Nada foi fácil, tampouco a construção dos ideais de democracia, justiça, e até um dose de socialismo inspirando a criação do Kibutz em Israel. Afinal no povo judeu as idéias sempre transitaram deste a direita até a esquerda, e não seria estranho judeus de esquerda idealizarem o kibutz.
Após a guerra a nuvem de tristeza, de perda, tomava conta dos judeus no mundo, Israel tornou-se uma luz que fazia justiça a um direito histórico, digno, e acima de tudo religioso. Era como se não mais precisássemos rezar para o leste, dessa feita iríamos diretamente à Jerusalém e ali seria nossa eterna pátria.
Não faltaram antissemitas requentados, que de uma forma ou de outra, de início instigaram um povo árabe da região: os palestinos. A ira e a fúria com o tempo, se consolidaram, a esquerda havia descoberto, que poderiam utilizá-los como massa de manobra, e assim resolveriam dois problemas: saciar os antissemitas, e ao mesmo tempo vociferar contra o “império americano” que muitas vezes no imaginário infantil esquerdista, se confundia com a figura judaica do” Tio Sam”.
E assim dois fenômenos sociais começaram a se delinear, o primeiro o ódio árabe fabricado contra Israel com um pano de fundo de antissemitismo, tudo sob a concepção de um patriotismo fabricado, alem de se lançar mão de um sentimento antiamericano como alicerce ideológico, o segundo foi o fato de que os judeus como cidadãos israelenses tinham que, com a fundação do Estado Judaico, finalmente começar a desenvolver algo que nunca fora sua vocação: aprender a se defender com armas e se tornarem soldados.
Armas, guerras, e a visão judaica da humanidade, nunca haviam se defrontado antes, muito pelo contrário, os judeus sempre se dedicavam ao comércio, à medicina, às ciências, e a descoberta de que uma nova postura judaica diante da responsabilidade de ser cidadão de um Estado ameaçado, era algo conflitante com a vida e a visão judaica de viver e enxergar o mundo.
Os palestinos infelizmente sofrem porque são vítimas dos fundamentalistas do Hamas, se apegam a eles como forma de sobrevivência, alem disso se deixaram influenciar pela essência religiosa muçulmana de forma distorcida, onde o fanatismo de alguns semeia a discórdia, sempre legitimanda com um verniz espiritual letal, que em alguns casos, fazem atingir a própria auto-estima, tornando-os “homens bomba”, destruindo a própria vida ao invés de construí-la dialogando com a diversidade.
Perguntaríamos então: Se os judeus há tantos anos convivem com a diversidade étnica no mundo, porque parecia impossível isso aos árabes no seu convívio com os judeus? Sinto que dói na alma judaica lutar, se defender, pegar em armas. O povo judeu não foi “programado” para ser um guerreiro, mas sim para agir na sociedade intelectualmente, transformar a humanidade com seu talento.
Talvez Hitler já soubesse disso, e tantos outros que se ativeram na destruição do povo judeu através da história, aliás, sempre existiram fundamentalistas especialistas em explicar que o fundamental é o judeu não ter o direito de se defender, e nos dias de hoje não se defender em Israel significa morrer. Vamos torcer para que isso acabe logo, e que os fundamentalistas deixem enfim os palestinos em paz, para que possam construir um diálogo próspero em direção à harmonia e ao convívio pacífico com o povo de Israel. Guerra nunca foi a vocação do povo judeu. E ninguém está feliz com isso.
Fernando Rizzolo
Deixe um comentário