FHC diz que Lula já faz campanha e ameaça ir ao TSE

RIO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quarta-feira, 11, que o presidente Lula está em campanha e o PSDB estuda pedir uma autorização ao Tribunal Superior Eleitoral para o partido entrar na campanha pela presidência da República em 2010. “O presidente já está com a candidata andando pelo Brasil todo, mas a legislação não permite. Ele faz o que quer. Nós, se lançarmos candidato agora, vem processo em cima”, declarou Fernando Henrique, na abertura da 3ª Reunião da Comissão Latino-americana sobre Drogas e Democracia.

Indagado se o PSDB estaria demorando a definir a candidatura, o ex-presidente disse que Lula “é que está se precipitando”. “O presidente da República está em campanha, acho que não está na hora. Não quero entrar em campanha, quero respeitar a lei. Existe um calendário”, disse. “Se o presidente Lula continuar forçando antecipar a eleição, vamos ter que pedir uma autorização ao Tribunal”.

Agência Estado

Rizzolo: Primeiro o PSDB deveria antes de mais nada definir um candidato. O PT já o tem, Dilma Roussef. Lula é o presidente da república, e como presidente pode transitar no território nacional, inaugurar obras, e apontar quem será seu sucessor. Concordo que há exageros por parte do PT, tenho críticas, restrições, mas Lula é sem dúvida, um grande estadista. Lula já se descolou do ponto de vista partidário do PT, e seu prestígio, sua popularidade, é personalíssima; não é o PT, ou partido, o povo enxerga Lula, como comandante da nação.

Só para concluir, FHC deveria fazer sim um mea – culpa, por ter prejudicado tantos aposentados no Brasil com perverso fator previdenciário por ele criado. O fator previdenciário, como todos sabem, foi o principal ponto da reforma da Previdência feita pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Isso sim deveria ele comentar .

Pacotes nos EUA fracassam em estimular negócios e Bolsas europeias caem

As Bolsas europeias operam em baixa nesta quarta-feira. A aprovação do pacote de estímulo à economia dos EUA no Senado e o anúncio de um novo programa para resgatar o setor bancário americano fracassaram em trazer otimismo para os mercados financeiros.

Às 10h38 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em baixa de 0,39% no índice FTSE 100, indo para 4.196,75 pontos; a Bolsa de Paris caía 0,67% no índice CAC 40, indo para 3.000,57 pontos; a Bolsa de Frankfurt tinha baixa de 0,13% no índice DAX, operando com 4.499,90 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha baixa de 0,19% no índice AEX General, que estava com 250,88 pontos; a Bolsa de Zurique, estava em baixa de 0,65%, com 5.111,14 pontos no índice Swiss Market; e a Bolsa de Milão tinha baixa de 0,78% no índice MIBTel, que ia para 14.418 pontos.

Na Ásia, as medidas também não animaram os investidores. A Bolsa de Hong Kong recuou 2,46%; a de Xangai caiu 0,19%; a de Sydney (Austrália) perdeu 0,41%; e a de Seul (Coreia do Sul) caiu 0,72%. A Bolsa de Tóquio (Japão) não abriu devido a um feriado. Nos EUA, as duas ações do governo pouco adiantaram para impedir as quedas nos principais indicadores do mercado financeiro americano. O índice Dow Jones Industrial Average, da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês), teve queda de 4,62%.

Geithner anunciou ontem um plano conjunto do Departamento do Tesouro, do Federal Reserve (Fed, o BC americano) e do setor privado para resgatar os bancos que tiverem problemas com títulos “podres” (de alto risco de calote). O programa pode movimentar mais de US$ 1,5 trilhão.

A falta de detalhes sobre como funcionará exatamente o plano de resgate dos bancos foi apontado como o fator que causou o desânimo dos investidores. “Não estamos impressionados e o mercado também parece não ter se impressionado”, disse o estrategista Ryan Larson, da Voyageur Asset Management, ao diário “International Herald Tribune”.

“O que estamos vendo (…) é que não há otimismo suficiente no horizonte para uma alta significativa no curto prazo”, disse ao diário, por sua vez, o analista Christoph Riniker, da corretora Julius Baer, em Zurique (Suíça). “Os ganhos que vimos até agora sugerem que 2009 será um ano fraco na maioria dos setores. Ainda há muita incerteza.”

Recessão

Também afeta o humor do mercado financeiro europeu o anúncio, feito pelo Banco da Inglaterra (BC britânico) hoje, de que o Reino Unido está em uma “profunda recessão”. “As projeções mostram que um relaxamento maior da política monetária pode ser necessário. Isso provavelmente vai incluir ações destinadas a aumentar a oferta de dinheiro a fim de estimular a normalização de gastos”, disse o presidente do BC britânico, Mervyn King.

