De Paris para a BBC Brasil – A França vem registrando um aumento no número de ataques anti-semitas desde o início da ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
Somente no domingo, três atos anti-semitas ocorreram em lugares diferentes do país. Dois coquetéis molotov foram lançados contra uma sinagoga em Saint-Denis, na periferia de Paris, região onde começou a onda de violência nos subúrbios franceses em 2005.
Ninguém ficou ferido, mas as vitrines de um restaurante judaico ao lado da sinagoga em Saint-Denis foram destruídas.
Na periferia de Estrasburgo, no leste da França, coquetéis molotov também foram lançados contra uma casa que funciona como local de orações para a comunidade judaica da região.
Em Puy-en-Velay, no sudeste do país, uma dezena de inscrições anti-semitas e pró-palestinas foram descobertas na manhã desta segunda-feira em um centro social próximo à mesquita da cidade. Frases como “é preciso matar os judeus”, “viva a Palestina” e “é preciso liberar Gaza” foram inscritas nas paredes do local.
Violência
As autoridades temem que o atual conflito possa incitar ainda mais atos de violência entre a população árabe e judaica do país.
“A França não vai tolerar que a tensão internacional se traduza em violências intercomunitárias”, afirmou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, na semana passada, logo após o ataque contra uma sinagoga em Toulouse, no sudoeste da França.
Um carro em chamas foi lançado contra o prédio da sinagoga no momento em que um rabino dava aulas de religião a um grupo de adultos.
Outra sinagoga, no leste da França, foi pichada também na semana passada com as palavras “assassinos” e “viva a democracia israelense”.
“Nesse contexto muito preocupante, quero assegurar todos os judeus da Seine-Saint-Denis e da França que estamos solidários”, afirmou o prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, em um comunicado nesta segunda-feira, após o anúncio do ataque contra a sinagoga de Saint-Denis.
“A atualidade trágica em Gaza não pode justificar a discriminação ou o uso da violência”, disse Delanoë.
Segundo a União dos Estudantes Judeus da França (UEJF), cerca de 30 atos anti-semitas teriam ocorrido na França desde o dia 27 de dezembro, data do início da ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
A França possui entre 4 e 5 milhões de muçulmanos – a maior comunidade da Europa – e cerca de 600 mil judeus, uma comunidade também numericamente importante se comparada à de outros países no continente.
“Estou preocupada com a situação internacional. Um certo número de acontecimentos demonstram que grupos ou indivíduos podem tentar explorar os acontecimentos e transpor o conflito atual ao território francês”, afirmou a ministra do Interior, Michèle Alliot-Marie, em um documento enviado aos secretários de segurança pública do país.
Ofensa
Na última semana, quatro adolescentes foram indiciados por terem agredido e proferido insultos anti-semitas a uma aluna judia em uma escola em Villiers-le-Bel, uma periferia pobre de Paris, na região de Saint-Denis.
A jovem declarou aos policiais que os estudantes a insultaram de “judia suja” e teriam dito “não gostamos do que os teus irmãos estão fazendo em Gaza”.
A garota também foi agredida fisicamente com chutes e obrigada a tirar o casaco, apesar das temperaturas negativas, e comer neve.
“Vamos punir com rigor os que tentarem trazer o conflito para o território francês”, advertiu o primeiro-ministro, François Fillon.
“O conflito em Gaza não pode ser importado para a França”, afirmou Richard Prasquier, presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França. BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Agência Estado
Rizzolo: Infelizmente na concepção anti-semita de enxergar o mundo, “toda nação ou povo tem o direito de se defender”, menos Israel ou os judeus. Não é assim que pensam aqueles que aplaudem o Hamas, silenciando-se e não condenando as táticas terroristas deste grupo em utilizarem crianças inocentes como “human shields” ( escudos humanos ) ?
Israel nada tem contra os palestinos, mas sim contra grupos que os fazem de massa de manobra, incitando alguns a atacarem civis israelenses. Ninguém gosta e tampouco se alegra com esta situação triste, mas a esquerda brasileira e da América Latina usa o tema e esta tragédia para se alinhar contra os EUA e Israel, por sorte o povo brasileiro tem discernimento em não misturar as coisas e nem trazer o conflito de Gaza para o nosso Brasil onde árabes e judeus vivem em paz. É triste ver a comunidade judaica brasileira e internacional indignada com o Partido dos Trabalhadores virando as costa para a única democracia do Oriente Médio.