O ministro italiano das Relações com o Parlamento, Elio Vito, afirmou nesta quarta-feira que o governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi está disposto a utilizar “todos os recursos possíveis” para exigir do Brasil a extradição do ex-ativista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana.
Em declaração à Câmara dos Deputados, Vito explicou que está em estudo uma série de iniciativas que em breve serão colocadas em prática pelos ministérios italianos da Justiça e das Relações Exteriores, entre as quais se incluem recursos legais dirigidos ao STF (Supremo Tribunal Federal), no Brasil.
O ministro, membro da coalizão governista Povo da Liberdade, ainda disse que o governo italiano “já deu numerosos passos nos mais altos níveis” desde a divulgação da notícia da concessão a Battisti de status de refugiado político no Brasil, na última semana.
Desse modo, continuou Vito, estariam “criadas as condições” para que seja “revista” a decisão tomada pelo ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro.
O ministro das Relações com o Parlamento também expressou que o Poder Executivo “compartilha o estupor e o profundo desgosto” manifestado pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano, com a decisão brasileira.
Refúgio
O Brasil concedeu na última semana status de refugiado político ao escritor e ex-ativista Cesare Battisti, condenado na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. Na época, o italiano liderava o grupo de extrema-esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).
Tarso argumenta que sua decisão foi baseada na “existência fundada de um temor de perseguição” contra Battisti, que alega inocência.
Com a medida, Battisti ganha o direito de morar e trabalhar no Brasil, e não pode ser extraditado, como pede a Justiça italiana.
Folha online
Rizzolo: A questão da extradição de Battisti é complexa e esbarra na postura ideológica política do governo brasileiro. É sabido que o governo brasileiro é um governo ideologicamente alinhado com a esquerda internacional, e não há como decepcionar os ” companheiros”. Como cidadão brasileiro e europeu fico de certa forma indignado com a postura adotada pelo Brasil. Mas mais indignado ainda fico pela passividade da comunidade italiana do nosso País, é impressionante como não se alinham a nada, em São Paulo onde se concentra a maior comunidade italiana no Brasil, nem um Hospital que poderiam se chamar da comunidade possuem. Desunião total e nenhum vínculo com a Itália, a não ser o desejo de ter um passaporte italiano, para não necessitar de visto americano. Muito triste, os italianos tem muito a aprender com a comunidade judaica, união por exemplo.