O Reino Unido não deve voltar a apresentar crescimento econômico até o fim deste ano, segundo as projeções do banco. Até lá, a queda nos juros, o aumento da oferta de dinheiro, a queda da libra em relação a outras moedas, os recuos já registrados nos preços das commodities e os esforços combinados no mundo todo para descongelar os mercados de crédito devem começar a dar frutos, segundo o BC britânico.

No mês passado, o ONS (Escritório Nacional de Estatísticas) informou que, no quarto trimestre do ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) britânico registrou uma contração de 1,5% em comparação com o trimestre anterior, período também marcado por um índice negativo. Trata-se da primeira vez desde 1991, depois que a economia do país registrou forte desaceleração nos últimos dois trimestres de 2008, arrastada pela crise financeira global.

O ONS informou hoje que a taxa de desemprego no Reino Unido chegou a 6,3% da população ativa no último trimestre de 2008, segundo dados oficiais divulgados nesta quarta-feira. Trata-se da pior taxa desde 1998. O número de pessoas desempregadas no período aumentou em 146 mil em relação ao trimestre anterior e chegou a 1,97 milhão.
Folha on line

Rizzolo: A forma pela qual a explicação de Geithner foi interpretada causou uma confusão total. O plano é mal redigido e confuso, o que levou o mercado a interpretá-lo como pouco transparente. A intenção de fazer com que os bancos passem por um teste de estresse, para ver se estão com saúde financeira para receber uma injeção de capital público, é complicada, até porque o que poderia ocorrer se tal não passasse no teste? O problema é a total falta de transparência num governo em que prometeu ser claro e cristalino. Só conversa, viu!

Siderúrgicas dos EUA pedem manutenção do protecionismo

NOVA YORK – Os congressistas norte-americanos deveriam trabalhar para manter, no texto do pacote de estímulo econômico de mais de US$ 800 bilhões, a ênfase na proposta “Buy American” (compre produto norte-americano), segundo pedido feito em carta que várias associações de siderúrgicas dos Estados Unidos enviaram à comissão do Congresso encarregada de analisar o plano.

“Um pacote de recuperação econômica com fortes cláusulas ”Buy American” para projetos de investimento em infraestrutura fortalecerá a infraestrutura do nosso país, devolverá o emprego de milhões de trabalhadores norte-americanos e ajudará a revitalizar o setor industrial doméstico – em total cumprimento com nossos acordos de comércio internacional”, diz a carta, assinada pelo Instituto Americano do Minério de Ferro e do Aço e por outras três associações representativas da indústria siderúrgica.

O documento foi remetido à liderança do Congresso e aos membros da comissão encarregada de conciliar as versões do pacote aprovadas na Câmara dos Representantes e no Senado dos EUA. A carta lembra que a cláusula “Buy American” já fazia parte da legislação desde 1982 e exige apenas que projetos de transporte financiados pelo governo federal utilizem minério de ferro dos EUA e aço fabricado por trabalhadores dos EUA, desde que haja disponibilidade desses insumos.

As entidades dizem que essa exigência nunca resultou em guerra comercial. “Permitir que as matérias-primas (commodities) sejam fornecidas de fora dos EUA frustrará o efeito econômico multiplicador que está na base de qualquer forma de estímulo monetário”, acrescenta a carta. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado

Rizzolo: Olha, sinceramente essa questão do protecionismo é controversa. Fica patente que em situações onde o comércio internacional elabora relações comerciais abertas, livres, o protecionismo não faz sentido, e até vem contra princípios do livre comérico. Agora quando o mundo faz uma viagem ao passado, os países se fecham, os discursos nacionalistas comerciais se acirram, de nada adianta nós nos debatermos, gritarmos, e deixarmos nosso mercado aberto quando todo mundo se protege.

É um ” nonsense”. É claro que o protecionismo é um ” veneno”, como muitos afirmam, mas pior veneno é ficar numa situação contemplativa, passiva , sem defender nosso mercado quando a tendência é resguardar alguns setores, ou produtos sensíveis.

A Argentina já o fez, os EUA também , outros de forma disfarçada. Não podemos deixar de nos resguardar na dose certa, sem exageros. Entendo que além disso é primordial, promovermos as exportações, diminuir os entraves, investir na otimização dos meios para uma melhor viabilidade das nossas exportações, contudo isso só não basta, numa época como esta.

Não há tempo para isso, se todos se fecham, temos também que nos resguardar na medida certa para não saírmos prejudicados nesta corrida e volta ao passado. Agora isso deve ser analisado , discutido, e não feito da forma em que o governo apresentou, da noite para dia, de forma burocrática. Protecionismo na dose certa, faz bem para o Brasil, principalmente quando há consenso.