhe humildemente com o seu D’us.”

D’us, na Torá, revela-Se em palavras, e nós, no ato da prece, oferecemos nossas palavras a Ele. Por causa da linguagem, e somente por causa dela, nós, frágeis, falíveis e finitos, podemos falar e ouvirmos o Infinito. Palavras abolem a distância. Assim como a Internet abole a distância física, também a revelação e a prece abolem a distância metafísica. A linguagem é a ponte estreita sobre o abismo entre o ser e o ser, entre a alma e a alma. As palavras são a redenção da solidão.

Assim como D’us faz o universo natural com palavras, também fazemos ou desfazemos universos sociais com palavras. Poucas coisas têm mais força que a voz humana, contando uma história, comunicando uma visão, atraindo energias e incorporando ideais. Palavras notáveis fazem as pessoas pensar em novas maneiras. Somos tão grandes ou pequenos quanto a linguagem nos torna. Na melhor das hipóteses, a linguagem é uma epifania, revelando-nos a glória do espírito humano e a radiância do mundo criado.

Martin Luther King entendia o poder da oratória: seu “Eu tenho um sonho” é um dos maiores discursos de todos os tempos. John e Robert Kennedy foram virtuosos. Lembre da frase de John: “A humanidade deve pôr fim à guerra ou a guerra dará fim à humanidade.” Ou a definição de Robert sobre a tarefa da política: “Domar a selvageria do homem e tornar gentil a vida neste mundo.”

O maior de todos os americanos foi Abraham Lincoln. Em Gettysburg em 1863, o homem que falou antes dele, Edward Everett, discursou por mais de duas horas. O discurso de Lincoln, com 273 palavras, durou dois minutos e perdurará por séculos. Lincoln usava palavras para inspirar e curar, para convocar a nação à grandeza, e uni-la novamente após a guerra civil.

A linguagem é uma faca de dois gumes e pode ser usada tanto para o mal quanto para o bem. “Vida e morte”, diz o Livro dos Provérbios (Mishlê) “estão na força da língua.” Hitler era um demagogo eloqüente que conseguiu incitar enormes multidões ao ódio. Abençoadamente, naquela época, a Grã-Bretanha tinha o maior orador do Século Vinte, Winston Churchill, cujos discursos na rádio foram uma das mais notáveis armas na luta pela liberdade. Churchill também entendia a importância da sagacidade em meio à seriedade: “Um pacificador é aquele que alimenta o crocodilo, esperando que ele o coma por último.”

As palavras são essenciais à democracia, na qual o poder da persuasão deve sempre derrotar a ameaça da coerção. Em tempos de turbulência como o nosso, a vitória vai para o líder que pode dirigir-se às ansiedades da época, construindo para uma geração uma narrativa de esperança. Foi isso o que Barack Obama fez, e por isso ele venceu. Ele deu asas às palavras e assim redesenhou a paisagem da possibilidade.

Por Rabino-Chefe da Inglaterra, Professor Jonathan Sacks
Fonte: Beit Chabad

Tenha um sábado de paz e uma ótima semana

Fernando Rizzolo

Para ‘Economist’, crise deixa Lula na defensiva em 2009

A última edição da revista britânica The Economist afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá de governar na defensiva neste ano, apesar de seus altos índices de popularidade. Um dos principais motivos para isso seria a crise econômica.

No artigo, intitulado “Lula’s last lap” (“A última volta de Lula”), a publicação afirma que os altos índices de popularidade do presidente – classificados como “espantosos” para um segundo mandato – podem dar uma aparência de “onipotência” a Lula, mas que ela é apenas “ilusória”.

“Até as eleições (presidenciais, do ano que vem), a maior parte das energias de Lula deve ser gasta no gerenciamento da crise”, diz a revista. O texto afirma que muitos brasileiros que esperam que 2009 seja melhor que 2008 devem se “decepcionar”, já que a economia apenas começou a sentir os “solavancos” da crise.

Para a Economist, a tarefa de gerenciamento da turbulência econômica deve ser complicada, já que o espaço para lançar estímulos fiscais no Brasil é “limitado”.

A revista compara a situação do país com a do Chile, que anunciou nesta semana um plano de estímulo de US$ 4 bilhões e que pode facilmente administrar o déficit fiscal resultante, por ter acumulado reservas quando o preço do cobre – seu maior produto de exportação – estava alto.

“Mas o governo brasileiro, que tem uma dívida pública muito maior, precisa preservar o seu superávit fiscal para reter a confiança dos proprietários de títulos.” A revista ainda afirma que a arrecadação de impostos deve diminuir com a retração da economia.

Para a publicação, se a inflação continuar preocupante, o que fará com que o Banco Central evite cortes na taxa de juros, o governo vai começar a ser pressionado – “especialmente pelo PT” – para encontrar outras maneiras de estimular o crescimento econômico, o que pode incluir mais crédito para a agricultura e empreiteiras.

“Nos últimos anos, todas as vezes em que a economia apresentava problemas, os políticos brasileiros acalmaram os mercados demonstrando seu compromisso com a ortodoxia econômica. Alguns analistas se preocupam que este compromisso pode ser débil. Mas, neste ano, com governos ao redor do mundo intervindo nos mercados, os investidores devem ficar seguros se o Brasil fizer o mesmo – até certo ponto”, diz a revista. BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Agência Estado

Rizzolo; É bem verdade que a popularidade de Lula está diretamente ligada às condições econômicas do País, porem a medida que a crise avança nas camadas mais pobres, a popularidade do presidente Lula ficará comprometida. A administração da crise ao governo petista não vai ser fácil vez que o empresariado cada vez mais encontra dificuldade no cédito e enfrenta a alta dos juros. O resultado da produção industrial denota isso, os números de novembro são muito ruins. Na comparação com outubro, houve retração em todas as 14 regiões pesquisadas, com destaque de baixa para o Espírito Santo (-22%) e Minas Gerais (-13,4%). Na comparação com novembro de 2007, só ocorreram altas no Paraná (5,7%) e no Pará (4%).

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